Sunday, August 30, 2009

Introdução sobre o Balanço Energético e Matriz Energética no Brasil


Com mais de 30 anos de existência, o Balanço Energético Brasileiro-BEN é um importante documento que fundamentalisa o setor energético, se tornando o divulgador da contabilidade da oferta e consumo de energia no Brasil. Após 2004, a incumbência de elaborar e publicar o BEN, ficou a cargo da Empresa de Pesquisa Energética - EPE, criada através da lei 10.847 de 2004, hoje o Balanço Energético Brasileiro é instrumento indispensável para qualquer estudo de planejamento energético, seja na escala pública ou privada.
A EPE, manteve a mesma metodologia usada historicamente pelo Ministério das Minas e Emergia, não modificando as características e os seus conceitos. Como forma de apresentar dados atualizado de forma ainda mais clara e precisa, foi introduzido no recebimento dos dados, sistema baseado na rede mundial de computadores. Os dados para aprimoramento e elaboração do BEN chegam de diversos órgão e empresas, estatais e privadas.
O BEN apresenta uma distribuição das fontes primárias e secundárias, de sua produção ao consumo final, muitas vezes sendo confundida com a própria matriz energética. Apresenta uma organização consolidada dos principais dados energéticos do país, com o uso da compilação de diversas fontes, Os critérios adotados levam em conta sete normas técnicas, elaboradas especialmente para compor este documento. A classificação de cada caso de consumo, segue o Código de Atividades da Receita Federal.
O BEN é formado com a utilização dos dados dos anos anteriores, por exemplo o BEN de 2009 será elaborada com a utilização de dados de 2008 e 2007, montando assim uma série histórica, o primeiro BEN elaborado pelo Ministério das minas e Energia – MME, foi publicado em 1976, neste documento foi registrado o consumo dos últimos dez anos das fontes primárias e uma projeção para os próximos dez anos.
Diversos conceitos são utilizados para melhor entendimento da forma de elaboração do balanço energético brasileiro, onde são os principais : energia primária – fonte provida pela natureza na sua forma direta; centros de transformação – onde a maior parcela de energia primária é consumida. Ex refinarias de petróleo, coquerias; energia secundária – é aquela convertida nos centros de transformações, como óleo diesel e gasolina; consumo final – corresponde a outra parcela de energia primária que é consumida diretamente nos diversos setores da econômica; consumo final energético – abrange diversos setores da economia, incluindo o próprio setor energético; oferta interna de energia – é a quantidade de energia disponibilizada para ser transformada e\ou para consumo final; consumo final de energia – é a quantidade de energia, consumida pelos diversos setores da economia, atendendo diferentes usos. Não incluindo energia usada para criação de outra energia; importação – é a quantidade de energia primária e secundária, proveniente do exterior; exportação – é a quantidade de energia primária e secundária que se envia do país ao exterior.
A metodologia utilizada para elaboração do BEN engloba todas as etapas do processo energético: produção, transformação e consumo. Sendo o balanço estruturado em quatro partes: energia primária, transformação, energia secundária e consumo final. O resultado final é uma matriz de 27 colunas e 47 linhas, englobando elementos consolidados dos conceitos da formação do balanço, que são eles: energia primária, energia secundária, total geral, oferta transformação, perdas, ajustes estatísticos, consumo final e produção de energia secundária.
Por último o balanço é montado em nove capítulos: resumo – apresenta a sinopse do último ano; oferta e demanda de energia por fonte – apresenta, para cada fonte de energia primária e secundária, a contabilidade da produção, importação, exportação, variação de estoque, perdas, ajustes e consumo final; consumo de energia por setor - apresenta por cada setor da economia o consumo final; comercio externo de energia – apresenta a importação e exportação de energia; balanços de centro de transformação – balanços dos centros de transformações; recursos e reservas energéticas – apresenta os balanços dos centros de transformações; recursos e reservas energética – apresenta a reservas das fontes primárias; energia e socioeconomia – apresenta indicadores de energia, economia e população; informações energéticas estaduais – apresenta os balanços preliminares estaduais e regionais; anexos.
Existe uma confusão quando se fala em Matriz Energética e Balanço Energético, podemos dizer que o balanço energético produzido pelo MME tem a mesma forma de execução da Matriz Energética, com a diferença que o balanço configura a própria Matriz voltada para o passado e o papel da Matriz é estabelecer uma visão futura, conceitualmente existe uma grande diferença quando relatamos a Matriz e o balanço energético, internacionalmente a Matriz tem sido vista como uma forma de considerar as incertezas, estabelecendo cenários evolutivos. Enquanto no Brasil o balanço energético mostra as inter-relações entre oferta, transformação e uso final da energia.
A elaboração da Matriz Energética, é basicamente montada por softwares, onde podem ser simulados cenários futuros, estabelecendo cálculos de oferta e consumo de energia, com balanços entre a oferta e o consumo. Baseando-se principalmente no estabelecimento de relações que associem o consumo energético de diferentes setores e sub-setores da economia. Incluindo neste bojo a avaliação do impacto ambiental, em geral no que e refere a poluição atmosférica. Dentre os softwares utilizados no Brasil podemos sitar: modelos de balanço energético da Secretaria de Energia Nacional e órgãos estaduais, além de outros.
Existem diversas bases de dados disponíveis no país que podem ser consideradas no estabelecimento das bases globais para a elaboração da matriz energética, além das bases de dados associados, tais como as dos ministérios e outros órgão e institutos do governo federal; de secretárias e órgãos dos estados, além de outros. Porém, existem falhas na disponibilidade de dados principalmente com informações vindas de estruturas regionais e estaduais, quando de informações sociais e ambientais. Quando isso acontece devesse determinar como trabalhar com tais dados se os deixa para posteriores ou criasse procedimentos para sua utilização.
Na construção de uma matriz energética de longo prazo, devem ser consideradas três pilares básicos de sustentação, quais sejam: importância de integração da visão de planejamento com a do acompanhamento tecnológico e de fomento, estabelecimento de procedimentos para montagem de um sistema integrado, transparente e consistente de informações, com dados e modelos para simulação e análise e por último, a importância no caso de estudos de longo prazo, é a necessidade de o processo de planejamento apresentar características dinâmicas de avaliações periódicas associadas a uma monitoração continuada do cenário da energia.
Como forma de estabelecer uma estrutura para elaboração de uma Matriz Energética e seus cenários futuros, é necessário que se tenha uma sinergia entre todos os órgão e instituições envolvidos, de forma direta e indireta na elaboração do planejamento. Buscando consolidar uma integração entre todos. Os cenários futuros devem apresentar eficiência energética, de combustíveis e de fontes renováveis. Devendo também, dar atenção a valorização das questões ambientais e sociais, forçando a utilização de tecnologias renováveis alternativas e ambientalmente adequadas, de forma a implantar um processo onde seus objetivos devam ser sustentável, com soluções práticas e factíveis.
Criando assim um planejamento completo, onde se torne equilibrado e com focos direcionados para melhor soluções, incorporando melhores alternativas e envolvendo de forma mais ampla e completa todos os participantes no planejamento, permitindo que todos os problemas sejam vistos e analisados sob todos os aspectos, beneficiando a todos.

PORTO VELHO - RO

Thursday, August 27, 2009

A expansão territorial da energia

The New York Times
August 26, 2009, 8:22 am — Updated: 1:41 pm -->
Study Warns of ‘Energy Sprawl’
By Kate Galbraith

A paper published on Tuesday by the Nature Conservancy predicts that by 2030, energy production in the United States will occupy a land area larger than Minnesota — in large part owing to the pursuit of domestic clean energy.
“Saving energy saves land. There’s a real link there.”
Robert McDonaldThe Nature Conservancy
The authors call it “energy sprawl” — a term meant to draw attention to habitat destruction, and to warn that biofuels in particular will take up substantial amounts of land.
“There’s a good side and a bad side of renewable production,” said Robert McDonald, a Nature Conservancy scientist and one of the authors, in a telephone interview.
The paper looked at several scenarios, including a “base-case” derived from current Energy Information Agency forecasts for the country’s energy mix in 2030, as well as various permutations of efforts to cap greenhouse gas emissions to combat climate change.
The study took into account only land impacts in the United States; thus for example the land required to drill for oil in Saudi Arabia, one of the United States’s biggest suppliers, was not considered. Nor was “indirect land use” taken into account. That is the controversial idea that growing soy for fuel in the United States could simply push soy-for-food production to, say, Indonesia, where CO2-sipping forests would then be razed for soy farming.
Nuclear power is the most compact in terms of the amount of land taken up per unit of energy, according to the study; coal and geothermal energy also took up relatively small amounts of space. Biodiesel made from soybeans, the burning of energy crops to create electricity, and ethanol production had the highest “sprawl” impact.
Asked about the assertion by some solar advocates that covering a 100-mile by 100-mile square of Nevada desert with solar arrays could power the United States, Mr. McDonald said that the study was “trying to avoid that kind of maximal estimate,” and be more realistic about the projected energy mix.
As for climate change, Mr. McDonald said that the Nature Conservancy believes that this is “something humanity absolutely has to deal with,” and the paper highlights several ways to reduce the sprawl. These include reusing already-developed sites, as well as a flexible cap-and-trade system that allows for the development of new nuclear plants and the sequestration of carbon dioxide emissions from coal plants.
But perhaps the most important is energy conservation.
“Saving energy saves land,” Mr. McDonald said. “There’s a real link there.”

Saturday, August 22, 2009

Energia e Desenvolvimento Sustentável

ENERGIA E DESENVOLVIMENTO

Qual o papel da energia para o desenvolvimento sócio-ambiental sustentável?

Esta semana discutiremos a respeito do papel da energia no desenvolvimento sócio-ambiental sustentável, tema que está ligado a questões sociais, políticas, econômicas e ecológicas. As tecnologias modernas que foram introduzidas a partir do século passado aumentaram a qualidade de vida da população, mas impulsionaram o consumo de energia de tal forma que ela se tornou um elemento essencial para o desenvolvimento socioeconômico. Essas mesmas tecnologias modernas contribuíram para o aumento do impacto ambiental que as atividades humanas exercem sobre o planeta. É ponto indiscutível que a energia é necessária para alimentar o desenvolvimento, pois para que ocorra desenvolvimento econômico é necessário que haja uma infra-estrutura básica, segundo Reis (2005) infra-estrutura é o conjunto básico de bens e serviços que devem ser disponibilizados ao ser humano para que ele tenha condições de alcançar o desenvolvimento, esse conjunto é formado por componentes tais como transporte, energia, água e saneamento.
O suprimento eficiente de energia é um fator chave para o alcance do desenvolvimento sustentável. Entende-se que esse suprimento está atrelado a quatro fatores básicos: o primeiro é a inovação tecnológica, tanto na busca de fontes limpas e renováveis de energia como no desenvolvimento de técnicas que permitam um consumo energético menor. O segundo fator é o desenvolvimento da consciência das pessoas na utilização da energia. O terceiro é a universalização da energia, fazendo com que ela se torne um bem disponível para todos. O quarto fator é o aumento da geração de energia através de fontes renováveis e, conseqüente, diminuição na utilização de combustíveis fósseis. E o quinto fator está ligado à necessidade de implantação de um planejamento energético integrado, que seja elaborado a partir de cenários energéticos projetados com base na análise de dados e na avaliação de indicadores energéticos, esse planejamento também deve ser resultado do posicionamento de diversos setores do governo, juntamente com a iniciativa privada e a sociedade civil organizada.
Goldemberg (2005) apresenta uma relação entre desenvolvimento econômico e energia no Brasil, defendendo que o país esta entre aqueles que possuem uma grande eficiência energética, pois consegue obter bons resultados econômicos usando apenas a metade da energia média per capita mundial, ele também salienta que o país tem uma predominância no consumo de energia hidráulica e possui um grande potencial para aumentar a utilização da energia da biomassa, que, por ser uma fonte energética renovável, é considerada como uma opção energética adequada e cuja utilização ajudará a ampliar o tempo de duração das reservas não-renováveis. O autor também aponta que para continuar crescendo, o país terá de aumentar essa eficiência energética e produzir mais energia.
Uma ferramenta importante para o planejamento energético é a construção de indicadores energéticos que avaliem as condições de sustentabilidade energética do país e, assim, apontem as necessidades de investimento e a vulnerabilidade do país em relação à dependência de energia. Os indicadores energéticos se subdividem em dimensões que são afetadas diretamente pela energia, essas dimensões são: ambiental, social, econômica e tecnológica. São exemplos de indicadores, o nível de investimento em tecnologias limpas e o número de domicílios com acesso à eletricidade.
De acordo com Reis (2005), até do final da década de 1980, o modelo de suprimento de energia adotado foi fruto de grandes investimentos em obras que geraram abundância de recursos energéticos e chegaram a consumir até 4% do produto nacional bruto; mas que, devido à falta de políticas adequadas, levaram a grandes índices de desperdício e não promoveram o desenvolvimento de forma igualitária. Isso ocorreu por causa da falta de articulação entre os setores energéticos e a implantação de políticas centralizadoras que geraram danos ao meio ambiente e não levaram ao crescimento de todos os setores. No cenário atual, há necessidade de se aumentar a segurança do suprimento de eletricidade, desenvolver inovações tecnológicas, baixar os custos para os consumidores finais, gerar empregos e reduzir os impactos sócio-ambientais. De acordo com estudos, como o Dossiê de Energia, esse cenário de sustentabilidade energética pode ser alcançado através de políticas agressivas de planejamento energético que tenham como objetivo promover maior eficiência energética e maior utilização de fontes renováveis para a geração de eletricidade.
Em 2006 a organização WWF-Brasil divulgou um estudo, intitulado "Agenda Elétrica Sustentável 2020", realizado por especialistas da USP, o estudo demonstra que as escolhas que serão tomadas no setor brasileiro de energia elétrica até 2020 serão cruciais à segurança energética nacional, ao desenvolvimento econômico e social e à proteção ambiental do país. A pesquisa indica dois cenários para a política energética nacional, um tendencial que apresenta projeções com base na política que já está sendo utilizada nos últimos anos e outro chamado de cenário elétrico sustentável; que exige, entre outros fatores, a geração de eletricidade por fontes renováveis, como biomassa, eólica, solar e pequenas hidrelétricas. O mesmo estudo indica que essas fontes de energia serão responsáveis por 20% da geração total de eletricidade no país, o que garantirá a estabilização das emissões de dióxido de carbono e de óxido de nitrogênio, principais gases causadores do efeito estufa. Hoje, a maior parte da matriz energética utilizada no mundo é baseada na utilização de combustíveis fósseis, o que causa um enorme impacto ambiental.
De acordo com Vargas (1996) a distribuição desigual de energia, faz com que algumas regiões tenham uma capacidade de suprimento maior do que outras; o crescimento populacional, principalmente nos centros urbanos; e o aumento da necessidade de consumo de energia, gerado pelo desenvolvimento econômico fizeram com que a necessidade de produção e uso eficiente da energia se tornasse um ponto crucial para o desenvolvimento econômico e social. O autor apresenta, então, o conceito de que a energia é um fator limite para o desenvolvimento sustentável e enfatiza o fato de que, nos próximos 30 anos, a situação nos países mais pobres poderá tornar-se crítica, tanto pelo provável custo quanto pelas dificuldades de acesso a fontes convencionais ou outras mais apropriadas ou ambientalmente adequadas.
O crescimento energético gera emprego e crescimento de renda, por essa razão, está diretamente ligado ao crescimento econômico. Mas o aumento da eficiência energética de um país não resulta necessariamente em melhoria da qualidade de vida para todos; no Brasil, por exemplo, cerca de 12% da população ainda não tem acesso à energia elétrica e no mundo, estima-se que 30% da população não tenha acesso à eletricidade. (Reis, 2005).

Bibliografia Consultada:

- DOSSIÊ DE ENERGIA. Estudos Avançados vol. 21 no.59 São Paulo Jan./Apr. 2007. Disponível em http://www.wwf.org.br

REIS, Lineu Bélico dos; FADIGAS, Eliane A. Amaral; CARVALHO, Cláudio Elias. Energia, Recursos Naturais e a Prática do Desenvolvimento Sustentável. São Paulo: Monole, 2005.

- VARGAS, José Israel. Energia como Fator Limite para o Desenvolvimento Sustentável. IEA, 1996. Disponível em http://www.iea.usp.br

- GOLDEMBERG, José; MOREIRA, José Roberto. Política Energética no Brasil. IEA, 2005. Disponível em http://www.iea.usp.br

Questões Propostas:

Os dados de pesquisa coletados para a elaboração deste texto apontam a utilização das fontes de energia renováveis como uma solução ambientalmente adequada para a questão energética, no entanto, sabemos que fontes renováveis como a biomassa e a hidráulica também causam um impacto ambiental e social. Sendo assim, como avaliar a utilização das fontes não-renováveis para o desenvolvimento econômico, social e energético sustentável?

Dentro de uma situação real, onde há a necessidade imperativa de crescimento, esse crescimento é sustentado por uma requisição cada vez maior de energia, mas as fontes de energia mais utilizadas geram impactos ambientais negativos, a grande questão é: as inovações tecnológicas voltadas para a eficiência energética e sustentável podem apresentar uma solução para o impasse ou exige-se mais em termo de políticas que apresentem uma solução globalizada para as dimensões social, ambiental e econômica?

As questões propostas acima não pretendem orientar o debate, mas apenas funcionarem como ponto de reflexão a respeito do tema.

Friday, August 21, 2009

CPI da tarifas de Energia

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Tarifas de Energia, presidida pelo deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), aprovou, nesta quarta-feira (19), treze requerimentos. A CPI investiga a atuação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na autorização de reajustes e reposicionamentos tarifários.

Na reunião foram aprovados dois requerimentos para a realização de audiências públicas. Um para discutir as diretrizes do setor elétrico e outro para esclarecer as tarifas cobradas pela Companhia Energética do Maranhão (CEMAR).

Participarão do debate, na próxima terça-feira, dia 25 de Agosto, o Dr. Luiz Pinguelli Rosa, coordenador do Programa de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); o Dr. Ildo Sauer, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP) e o Dr. Roberto Pereira D’Araujo, conselheiro do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético (Ilumina).

Dentre as convocações aprovadas serão ouvidos a prestar esclarecimentos o diretor-geral da Aneel, Nelson José Hubner; os ex-diretores da Aneel, José Mário Abdo e Jerson Kelman; o presidente da Companhia Energética de Pernambuco (CELPE), José Humberto Castro; o diretor-presidente do Grupo Neoenergia, Marcelo Corrêa; do diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp; o diretor-presidente de Furnas, Carlos Nadalutti Filho e o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.

Foram convocados ainda os presidentes do Grupo Light, AMPLA, Grupo AES-Eletropaulo, CPFL Energia, COELBA, CEMIG e CEPISA.

A CPI pediu também que sejam convidados a participar das audiências, os representantes do Ministério Público Federal (MPF); do Ministério Público dos Estados de Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Piauí e Maranhão; do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério de Minas e Energia (MME).

Já na quarta-feira, dia 26, a CPI volta a se reunir ás 11h para apreciação de requerimentos e ás 11h30 uma nova audiência pública com o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim; do diretor-geral do ONS, Hermes Chipp e do diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner.

Monday, August 17, 2009

Métodos de análise de energia

Olá profª Renata e colegas,

A discussão desta semana será baseada no BEN 2007 analisando as atividades de extração de recursos energéticos primários, sua conversão em formas secundárias, a distribuição e o uso final da energia.
Os “Métodos de análise de energia” são muito utilizados nos estudos do relatório do Balanço Energético Nacional – BEN documento com pesquisas anuais sobre a oferta e consumo de energia no Brasil.

O Plano Nacional de Energia (2007) destaca que a energia primária são produtos energéticos providos pela natureza na sua forma direta, tais como, petróleo, gás natural, carvão mineral, resíduos vegetais e animais, energia solar e eólica. Já a energia secundária são os produtos energéticos resultantes dos diferentes centros de transformação que têm como destino os diversos setores de consumo e eventualmente outro centro de transformação. Tais como o óleo diesel, óleo combustível, gasolina, GLP, nafta, querosene, gás de cozinha, eletricidade, carvão vegetal e óleo etílico.
Os centros de transformação são onde ocorrem todo o processamento das energias primárias em secundárias e as perdas decorrentes deste processo. Através das refinarias de Petróleo, Plantas de Gás Natural, Usinas de Gaseificação, Coquerias, Ciclo do Combustível Nuclear, Centrais Elétricas de Serviço Público e Autoprodutoras, Carvoarias e Destilarias.

A oferta é a quantidade de energia que disponível para ser transformada para consumo final.
As perdas podem ocorrer durante as atividades de produção, transporte, distribuição e armazenamento de energia.
No consumo final são praticados diferentes setores da atividade socioeconômica do país, para onde convergem as energias primárias e secundárias.

Com base nos dados apresentados no Balanço Energético Nacional de 2007, ano base 2006, demosntram que houve um maior consumo em 2006 em relação ao ano de 2005, foi apresentado 202,9 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep). A unidade básica adotada no Balanço Energético Nacional - BEN é a “tonelada equivalente de petróleo - tep”, uma vez que esta unidade está relacionada diretamente com um energético importante e expressa um valor físico.
Através do estudo do balanço realizado verifica-se também que houve o aumento no consumo final de energia de 3,6% se comparado ao relatório de 2005, aumento próximo da OIE (3,4%). Observa-se que as perdas de energia na transformação e distribuição não sofreram alterações mantendo-se estáveis neste período. O setor de transportes representa 50,7% dos consumidores derivados do petróleo, em seguida vem a indústria representando 18,5% do setor energético. Em relação ao consumo do bagaço da cana, lenha e carvão vegetal, álcool e outras fontes primárias renováveis, os principais consumidores são as indústrias com (54%), residências (15%) e transportes (11%).

Principais Operações Básicas da Matriz Balanço Energéticas:
Oferta Total = Produção+ Importação + ou – variações de estoques.
Prod. de Energia Secundária = transformação prim.+ trans.sec. – perdas transformação.
Consumo final = consumo final primário + consumo final secundário.
Consumo final não energético + consumo final energético.

O Balanço Energético Nacional (BEN) faz uma espécie de contabilidade energética permitindo através de dados e estatísticas a realização de análises sobre o comportamento do país quanto à produção, transformação e uso de energia oferecendo elementos e suporte ao governo para formulação de planejamento energético através de políticas públicas.

Na elaboração do Balanço Energético Nacional (BEN) os dados de produção, importação, exportação, estoques e transformação foram utilizadas informações fornecidas pela Petrobrás, ANP e Receita Federal. Para os dados de consumo setorial, são utilizadas as fontes Petrobrás, ANP, Entidades de Classe e Grandes Indústrias.


Fonte: Balanço Energético Nacional (BEN – 2007)

Friday, August 14, 2009

Semana do blogueiro

1 04/08 Introdução e apresentação programática do curso
2 11/08 Energia e Sociedade – um breve histórico Agatha

3 18/08 Métodos de análise de energia Caroline
4 25/08 Energia e Desenvolvimento Maria cristina

5 01/09 Introdução sobre o Balanço Energético e Matriz Energética no Brasil
Pedro

6 08/09 Planejamento de energia Raimundo

7 15/09 Petróleo
Marcus

8 22/09 Gás natural e carvão
Edna

9 29/09 Apresentação de trabalho em grupo

10 06/10 Nuclear
Cleber

11 13/10 Feriado

12 20/10 biomassa
Thiago

13 27/10 biocombustíveis
Fernando

14 03/11 Solar, eólica
Willem

15 10/11 Hidráulica
Stefan

16 17/11 Eletricidade
Alexandre

17 24/11 Gestão de recursos energéticos Angélica

18 01/12 Apresentação de trabalhos

Tuesday, August 11, 2009

ENERGIA E SOCIEDADE

Olá Caros Colegas e Professora Renata,

Para a discussão sobre ENERGIA E SOCIEDADE o desafio da reflexão nos solicita a pensar: “como a energia molda a sociedade e vice-versa?”
Em se pensando numa relação dialética, em que ambos – energia e sociedade – se moldam, pode-se constatar que, a forma como cada sociedade lida com a energia não está vinculada, exclusivamente, às condições geográficas oportunizadas em cada território.
Ainda que, de início, as soluções para a obtenção de energia considere, de modo relevante, a dinâmica da paisagem, a relação do homem e da busca pela energia e sua utilização vão além da mera exploração para satisfazer uma necessidade essencial humana.
A eletricidade é fator indispensável para o desenvolvimento socioeconômico, tornando-se elemento essencial para o avanço tecnológico, além de peça importante para a construção econômica de várias nações. A geração, transmissão e uso final de energia são capazes de transformar regiões desocupadas ou pouco desenvolvidas em pólos industriais e grandes centros urbanos (ANEEL, 2005).
Neste sentido, para além de proporcionar superação de uma necessidade, a eletricidade e a forma como, ao longo do tempo, o homem lida com esse recurso determina, em larga medida, como qualquer sociedade poderá se desenvolver econômica e socialmente.
A produção de alimentos, a busca por soluções em saúde pública, a organização da informação, a transmissão de dados, o sistema financeiro, os tratados políticos e acordos internacionais são intermediados, direta ou indiretamente, pelo uso da eletricidade.
Neste sentido, perceber a importância e a dependência humana de tal fonte de energia torna-se imperativo para, sobretudo, se pensar em seu uso e conservação. No caso do setor elétrico, a coleta e sistematização de informações sobre disponibilidade de recursos energéticos, tecnologias e sistemas de geração, transmissão, distribuição e uso final de eletricidade é fundamental para a elaboração e execução das políticas relativas ao setor elétrico brasileiro (ANEEL, 2005).
Desta forma, fontes de energia alternativa – até mesmo para tentar proporcionar o acesso àqueles que ainda não o tem – que assegurem uma maior sustentabilidade frente ao uso dos recursos naturais e que propiciem utilização de energia renovável têm que ser pensadas (Goldemberg e Lucon, 2007).
Entre as outras tecnologias geradoras de eletricidade utilizadas no país estão a termonuclear, as termelétricas a gás natural e a óleo diesel, mas nenhuma delas contribui com uma porcentagem maior do que 7% do total. A introdução da biomassa, energia nuclear e gás natural reduziu a porcentagem da hidreletricidade de 92% em 1995 para 83% em 2002. A geração de eletricidade com biomassa (resíduos vegetais e bagaço de cana) em 2002 provinha de 159 usinas, com uma capacidade instalada de 992 MW, ou 8% da energia elétrica de origem térmica do país. A grande maioria dessas usinas (com cerca de 952 MW) está localizada no Estado de São Paulo e usa bagaço de cana, um subproduto da produção de açúcar e álcool. Ainda assim, é uma expressão pouco significativa da potencialidade – não somente de geração de energia como também de sustentabilidade do recurso – de tais fontes.
A matriz energética brasileira – apesar de superar a de muitos países desenvolvidos no reconhecimento e utilização de fontes de energia renovável – e sua diversificação dependem significativamente dos caminhos a serem tomados no processo de desenvolvimento econômico. Logo, quanto mais cidades industrializadas e recursos tecnológicos aplicados à agropecuária, além, é claro, da necessidade de maior infra-estrutura para movimentar a produção no país, maior também será a necessidade de geração, distribuição e utilização de energia.
Desta forma, as fontes renováveis poderiam corresponder aos quesitos de 1) suprir as necessidades cada vez mais proeminentes de energia para o crescimento econômico e social do país e 2) promover a sustentabilidade dos recursos não renováveis e a diminuição da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera.
As vantagens advindas da orientação anterior refletem-se, também, na qualidade de vida dos habitantes e no controle do cumprimento de protocolos para o uso austero dos recursos da natureza.

Bibliografia:

Atlas de energia elétrica do Brasil. 2ª ed. Brasília: ANEEL, 2005. Pags 23-26. Conteúdo capturado em http://www.aneel.gov/aplicacoes/atlas/index.html, acessado em 7/8/09.

Goldemberg, José & Lucon, Oswaldo. Energia e meio ambiente no Brasil. Estud. av., Abr 2007, vol.21, no.59, p.7-20.

Thursday, August 6, 2009

Semana 1 - Energia e Plano de ensino

Caros mestrandos,
Sejam bem-vindos!

Espero que vocês tenham um blogtime bem produtivo.
Este blog deve ser um espaço para discutir o papel da energia na sociedade, um espaço criativo e crítico.

Um abraço

Renata