Sunday, May 30, 2010

Imagens - Petróleo: velho ouro negro e a dependência mundial



























































Petróleo - Velho Ouro Negro e a Dependência Mundial

Petróleo - velho ouro negro e a dependência mundial

Grupo 01
Autora: Nanci Gharib Shehata
Revisores: Andrea Bartonelli, João Brasil, Cilma Azevedo e Paulo Silva

Reservas do Brasil e do Mundo

Segundo a British Petroleum, as reservas provadas, de melhor estimativa com cerca de 90% de confiabilidade, até 2005, eram de 1,2 trilhões de barris no mundo. O Brasil detém cerca de 1% e a Venezuela detém 80 bilhões de barris, perfazendo 7% do total. Se a Venezuela obtivesse a certificação da “Faixa de Orinoco”, as reservas seriam de cerca de 270 bilhões de barris, mesmo sendo de um petróleo pesado, tornariam o país “o maior” produtor mundial de petróleo do mundo, superando a Arábia Saudita, que atualmente detém 22% das reservas mundiais provadas.

Algumas Definições de Reservas:

• Reservas Provadas – Reservas de petróleo e gás natural que, com base na análise de dados geológicos e de engenharia, se estima recuperar comercialmente de reservatórios descobertos e avaliados, com elevado grau de certeza, e cuja estimativa considere as condições econômicas vigentes;
• Reservas Prováveis – Reservas de petróleo e gás natural cuja análise dos dados geológicos e de engenharia indica uma maior incerteza na sua recuperação quando comparada com a estimativa de reservas provadas;
• Reservas Possíveis – Reservas de petróleo e gás natural cuja análise dos dados geológicos e de engenharia indica uma maior incerteza na sua recuperação;
• Reservas Totais – Soma das reservas provadas, prováveis e possíveis;

Refino

Comparativo Internacional

A evolução da capacidade da atividade de refino, que por sinal é bem complexa podendo-se adotar vários tipos de processos físicos – químicos que objetivam a transformação e o beneficiamento mais nobre do petróleo para derivados do petróleo demandados pelo consumidor final, podem ser divididos em alguns fracionamentos e processos:

- Na primeira fase: é a destilação atmosférica, realizada em colunas de fracionamento de dimensões variadas e os derivados desse fracionamento são, os leves e médios, como o gás de refinaria, o GLP, a nafta, a gasolina, o querosene, o óleo diesel e o resíduo atmosférico;

• O craqueamento catalítico tem sido, por muitos anos, a principal unidade de conversão da refinaria, em função de melhorias contínuas em seu projeto mecânico, assim como nos catalisadores empregados;

• O coqueamento retardado é um processo que surgiu primeiramente para craquear resíduos com objetivo de produzir uma quantidade maior de gasóleo para craqueamento, contribuindo para aumento da produção de óleo diesel.

Cenários Mundiais

É um método estratégico que muitas organizações utilizam para realizar o seu planejamento de longo-prazo. O mais básico é formado pela geração de jogos de simulação para posterior tomada de decisão, que combinam fatos, dados, previsões sobre o futuro, tais como demografia, geografia, arranjos sócio-políticos, recursos a disposição e infra-estrutura, as quais são consideradas as forças diretoras do cenário.

Metodologia e Cenários Considerados

Alguns Cenários

• The Spirit of the Coming Age - Mostra um mundo de busca por novas fontes de energias, de inovações tecnológicas. O crescimento do uso de células combustíveis como fonte de energia gera uma rápida expansão da demanda por hidrogênio, carvão, petróleo e gás.

WETO - European Commission
Os combustíveis fósseis continuam com grande importância na matriz energética mundial, quanto aos preços internacionais de energia, o preço do petróleo atinge €29/ barril e €35/barril em 2020 e 2030, respectivamente.

Demanda e Preço do Petróleo

Com relação aos preços de petróleo, a tendência de queda no longo prazo em relação aos patamares atuais justifica-se pelo equacionamento, dos fatores, tanto conjunturais como estruturais. Dentre os quais se destacam a situação extremamente conflituosa do Oriente Médio, o crescimento acentuado da demanda mundial de derivados, com ênfase em países como China e EUA e os sucessivos desastres climáticos. A baixa capacidade dos países produtores da OPEP, o clima de tensão com relação ao terrorismo internacional e, um ambiente altamente especulativo por parte dos investidores nas bolsas internacionais de petróleo.

Políticas de Segurança da Agência Internacional de Energia

• O que está incluso no sistema de segurança energética de petróleo da AIE? Manutenção de estoques nacionais mínimos e planos para o uso coordenado com os seus membros e outros países não-membros, restrição de demanda, substituição de combustível, operação coordenada das organizações nacionais de emergência, testes das medidas de emergência e treinamento em situações em tempo real de emergências, bem como, sistema de realocação da oferta disponível se necessário.

• Qual o nível dos estoques recomendados?
Os membros da AIE mantêm em estoques algo como 4,1 bilhões de barris de estoques de barris públicos e privados, o que equivale à meta legal obrigatória de 90 dias de importação do ano anterior.

• O corte de fornecimento mais significativo até hoje foi durante a guerra entre o Irã e o Iraque, que acarretou uma restrição de 5.6 milhões de barris por dia durante seis meses.

• A agência acionou a chamada ação coordenada algumas vezes entre os seus membros. Em 1991 durante a guerra do Golfo e em outras ocasiões. O plano de contingência de 1991 tornou disponível cerca de 2.5 milhões de barris por dia dos estoques. Outro exemplo ocorreu durante a greve na Venezuela e em resposta aos danos provenientes do furacão Katrina, quando a Agencia tornou disponível cerca de 2 milhões de barris por dia dos estoques por 30 dias.

Segurança Energética no Horizonte 2030.

Ainda que o país produza o volume de petróleo consumido, é necessária a importação de certos tipos de óleos específicos de forma a que o refino possa melhor atender à demanda de derivados. No início da década passada o Brasil importava, em grande parte, petróleo oriundo do Oriente Médio. Assim, o volume importado reduziu-se significativamente nos últimos dez anos, sendo a Arábia Saudita o principal país fornecedor atualmente do Oriente Médio. Em 1995, os petróleos africanos, representavam cerca de 20% do total importado, em 2004, passaram a contribuir com 71%do total importado, com grande contribuição da Argélia e Nigéria. Da mesma forma que os petróleos do Oriente Médio, os petróleos africanos, são, geralmente, mais leves que o petróleo brasileiro. Da América do Sul, o principal país fornecedor de petróleo é a Argentina, sendo que a sua participação caiu muito nos últimos anos.

REFERÊNCIAS:

Atlas – Petróleo;
Energia, Recursos Naturais e a Pratica do Desenvolvimento Sustentável;
Matriz Energética Nacional 2030.
Velho ouro negro e nossa moderna dependência – Brasil

Grupo 1 : Andréa Bartonelli
Revisores: Brasil, Cilma, Paulo e Nancy


O QUE É PETRÓLEO?

O petróleo é um hidrocarboneto que surgiu a partir da decomposição de matéria orgânica, animais e enxofre que foi se sedimentando a milhares de anos no fundo dos oceanos, mares e lagos e, pressionados pelos movimentos da crosta terrestre deu origem nessa matéria oleosa denominada petróleo.
Somente a partir do século XIX, começou a extração do petróleo e seu uso em larga escala, tornando o principal produto da matriz energética mundial.
O petróleo é classificado de acordo com sua formação geológica, assim caracterizada:
-Base – conforme a predominância dos tipos hidrocarbonetos:
-base parafínica – são os hidrocarbonetos saturados, como o metano, propano e butano;
-base naftênica – são os hidrocarbonetos cíclicos saturados, como o resíduo asfáltico;
-base aromática – são os hidrocarbonetos cíclicos não saturados, como o benzeno e tolueno, utilizados nas petroquímicas.

-Densidade – utiliza-se a classificação da API (American Petroleum Institute), para aferir o grau de densidade dos óleos. Esses óleos são classificados em leves (maior de 30º API, em torno de 0,72 g/cm³), médios (em 21º a 30° API) e pesados (abaixo de 21º API, cerca de 0,92 g/cm³).
Os óleos leves são usados na produção de gasolina e GLP (gás liquefeito) e tem o maior valor econômico.

-Teor de Enxofre – os óleos são caracterizados como doces (sweet), quando o teor de enxofre é menor que 0,5% ou ácidos, com teor de enxofre maior que 0,5%.


RESERVAS E RECURSOS


As principais reservas mundiais de petróleo estão no Oriente Médio (64%), União Soviética e Europa, America Central e do Sul.
A reserva de petróleo brasileira é da ordem de 1100 milhões de toneladas, e a produção anual em torno de 74,4 milhões de toneladas. A exploração é feita pela Petrobras, empresa estatal brasileira, criada em 1953, com produção de 1,2 milhões de barris/dia, sendo a maior parte produzida pela principal reserva marítima brasileira, a Bacia de Campos, RJ.
O Brasil, com o passar do tempo, tornou-se uma das únicas nações a dominar a tecnologia de exploração petrolífera em águas profundas e ultras profundas.
Estabeleceu a partir de 2003, com a descoberta de outras bacias, uma nova alavancada na exploração e produção petrolífera, suprindo mais de 90% da demanda dessa fonte energética no país, conquistando a auto-suficiência e permitindo o desenvolvimento econômico e social.
A Petrobras e seu continuo estudo e prospecção em águas profundas , começou a delinear um novo campo de exploração petrolífera na chamada camada pré-sal (são reservas de petróleo encontradas a sete mil metros de profundidade, com poço em excelente estado de conservação). Ainda em estudo,e, atentos a concretização das estimativas, esse novo campo será capaz de duplificar o volume de produção de óleo e gás combustível, direcionando o país a mudar completamente sua economia.
Nessa linha, as novas descobertas do Pré-Sal ganham uma surpreendente dimensão estratégica para o Brasil, pois suas gigantescas reservas de petróleo leve serão exploradas e refinadas internamente, conduzindo o País a um grande crescimento da produção a nível global.
















A INDÚSTRIA DO PETRÓLEO NO BRASIL

A indústria do petróleo e gás natural é dividida em três grandes áreas, conforme sua cadeia energética:
-Upstream : pesquisa ou prospecção, perfuração/recuperação e desenvolvimento/produção;
-Middlestream : transporte – de upstream até o refino (unidade de processamento), importações/exportações, refino, transporte – de refino (unidade de processamento) até o downstream;
-Downstream : terminais/bases, transporte/distribuição e indústria petroquímica.











O USO DOS DERIVADOS DE PETRÓLEO NA GERAÇÃO DE ENERGIA

“Os combustíveis fósseis respondem por 81% da matriz energética global, mas o mundo já sabe que, no futuro, vai depender de fontes alternativas.”

A eletricidade gerada a partir dos derivados de petróleo (combustíveis fósseis), ocorre por meio da queima em caldeiras, turbinas e motores.
No Brasil, os mais usados são os geradores a diesel em usinas termelétricas, que suprem a energia elétrica nas comunidades da região norte isoladas do sistema elétrico nacional.
O uso de usinas termelétricas é pouco expressivo, uma vez que a base de nossa matriz energética é hidráulica, sendo utilizada principalmente para suprir as necessidades de energia nos momentos de aumento na demanda.
Em setembro de 2003 havia no Brasil, 412 usinas termelétricas em operação, o que significava uma geração de 4 193,72 MW.
Com relação aos impactos sócio-ambientais gerados pelas termelétricas, a emissão de poluentes na atmosfera, principalmente os gases de efeito estufa, como CO², CH4, N²0,
SO² e de materiais particulados, são os principais vilões para o aumento da temperatura média no planeta e alteração da sua biodiversidade.

– Usinas termelétricas a óleo combustível em operação no Brasil em janeiro de 2002
Fonte: ANEEL, 2002.









Referencias: - Análise Matriz Energética - 2030 – Petróleo,
- Atlas –Petróleo,
- Coleção Ambiental
Energia, Recursos Naturais e a Pratica do Desenvolvimento Sustentável
Lineu B dos Reis, Eliane A Amaral Fadigas, Claudio Elias Carvalho


Obs.: Infelizmente não consegui postar as imagens e gráficos.

Friday, May 28, 2010

Pré-sal e Riscos de acidentes

A explosão de uma plataforma da British Petroleum, ocorrida no golfo do México em abril, que matou 11 pessoas e derramou cerca de 20 milhões de litros de óleo no mar, fez o Executivo acelerar a elaboração do Plano Nacional de Contingência para Derramamento de Óleo, que pode chegar ao Congresso até julho.

25/05/2010 21:31

Acidente no golfo do México acelera plano de contingência do Brasil

Sarney Filho (D) tem dúvidas sobre a eficácia das ações preventivas do governo e da Petrobras. Foto: Leonardo Prado

Sarney Filho (D) tem dúvidas sobre a eficácia das ações preventivas do governo e da Petrobras. Foto: Leonardo Prado

A explosão de uma plataforma da British Petroleum, ocorrida no golfo do México em abril, que matou 11 pessoas e derramou cerca de 20 milhões de litros de óleo no mar, fez o Executivo acelerar a elaboração do Plano Nacional de Contingência para Derramamento de Óleo, que pode chegar ao Congresso até julho.

A informação foi dada pela diretora do Departamento de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Sérgia Oliveira, que participou nesta terça-feira de audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável sobre os reflexos do acidente no Brasil.

“Esse acidente veio mobilizar mais as pessoas para concluir os trabalhos. É um decreto que já tem uma minuta bastante avançada e esperamos que, até junho ou julho, já tenhamos um documento bastante trabalhado para ser apresentado”, informou. Segundo ela, o plano nacional é o último plano a ser acionado no caso de um acidente.

Tecnologia
Na audiência, Petrobras e Ministério do Meio Ambiente admitiram que é necessário investir em tecnologia e legislação para prevenir grandes acidentes na exploração de petróleo. A Petrobras doou equipamentos para conter o vazamento no Golfo do México e mantém um funcionário na comissão que investiga o acidente, a fim de estudar a possibilidade de inovações tecnológicas preventivas.

O gerente de segurança da empresa, Ricardo Azevedo, garante que os equipamentos e planos de emergência disponíveis já deixam a Petrobras em situação de destaque quanto à prevenção e à resposta diante de um acidente. “A história mostra que um grande acidente que ocorre na indústria de petróleo leva a grandes mudanças, principalmente na melhoria da segurança e da prevenção. Estamos hoje em nível de excelência na capacidade de resposta a acidentes”, garantiu.

Nas áreas de prevenção e contingência, a Petrobras conta com 10 centros de defesa ambiental e 13 bases avançadas, dotadas de um total de 30 embarcações de grande porte, 130 embarcações de apoio, 150 quilômetros de barreiras de contenção de óleo, 120 quilômetros de barreiras de absorção, 200 mil litros de dispersantes e 400 pessoas treinadas na aplicação de quatro diferentes planos emergenciais.

A estatal, informou Azevedo, investe em segurança desde 2000, quando ocorreram vazamentos de óleo na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, e no rio Iguaçu, no Paraná. Sérgia Oliveira lembrou que o governo cobra ações preventivas desde o processo de licenciamento ambiental dos empreendimentos. Anualmente, o órgão promove cerca de 40 simulações de execução dos planos de emergência das empresas petrolíferas.

Pré-sal
Coordenador da Frente Ambientalista, o deputado Sarney Filho (PV-MA) afirmou que ainda tem dúvidas sobre a eficácia das ações preventivas do governo e da Petrobras, sobretudo diante da exploração no pré-salO termo pré-sal refere-se a um conjunto de rochas no fundo do mar com potencial para a geração e acúmulo de petróleo localizadas abaixo de uma extensa camada de sal. Os reservatórios brasileiros nessa camada estão a aproximadamente 7 mil metros de profundidade, em uma faixa que se estende por cerca de 800 km entre o Espírito Santo e Santa Catarina.. O deputado avalia que o acidente no golfo do México deixa lições importantes a serem seguidas no Brasil. “Eu acho que nem o Brasil nem a Petrobras estão preparados para um acidente dessas proporções no pré-sal. Temos que lamentar esse acidente e tirar lições dele”, avaliou.

Ricardo Azevedo ressaltou que a Petrobras sempre foi pioneira em atividades em águas profundas. “A diferença é que o pré-sal está localizado em pontos bem mais longe da costa. E isso, a certo ponto, até que traz uma vantagem, entre aspas, porque se tem mais tempo de atuar no caso de a deriva de mancha ir no sentido da costa”, avaliou.

Reportagem – José Carlos Oliveira/Rádio Câmara
Edição – Maria Clarice Dias

Agência Câmara de Notícias

Em entrevista à Rádio Câmara, o gerente de Segurança da Petrobras tenta tranquilizar deputados sobre risco de acidente no pré-sal

19:35 - Gerente da Petrobras tenta tranquilizar deputados sobre risco de acidente no pré-sal (3′26”)

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Petrobras e Ministério do Meio Ambiente admitem a necessidade de novas tecnologia e legislação para prevenir grandes acidentes na exploração de petróleo.

O tema foi debatido em audiência pública da Comissão de Meio Ambiente sobre os reflexos, no Brasil, da explosão de uma plataforma da British Petroleum, ocorrida no golfo do México, em abril. O acidente matou 11 pessoas, derramou cerca de 20 milhões de litros de óleo no mar e deixou um rastro incalculável de destruição ambiental na região do golfo.

A Petrobras doou equipamentos para conter o vazamento e mantém um funcionário na comissão que investiga o acidente, a fim de estudar a possibilidade de inovações tecnológicas preventivas. Por enquanto, o gerente de segurança da empresa, Ricardo Azevedo, garante que os equipamentos e planos de emergência disponíveis já deixam a Petrobras em situação de destaque quanto à prevenção e à resposta diante de um acidente.

“A história mostra que um grande acidente que ocorre na indústria de petróleo leva a grandes mudanças, principalmente na melhoria da segurança e da prevenção. Mas a gente sabe que, em termos de segurança e de prevenção, a gente está no topo. Pode acontecer acidente? Pode. E, para isso, a gente também está hoje em nível de excelência na nossa capacidade de resposta a acidentes.”

Nas áreas de prevenção e contingência, a Petrobras conta com 10 centros de defesa ambiental e 13 bases avançadas, dotadas de um total de 30 embarcações de grande porte, 130 embarcações de apoio, 150 quilômetros de barreiras de contenção de óleo, 120 quilômetros de barreiras de absorção, 200 mil litros de dispersantes e 400 pessoas treinadas na aplicação de quatro diferentes planos emergenciais. Ricardo Azevedo procurou tranquilizar os deputados quanto aos riscos da futura exploração do petróleo na camada pré-sal.

“A Petrobras sempre foi pioneira em atividades em águas profundas. A diferença é que o pré-sal está localizado em pontos bem mais longe da costa. E isso, a certo ponto, até que traz uma certa vantagem, entre aspas, porque se tem mais tempo de atuar no caso de a deriva de mancha ir no sentido da costa.”

A diretora do departamento de qualidade ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Sérgia Oliveira, lembrou que o governo cobra ações preventivas desde o processo de licenciamento ambiental dos empreendimentos.

Anualmente, o órgão promove cerca de 40 simulações de execução dos planos de emergência das empresas petrolíferas. Segundo Sérgia, o acidente no golfo do México fez o Executivo acelerar a elaboração do Plano Nacional de Contingência para Derramento de Óleo, que também deve passar pela análise do Congresso Nacional.

“Esse acidente veio mobilizar mais as pessoas para concluir os trabalhos. É um decreto que já tem uma minuta bastante avançada e esperamos que, até junho ou julho, a gente já tenha um documento bastante trabalhado para ser apresentado. O Plano Nacional de Contingência é o último plano a ser acionado no caso de um acidente. Primeiro, aciona-se o plano de emergência individual; depois, o plano de área [geográfica]; e, se for o caso, o plano de contingência nacional. A grande complexidade dele se deve justamente à necessidade de promover ações integradas de vários atores para a atuação, no caso de acidente.”

Coordenador da Frente Ambientalista, o deputado Sarney Filho, do PV maranhense, ainda tem dúvidas sobre a eficácia das ações preventivas do governo e da Petrobras, sobretudo diante da exploração no pré-sal. O deputado avalia que o acidente no golfo do México deixa lições importantes a serem seguidas no Brasil.

De Brasília, José Carlos Oliveira

terça-feira, 25 de maio de 2010

Rádio Câmara

Tuesday, May 25, 2010

Empresas começam a explorar a energia dos oceanos comercialmente

O processo de gerar energia renovável a partir das águas do oceano por meio da Conversão de Energia Térmica Oceânica, conhecida como OTEC (na sigla em inglês), vem sendo estudado a quase um século mas, embora várias usinas-piloto tenham sido construídas para provar que a tecnologia funciona, ela nunca foi colocada em operação comercial. Agora, entretanto, apesar dos altos custos envolvidos, várias companhias estão trabalhando para desenvolver projetos comerciais.

A OTEC gera energia explorando o diferencial de temperatura entre a água quente da superfície e a água fria das profundezas do oceano. A água da superfície é bombeada através de um trocador de calor, onde atinge um fluido com ponto de ebulição muito baixo, como a amônia, que se expande ao evaporar. O gás vaporizado move as turbinas que produzem eletricidade, antes de ser bombeado para um condensador, onde é resfriado pela água fria dos oceanos, fazendo com que retorne ao seu estado líquido. O líquido é então bombeado de volta para o trocador de calor com água quente para repetir o ciclo.

Para funcionar eficientemente, a tecnologia exige uma temperatura diferencial de pelo menos 20 graus Celsius. Ela pode ser encontrada em grandes extensões dos mares tropicais. "Cada grau adicional ajudará a produzir 15% mais energia", diz Philippe Dubau, gerente geral da Pacific Otec, subsidiária da Pacific Petroleum, uma distribuidora de derivados de petróleo na Polinésia Francesa, Nova Caledônia e Vanuatu que vem entrando na setor da energia renovável.

De acordo com Kevin Joyce, consultor de energias renováveis da Black & Veatch, em Overland Park, Kansas, uma das características mais interessantes dessa tecnologia é que, diferentemente da maioria das fontes de energia, ela pode garantir um nível mínimo de fornecimento estável e confiável.

"Isso geraria eletricidade 24 horas por dia de uma forma previsível e confiável", diz Joyce. "Outras tecnologias renováveis com esse tipo de recurso potencial, como a energia eólica ou solar, são intermitentes, o que significa que elas precisam da energia convencional para cobrir as falhas no fornecimento."

Às vezes, diz ele, isso significa ter de construir mais usinas elétricas convencionais de resposta rápida para fornecer energia ao sistema quando as fontes renováveis falham. A OTEC, por outro lado, "pode evitar essa necessidade e até mesmo substituir algumas de nossas usinas de fornecimento constante".

"Isso significa que há mais potencial para a redução de CO2 do que muitas outras tecnologias renováveis", diz Joyce. E também existem outras vantagens. "A tecnologia é compacta em comparação à que é necessária para energia eólica ou solar", diz ele, acrescentando que a usina ficará "no meio do oceano e longe da vista."

A Pacific Otec está trabalhando com a DCNS, uma companhia de arquitetura naval e construção militar do governo francês, e a Xenesys, uma companhia japonesa especializada em dessalinização e na tecnologia de conversão de energia térmica, num estudo de viabilidade para uma usina comercial de OTEC no Taiti. O apoio financeiro para o projeto é fornecido pelos governos da França e da Polinésia Francesa, que estão pagando 50% e 18%, respectivamente, do custo do estudo de viabilidade.

O projeto tem como objetivo construir uma plataforma oceânica de OTEC, com uma capacidade de geração de 10 megawatts-hora, que será conectada à rede elétrica do Taiti e poderá produzir eletricidade suficiente para suprir 10% da demanda das ilhas", disse Dubau.

"Estamos na mesma situação que as pessoas que construíram o primeiro motor a vapor", diz ele. "Ainda há um caminho muito longo e difícil à frente, mas se conseguirmos, poderemos fazer algo interessante e relevante em termos de fornecimento de energia e água para as comunidades, então vale a pena tentar."

O projeto do Taiti colocará uma usina OTEC de 25 metros de altura e submersa a 25 metros abaixo da superfície para evitar as ondas altas e correntezas fortes.

"Abaixo do nível do mar é muito mais estável", disse Dubau. "O estudo de viabilidade não é para a tecnologia; nós sabemos que ela funciona. Também sabemos que o projeto da usina está correto. Mas o que precisamos fazer agora é projetar o melhor sistema energético considerando os dados do ambiente local; projetar a integração do processo no tipo de plataforma escolhida; e, é claro, estudar a viabilidade econômica do projeto inteiro."

O trabalho de design e engenharia do estudo que durará um ano será supervisionado pela DCNS, e a Xenesys fornecerá a tecnologia do sistema de geração. Depois da fase da viabilidade, a DCNS deverá assumir um contrato para construir uma usina comercial, diz ele.

A ciência por trás da conversão de energia térmica foi explorada pela primeira vez na França no final do século 19 e uma usina experimental de OTEC foi construída e brevemente operada por um engenheiro francês, Georges Claude, em Cuba em 1930. Nos anos 70, durante a primeira crise do petróleo, vários países começaram a olhar mais seriamente para a tecnologia. Uma usina de teste foi construída com financiamento do governo norte-americano em Keahole Point no Havaí, e outra pela Tokyo Electric Power do Japão, na ilha de Nauru.

Nos anos 80, entretanto, os preços do petróleo caíram, e a atenção se desvaneceu.

"Não fazia sentido na época desenvolver a tecnologia", disse Dubau. "Ela ainda é extraordinariamente cara porque exige muita inovação, não só no processo propriamente dito mas também na tubulação."

Como a tecnologia usa um volume muito grande de água fria das profundezas do oceano, ela exige uma tubulação extremamente longa e de calibre largo. "São necessários materiais especiais para construir tubulações com três a cinco metros de diâmetro, o que é extraordinariamente grande, e os canos precisam ir até cerca de mil metros de profundidade, para pegar a água fria", diz Dubau.

Michinaga Takeda, engenheiro da Xenesys para o projeto do Taiti, disse que sua companhia também havia feito alguns estudos preliminares para uma usina OTEC em terra em Cuba que utilizaria o calor dispensado por uma indústria de energia térmica para aumentar a temperatura da água da superfície do mar. Ele disse que a combinação da construção em terra e o uso do calor reciclado poderia resultar em custos menores e maior eficiência; mas o projeto foi interrompido por causa da dificuldade do governo cubano de encontrar fontes externas de financiamento.

Nos Estados Unidos, uma equipe de desenvolvimento de energias alternativas da Lockheed Martin está trabalhando atualmente no projeto de uma usina piloto, com uma capacidade de geração de energia de 5 a 10 megawatts, que poderá funcionar no Havaí em 2014. Mas embora o sistema tenha o mesmo tamanho do estudo de viabilidade da Pacific Otec no Taiti, o protótipo da Lockheed Martin servirá para validar tecnologias para usinas de OTEC muito maiores, com capacidade de gerar mais de 100 megawatts.

Usinas de OTEC maiores poderão se beneficiar com as lições aprendidas na construção e operação da usina piloto, antecipando melhorias como estratégias de manutenção, melhor monitoramento e controle do ciclo termodinâmico, diz Ted Johnson, diretor de desenvolvimento de energia alternativa da Lockheed Martin. A usina piloto também ajudaria a determinar o custo e os riscos técnicos de construir usinas bem maiores, com capacidade para 100 megawatts ou mais.

"Acho que nossa abordagem é diferente da deles", disse Dubau. "Os EUA querem usar essas usinas para gerar eletricidade para sua base militar em Guam e Diego Garcia, por exemplo. Nós estamos querendo uma usina bem menor que atenderá às necessidades da pequena comunidade das ilhas."


 

Fonte: Sonia Kolesnikov Jessop - Herard Tribune

Energia Solar

Energia Solar para um mundo sustentável versus o colosso dos Bicombustíveis no Brasil

Pesquisando dados sobre a matriz energética Brasileira percebemos que a energia solar não foi considerada como uma fonte de energia importante. Da mesma maneira, não se encontra na literatura ou nas intenções do governo um impulso relevante para a geração deste tipo de energia no Brasil comparando com o incentivo dado a outras formas de fontes energéticas como o petróleo (pré-sal) e os bicombustíveis (ver tabela 1).

Tabela 1. Energia: Brasil x Mundo.

----------------------Brasil(%)-- Mundo (%)
Petróleo e Derivados--43,2--------34,9
Biomassa--------------27,---------11,5
Eletricidade----------13,6--------2,3
Gás Natural-----------7,5---------21,0
Carvão----------------6,6---------23,5
Urânio----------------1,9---------6,8

Tabela comparativa da matriz energética brasileira e mundial, segundo Flavio Fernandes e Edmilson Moutinho dos Santos. BEN (2004):

Esta é uma tendência contraria ao que acontece na Europa, Ásia e nos Estados Unidos onde se está subsidiando a produção e as pesquisas de energia de emissores de baixo carbono como a solar, eólica e nuclear. A questão ultrapassa o âmbito tecnológico do desenvolvimento de fontes de energia limpa, trata-se de uma opção estratégica associado às estruturas do poder econômico deste país. Se analisarmos com atenção, veremos que podemos mais uma vez estar permanecendo numa posição terceiro mundista ao descartar o avanço de novas formas limpas de energia e ao contrario imobilizar a criatividade e sonhos de tantos jovens pesquisadores que poderiam focar suas pesquisas em novas soluções energéticas para o país.

Para entender melhor esta situação é essencial considerarmos os cenários futuros próximos ao esgotamento do petróleo e da destruição de floresta amazônica e cerrado, nas ditas novas fronteiras da cana de açúcar, soja e pastos. Não precisamos ser nenhum vidente para perceber que as ações focadas nos bio-combustíveis que, utilizam grandes área de plantio terão conseqüências irreversíveis para nosso ambiente e sociedade. Segundo Frei Betto no seu texto necro-combustiveis "vamos nutrir carros e desnutrir pessoas"; certamente a situação mudou desde a publicação do texto em 2006 até os nossos dias com a implementação de técnicas de mecanização e o maior controle no uso de mão de obra escrava nas lavouras de cana de açúcar. Porém o ponto fundamental não se alterou: a expansão da cana de açúcar avança no país, segundo frei Betto "O governo brasileiro precisa livrar-se da sua síndrome de Colosso (a famosa tela de Goya). Antes de transformar o país num imenso canavial e sonhar com a energia atômica, deveria priorizar fontes de energia alternativa abundantes no Brasil, como hidráulica, solar e eólica. E cuidar de alimentar os sofridos famintos, antes de enriquecer os "heróicos" usineiros".

Infelizmente esta percepção, no atual momento da conjuntura do país, é irrelevante e as conseqüências serão vista num futuro próximo. A destruição e esgotamento do nosso ambiente serão considerados como um mal necessário para o desenvolvimento do país, da mesma forma que é considerado a construção das centrais hidroelétricas em plena floresta amazônica, um mal necessário. A pergunta que propomos é a seguinte: Este quadro é irreversível? Politicamente o movimento ruralista atua buscando desarticular o código florestal, justificando a incapacidade do código em atender as necessidades dos grandes e pequenos produtores rurais. O resultado pode ser a destruição da Amazônia e a degradação de outros biomas. Será preciso que os jovens e cidadãos conscientes do país façam uma grande campanha de mobilização para mudar este quadro de destruição de nossas riquezas florestais e combate ao aquecimento global.

Importância da energia solar no mundo:

Levantamos a seguir alguns pontos de interesse referentes à energia solar neste momento no mundo:

1. O presidente Obama visitou Fremont, California para apoiar o departamento de Energia que financiou US$ 535 milhões a Solyndra, Inc. para a construção de uma planta industrial de energia solar com capacidade e escala comercial.

2. O Secretario de Comercio dos Estados Unidos visitou no dia 21 de maio de 2010 a United Solar Ovonic’s Manufacturing Facility em Tianjin, China uma joint venture entre Tianjin, China e Auburn Hills, Mich. USA. Esta Fabrica manufatura laminas muito finas de um filme que converte a luz solar em energia com um potencial de produzir 15 MW de capacidade e espaço suficiente para expandir até 60 MW. Esta solução vai apoiar a oferta de energia renovável para a China do século XXI. A referida viagem fez parte da missão comercial do primeiro escalão da Administração Obama.

As altas esferas das administrações dos dois países China e USA consideram estratégico criar postos de trabalho e reduzir a emissão de carbono na atmosfera nos dois países.

3. O Dr. Jeffrey Sachs Diretor, The Earth Institute de Columbia University e considerado uma das 100 personalidades mais influentes do mundo, em uma vídeo conferencia, diz o seguinte:

“Existem muitas opções para o futuro da energia mundial. Penso que olhando o futuro próximo, a energia solar será uma promessa fenomenal especialmente para os lugares mais pobres. Geralmente, nos trópicos, existe muito brilho solar e paralelamente muito pouco mais em termos de energia existente. Mas com os avanços em energia concentrada termo-solar, fotovoltaicas solares concentradas, o mundo tem oportunidades tremendas, tremendas. Depois de tudo, os desertos do mundo, o Saara, O Atacama, o Mohave, o Gobi podem proporcionar suficiente eletricidade para vastas e populosas regiões do mundo e fazer isto em forma limpa e sustentável, ao menos, por 5 bilhões de anos de acordo com os Físicos. Teríamos energia por um bom, longo tempo, limpa e com um sistema seguro que seria realmente o ponto de despegue para muitas das mais pobres regiões do mundo. ver os seguintes vídeos:

http://bigthink.com/jeffreysachs e a iniciativa na produção de energia limpa para 2050 destinada a Europa e Oriente Medio a partir de uma combinação de tecnologias: a Desertec Foundation.




Tecnologias limpas contra o aquecimento global.

Novamente Jeffrey Sachs nos indica que as tecnologias atualmente consideradas de baixa emissão de carbono, uma das mais adequadas é a geração de eletricidade termo-solar. Para isto se requer mais pesquisa cientifica aplicada, mudanças regulatórias, infra-estrutura apropriada, aceitação do público e grandes investimentos que promovam a diminuição de custos a longo prazo.

Com relação à energia solar existem três tipos de tecnologias a serem melhoradas:

1.A geração de eletricidade fotovoltaica-solar mediante um sistema que concentra a luz solar em superfícies fotovoltaicas com electrons como condutores.

2.A geração de energia termo-solar, concentra grandes áreas de luz solar numa área menor. Produz calor renovável ou eletricidade especialmente com o vapor produzindo eficiência termo dinâmica.


Alguns dos principais aparelhos Dish Stirling engine e Fresnel Solar One em Nevada instalada em 1981 produzem 10MW. Notemos a diferença entre estas tecnologias já instaladas com a que se estão sendo implementada em Tianjin, China de 60 MW. Vejam as fotos a seguir:

3.A conversão de luz solar para o combustível.

Segundo um estudo da Greenpeace estima-se que em 2050 25% da energia mundial será extraída da concentração da luz solar em função da redução dos custos por MW produzido. A NSTC nos EE UU estima que para 2012, 10% da energia gerada deve vir de fontes renováveis e para 2025 isto passará para 25%. Isto porque será constantemente disponível, livre de tensões geopolíticas e sem ameaças ao meio ambiente. As pesquisas estão sendo aperfeiçoadas com a inclusão da nanotecnologia.

Os indicadores de sucesso estipulados nos EE UU pela NSCT através da sua comissão de Nano tecnologia, indicam o que se espera das pesquisas e dos novos investimentos:

Para a geração de eletricidade fotovoltaica-solar:

A próxima geração de aparelhos fotovoltaicos solares terá uma eficiência de 60%,
A síntese e medição da infra-estrutura para fabricação dos aparelhos da próxima geração estará completada, acontecerá um incremento no mercado destes aparelhos. Estima-se que o mercado mundial chegará a US$ 51 bilhões.

Para A geração de energia termo-solar:

A incorporação de nano partículas na transferência de fluídos para conseguir uma coleção, deposito e transporte do calor gerado por meio do sol, desenvolvimento de novos materiais nano estruturados com alta condutividade elétrica e baixa condutividade de calor para lograr uma alta eficiência de conversão termoelétrica de calor para eletricidade.

Para a conversão luz solar para combustível:

Nova tecnologia que permita estratégias avançadas de produção de biocombustíveis,

Reatores robustos movidos por luz solar que convertam a água e o dióxido de carbono em combustível de alta densidade energética,

Aumento na eficiência de produção de biomassa – por um fator de 10 – de tal maneira que se possa requerer menores espaços de terra para produzir biocombustiveis celulósicos.

Sobre as outras formas de energia para o Brasil

O físico José Goldemberg, professor da USP e especialista em recursos energéticos argumenta “Não podemos tratar esse recurso de forma exclusivista. Apostar todas as fichas no pré-sal é perigoso...O que está se esgotando é o petróleo ‘fácil’, restará o de difícil acesso, que exige tecnologia de vanguarda....A perfuração de um poço no pré-sal pode consumir entre US$ 100 e US$ 500 milhões, e a taxa de sucesso pode não ser tão alta.” Cedo ou tarde o petróleo deve acabar, o clima deve ter mudado e os governantes terão que justificar-se perante a sociedade.

Por outra parte, as mudanças climáticas e o aumento da concentração de CO² aliados aos avanços tecnológicos poderão proporcionar um aumento significativo na produção de cana-de-açúcar no país, nos próximos 70 anos. Cientistas da USP estimam que a produção poderá atingir 120 toneladas por hectare em 2080. A estimativa é feita no estudo “Mudanças climáticas e a expectativa de seus impactos na cultura da cana-de-açúcar na região de Piracicaba”, apresentado pela engenheira ambiental Júlia Ribeiro Ferreira Gouvea, como dissertação de mestrado .

No documento da G8+5 , em maio de 2009, declara que há uma estreita relação entre as mudanças climáticas e a transformação das tecnologias para um futuro livre de carbono. Segundo o relatório a oferta de energias sustentáveis são um dos grandes desafios cruciais para o futuro da humanidade. E sinaliza ainda, que os serviços de energia básica deveriam ficar disponíveis para todas as populações do mundo.

A transição deve ser para uma economia eficiente em energia de baixo carbono ampliando pesquisas e desenvolvimento para mitigar e adaptar as tecnologias existentes. Isto quer dizer que as novas fontes de energia só poderão ser aplicadas com mudanças e adaptação das tecnologias atuais. Por tanto, são necessários investimentos em tecnologias com energias renováveis como energia solar, eólica, geotermais, bicombustíveis e o poder das ondas marinhas. Ao mesmo tempo será necessário assegurar a adequada oferta de gás natural assim como o desenvolvimento de usinas seguras de energia nuclear.

“Os desafios para realizar uma economia sustentável de energia solar são significativos; as metas só podem ser atingidas mediante ciência e tecnologia transformacional que será alcançada mediante um esforço inter agencial concertado.

Monday, May 24, 2010

Energia Solar

A fonte primária de energia do planeta é o Sol, outras fontes energéticas utilizada pelo homem são indiretamente provenientes da energia solar (ANEEL 2005). Somente para citar alguns exemplos de fontes de energia elétrica mais utilizadas no Brasil, a energia hidroelétrica é proveniente da força potencial da coluna d’água que adquire esse potencial após perder parte da energia que a fez evaporar, energia solar claro, e cai em forma de chuva em um local mais alto mantendo energia potencial suficiente para gerar energia elétrica. Outro exemplo importante é o carvão natural e petróleo ambos provenientes da fossilização de matéria orgânica, geralmente vegetal. A fotossíntese utiliza energia solar, gás carbônico e água para a produção de carboidratos que por sua vez são materia prima para várias outras biomoléculas, todas passíveis de fossilização em condições adequadas. Esses são poucos exemplos de como a energia solar já é utilizada mesmo que indiretamente pela população humana.

A energia proveniente do Sol pode também ser utilizada diretamente para aquecer água, produzir energia elétrica, etc. No mundo os avanços na utilização da energia solar para a produção de energia elétrica tem avançado enormemente, exemplo disso são as várias competições entre universidades, principalmente na corrida de veículos solares.

A utilização de energia solar é dependente de algumas variáveis como a estação do ano, nebulosidade e inclinação do planeta em relação ao eixo imaginário de rotação do planeta. Os locais próximos dos pólos são os menos indicados já que durnate boa parte do ano recebem pouca insolação, inverno. Os locais mais adequado são os próximos ao equador que possuem grande insolação, porém a nebulosidade pode ser um problema, por exemplo a amazônia que apesar de estar na linha central do planeta, por sua vegetação, possui grande quantidade de vapor de água na atmosfera que causa nebulosidade alta. Comparativamente o deserto do Saara com a mesma latitute porém sem vegetação exuberante possui um grau de insolação muito alto.

No Brasil a disponibilidade solar é muito grande na maior parte do ano, mesmo nos estados do Sul, mais frios e nos estados no norte, com grande grau de insolação a média de insolação diária é de três horas, em outros locais pode chegar a 9 horas diárias (ANEEL 2005) porém o grau de conversão para energia elétrica é baixa (Fernandes et al 2010).

O Brasil tem investido na utilização de seu potencial solar com vários projetos, inclusive com parcerias com outros países com a Alemanha. Esses projetos prevêem desde utilizações simples com aquecimento de ambientes e de água e iluminação natural até objetivos mais complexos como a conversão direta em energia elétrica. Contudo ao analisar o documento Matriz energética Nacional 2030 (2007) cujo responsável legal é o Ministério de Minas e Energia e tem como objetivo ser um instrumento privilegiado para se simular diferentes cenários de mercado e avaliar seus efeitos: gargalos de infra-estrutura, vulnerabilidades sistêmicas, riscos ambientais, oportunidades de negócios, impactos de políticas públicas etc, trás a seguinte informação:

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Como pode ser visto a produção de energia previsto para 2030, última coluna, é mais de três vezes a de 1990 e que a previsão para utilizar a energia solar para suprir essa demanda seria cinquenta vezes maior. Contudo fazendo uma avaliação mais atenciosa vemos que em comparação com 1990 o uso da energia térmica (carvão, gás natural, Biomassa) será mais de três vezes maior. Isso mostra que até 2030 o uso de tecnologias antigas e poluentes ainda será favorecida em detrimento ao avanço de novas tecnologias mais limpas.

A utilização de novas tecnologia devem ser incentivadas, mesmo que atualmente sejam caras e de difícil implementação, o avanço tecnológico permite que se tornem baratas e de fácil acesso. O governo brasileiro deveria se concentrar no desenvolvimento de tecnologias de base que permitam o avanço de tecnologias aplicadas.




Bibliografia:


ANEEL-Agencia Nacional de Energia Elétrica, 2005. Atlas de energia elétrica do Brasil. 2. ed - Brasília: 243p.


Brasil. Ministério de Minas e Energia, 2007. Matriz Energética Nacional 2030 / Ministério de minas e Energia; colaboração Empresa de Pesquisa Energética. Brasília : MME: EPE, 2007. 254p.


Fernandes, C.A.O. e Guaronghi V.M. maio de 2010. http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/esolar/esolar.html.


necro-combustíveis por Frei Betto

Promovendo fome mundial e a destruição da Natureza
A realidade negra dos bio-combustíveis


O prefixo grego bio significa vida; necro, morte. O combustível extraído de plantas traz vida? No meu tempo de escola primária, a história do Brasil se dividia em ciclos: pau-brasil, ouro, cana, café etc. A classificação não é de todo insensata. Agora estamos em pleno ciclo dos agrocombustíveis, incorretamente chamados de biocombustíveis. Este novo ciclo provoca o aumento dos preços dos alimentos, já denunciado por Fidel Castro.

Estudo da OCDE e da FAO, divulgado a 4 de julho, indica que "os biocombustíveis terão forte impacto na agricultura entre 2007 e 2016." Os preços agrícolas ficarão acima da média dos últimos dez anos. Os grãos deverão custar de 20 a 50% mais. No Brasil, a população pagou três vezes mais pelos alimentos no primeiro semestre deste ano, se comparado ao mesmo período de 2006.

Vamos alimentar carros e desnutrir pessoas. Há 800 milhões de veículos automotores no mundo. O mesmo número de pessoas sobrevive em desnutrição crônica. O que inquieta é que nenhum dos governos entusiasmados com os agrocombustíveis questiona o modelo de transporte individual, como se os lucros da indústria automobilística fossem intocáveis.

Os preços dos alimentos já sobem em ritmo acelerado na Europa, na China, na Índia e nos EUA. A agflação - a inflação dos produtos agrícolas - deve chegar, este ano, a 4% nos EUA, comparada ao aumento de 2,5% em 2006. Lá, como o milho está quase todo destinado à produção de etanol, o preço do frango subiu 30% nos últimos doze meses. E o leite deve subir 14% este ano. Na Europa, a manteiga já está 40% mais cara. No México, houve mobilização popular contra o aumento de 60% no preço das tortillas, feitas de milho.

O etanol made in USA, produzido a partir do milho, fez dobrar o preço deste grão em um ano. Não que os ianques gostem tanto de milho (exceto pipoca). Porém, o milho é componente essencial na ração de suínos, bovinos e aves, o que eleva o custo de criação desses animais, encarecendo derivados como carne, leite, manteiga e ovos. Como hoje quem manda é o mercado, acontece nos EUA o que se reproduz no Brasil com a cana: os produtores de soja, algodão e outros bens agrícolas abandonam seus cultivos tradicionais pelo novo "ouro" agrícola: o milho lá, a cana aqui. Isso repercute nos preços da soja, do algodão e de toda a cadeia alimentar, considerando que os EUA são responsáveis por metade da exportação mundial de grãos.

Nos EUA, já há lobbies de produtores de bovinos, suínos, caprinos e aves pressionando o Congresso para que se reduza o subsídio aos produtores de etanol. Preferem que se importe etanol do Brasil, à base de cana, de modo a se evitar ainda mais a alta do preço da ração. A desnutrição ameaça, hoje, 52,4 milhões de latino-americanos e caribenhos, 10% da população do Continente. Com a expansão das áreas de cultivo voltadas à produção de etanol, corre-se o risco dele se transformar, de fato, em necrocombustível - predador de vidas humanas.

No Brasil, o governo já puniu, este ano, fazendas cujos canaviais dependiam de trabalho escravo. E tudo indica que a expansão dessa lavoura no Sudeste empurrará a produção de soja Amazônia adentro, provocando o desmatamento de uma região que já perdeu, em área florestal, o equivalente ao território de 14 estados de Alagoas. A produção de cana no Brasil é historicamente conhecida pela superexploração do trabalho, destruição do meio ambiente e apropriação indevida de recursos públicos. As usinas se caracterizam pela concentração de terras para o monocultivo voltado à exportação. Utilizam em geral mão-de-obra migrante, os bóias-frias, sem direitos trabalhistas regulamentados. Os trabalhadores são (mal) remunerados pela quantidade de cana cortada, e não pelo número de horas trabalhadas. E ainda assim não têm controle sobre a pesagem do que produzem.

Alguns chegam a cortar, obrigados, 15 toneladas por dia. Tamanho esforço causa sérios problemas de saúde, como câimbras e tendinites, afetando a coluna e os pés. A maioria das contratações se dá por intermediários (trabalho terceirizado) ou "gatos", arregimentadores de trabalho escravo ou semi-escravo. Após 1850, um escravo costumava trabalhar no corte de cana por 15 a 20 anos. Hoje, o trabalho excessivo reduziu este tempo médio para 12 anos. O entusiasmo de Bush e Lula pelo etanol faz com que usineiros alagoanos e paulistas disputem, palmo a palmo, cada pedaço de terra do Triângulo Mineiro. Segundo o repórter Amaury Ribeiro Jr, em menos de quatro anos, 300 mil hectares de cana foram plantados em antigas áreas de pastagens e de agricultura. A instalação de uma dezena de usinas novas, próximas a Uberaba, gerou a criação de 10 mil empregos e fez a produção de álcool em Minas saltar de 630 milhões de litros em 2003 para 1,7 bilhão este ano.

A migração de mão-de-obra desqualificada rumo aos canaviais - 20 mil bóias-frias por ano - produz, além do aumento de favelas, o de assassinatos, tráfico de drogas, comércio de crianças e de adolescentes destinados à prostituição. O governo brasileiro precisa livrar-se da sua síndrome de Colosso (a famosa tela de Goya). Antes de transformar o país num imenso canavial e sonhar com a energia atômica, deveria priorizar fontes de energia alternativa abundantes no Brasil, como hidráulica, solar e eólica. E cuidar de alimentar os sofridos famintos, antes de enriquecer os "heróicos" usineiros.

Fonte: Agência de Notícias da América Latína e Caribe - Adital, em 20 de julho de 2007
Por Frei Betto - dominicano e escritor.

Sunday, May 23, 2010

Brazil Windpower 2010



O Conselho Mundial de Energia Eólica (GWEC - Global Wind Energy Council), a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e o Grupo CanalEnergia têm o prazer de apresentar o Brazil Windpower 2010, congresso e feira mundial para energia eólica, com foco no mercado latino-americano.

O evento é a principal iniciativa mundial dedicada ao mercado latino-americano de energia eólica, sendo promovido internacionalmente pela mais representativa entidade do segmento (GWEC), e no Brasil pela associação brasileira (ABEEólica) e o principal grupo de mídia e eventos do setor elétrico no Brasil (Grupo CanalEnergia).

Por isso, durante os dias 31 de agosto, 1º e 2 de setembro de 2010, o mercado latino-americano de energia elólica estará reunido no Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, palco da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016.

Energia Eólica

Autor: Bruno Dias Batista
Revisores: Antônio Guillermo Martins G. Antunes, Armando Teixeira Júnior, José Carlos Aravechia Júnior, Emanuele Santos de Abreu.

Energia eólica é a energia cinética presente nas massas de ar em movimento. É considerada uma fonte renovável promissora para geração de eletricidade. Entretanto, é uma fonte de energia antiga, tendo sido largamente utilizada em muitos países da Europa em moinhos de vento durante principalmente os séculos XVIII e XIX.

Energia Eólica no mundo

Ao longo do mundo todo a geração de eletricidade por energia eólica tem se desenvolvido por incentivos oferecidos aos produtores pelos governos de países da Europa e dos Estaos Unidos. Em 2003, de acordo com Reis (2005) havia no mundo mais de 18,5 GW de capacidade instalada, a grande maioria na Alemanha, EUA, Espanha, Dinamarca e Índia. No entanto, dados do GWEC (Global Wind Energy Council) demonstram que a potência mundial instalada saltou de cerca de 120 GW em 2008 para 158 GW no ano de 2009, o que demonstra franca expansão do setor (Figuras 1 e 2). De acordo com o atlas energético da ANEEL, estima-se que em 2020 o mundo todo terá 12% da energia elétrica gerada pelo vento, com uma capacidade instalada de mais de 1.200 GW.
Os EUA lideram o ranking dos países que mais produzem energia através de fonte eólica. O total instalada nesse país ultrapassa os 35 GW. Atrás deles vem a Alemanha, com cerca de 26 GW instaladas, e a China, com 25 GW (Figuras 3 e 4).

Figura 1. Capacidade Acumulada de Energia Eólica Global Instalada (1996-2009). Fonte: GWEC, 2010.

Figura 2. Capacidade eólica anual instalada (1996-2009). Fonte: GWEC, 2010.


Figura 3. Capacidade eólica instalada mundial (GWEC, 2010)

Figura 4. Capacidade eólica anual instalada por região (2003-2009). Fonte: GWEC, 2010

O caso brasileiro: Histórico e Perspectivas

No Brasil, atividades relacionadas ao aproveitamento de energia eólica iniciou-se após a crise do Petróleo em 1974, quando algumas universidades e instituições de pesquisa iniciaram trabalhos de desenvolvimento de aerogeradores com tecnologia nacional.
Os trabalhos realizados nos últimos anos, principalmente de mapeamento de ventos no Brasil tem proporcionado o aumento da potência instalada no país, principalmente na região nordeste (em particular os estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco e Bahia). A região Sul também é promissora na geração de energia eólica, especialmente os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Estima-se que o potencial brasileiro seja da ordem de 60.000MW (Aneel, 2003) e de acordo com a Aneel (2009) a potência instalada saltou de 247 para 414 MW no Brasil em 2008, com turbinas de médio e grande porte conectadas à rede elétrica. Em 2009, a produção brasileira alcançou 606 MW, Tabela 2 (GWEC, 2010).

Tabela 1. Evolução da capacidade instalada de geração eólica no Brasil (kW) por Estado (Fonte: BEN, 2009)

Tabela 2. Capacidade instalada de Geração Eólica no Brasil (MW)



Hoje, junto com outras fontes renováveis como biodiesel e biogás, é uma das fontes de energia que mais cresce no país.

Fonte: (MME, 2007)


No caso brasileiro sistemas eólicos integrados à rede elétrica são uma ótima opção pois observa-se que para as regiões Sudeste e Nordeste o recurso eólico e o regime de chuvas são complementares. Assim sendo, o sistema eólico pode contribuir para firmar energia dos sistemas hidráulicos, que apresentam reduzida produção durante os períodos de estiagem.
Energia Eólica e o Proinfa

Por ser um segmento recente de geração de eletricidade, as primeiras leis de incentivo às energias renováveis foram criadas na segunda metade da década de 1990. Destaca-se, assim, a Resolução n. 24, de julho de 2001, que criou o Programa Emergencial de Energia Eólica e a Lei n. 10438, de abril de 2002, que, dentre outras atribuições, criou o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA).
O PROINFA é coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e a execução e implementação dos projetos é mediada pela empresa estatal Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás). Este programa inaugurou uma nova estratégia para a inserção sustentável das energias alternativas renováveis na matriz energética brasileira, reforçando a política brasileira de diversificação da matriz e de estímulo ao desenvolvimento de fontes renováveis.
Em fevereiro de 2005, o Programa contratou, por meio da Eletrobrás, 144 centrais geradoras, contemplando 19 estados da Federação, em um total de 3.299,40 MW de potência instalada, sendo 1.422,92 MW de usinas eólicas, 1.191,24 MW de PCHs e 685,24 MW de centrais a biomassa, gerando 150.000 empregos em todo o País, até o fim da implementação do programa em 2009.
O PROINFA tem investimentos, predominantemente do setor público, de R$ 11 bilhões, e os principais agentes financiadores são o BNDES, BASA, CEF, BB e BNB. A energia gerada do total dos empreendimentos é de aproximadamente 12.000 GWh/ano, o que equivale a duas vezes o consumo anual de um estado brasileiro de porte médio.
Segundo o relatório do Plano Nacional de Mudança Climática (2008), já estavam previstas para o período de 2008 a 2010 a entrada em operação de mais de 7.000 MW de potência em energias renováveis, o que representa 18% das contratações dos últimos leilões. Esse montante não fica muito aquém dos pouco mais de 9.000 MW (23%) das usinas térmicas contratadas.


Custos

Apesar do decréscimo dos custos vir acontecendo desde a década de 80, ainda pesam os altos custos de implantação (da ordem de 1000 dólares por kW de potência instalada em empreedimentos de grande porte), de operação e de manutenção. No entanto, com o aperfeiçoamento da tecnologia espera-se que em alguns anos este tipo de geração de energia se torne competitivo com as tecnologias convencionais (Figura 5). A análise de recursos eólicos medidos no Brasil mostra a possibilidade de geração elétrica com custos na ordem de 70-80US$/MWh (Reis, 2003; Brasil, 2007).

O preço por megawatt-hora (MWh) estabelecido no Brasil pela Aneel para o fornecimento de energia de reserva é de U$ 189 (US$ 102) , enquanto o teto definido na licitação para as usinas do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira foi de R$ 91 (UHE Jirau), em 2008, e R$ 122 (UHE Santo Antonio) em 2007. Estes preços de hidroeletricidade foram marcados por até 35% em leilões de 2008 e 2007; o fornecimento de energia foi negociado a R$ 71,4/MWh no caso de Jirau, e R$ 78,9/MWh para a usina de Santo Antônio.

Impactos Gerados

O aproveitamento de energia dos ventos provoca tanto impactos ambientais positivos quanto negativos. As turbinas eólicas não emitem dióxido de carbono, não produz chuva ácida, cinzas ou poluentes e além do mais, nas áreas onde estão instaladas pode haver plantio de várias culturas e pastagem. No entanto, elas geram ruído, interferência eletromagnética, impacto visual e impactos na flora e fauna (principalmente se estiverem instaladas em rotas migratórias de aves).

Referências bibliográficas

- BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Balanço Energético Nacional 2009 Ministério de Minas Energia; colaboração Empresa de Pesquisa Energética. _ Brasília: MME: EPE, 2007.
- BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Matriz Energética Nacional 2030 / Ministério de Minas Energia; colaboração Empresa de Pesquisa Energética. _ Brasília: MME: EPE, 2007.
- BRASIL. Plano Nacional sobre mudança do clima – PNMC. Comitê Interministerial sobre mudança do clima, 2008.
- Agência Nacional de Energia Elétrica. Atlas de energia elétrica do Brasil. Brasília: Aneel, 2008.
- Reis, L. B., Fadigas, E.A.A. & Carvalho, C.E. 2005. Energia, Recursos Naturais e a Prática do Desenvolvimento Sustentável. Barureri, SP: Manole.415p.
- GWEC. Global Wind 2009 Report. Global Wind Energy Council, 2010. Belgium
- WindPower Monthly - January 2004

Roundatable on Sustainable Biofuels Rio June 2 2010

RSB Workshop on Biofuels & Indirect Impacts

2 June 2010 - Rio de Janeiro, Brazil

While the direct impacts of biofuel production on people and the environment are well
understood and taken into consideration in various sustainability standards or regulations,
indirect impacts remain a complex issue for such schemes. Whereas the reality of indirect
impacts is widely recognized, opinions diverge, however, on the way to account for these
effects in sustainability standards and regulations. To support a global dialogue and help
building consensus around how to address indirect impacts of biofuels within its voluntary
certification scheme, the Roundtable on Sustainable Biofuels (RSB), in partnership with
Michelin and the United Nations Environment Programme (UNEP) , is pleased to invite
you to join its technical workshop:

Biofuels & indirect impacts: Addressing indirect impacts in voluntary certification schemes
The workshop will be held in parallel to Michelin’s Challenge Bibendum 2010. From the 30th
of May until the 3rd of June, the Challenge Bibendum gathers industry leaders and the civil
society around the questions of sustainable mobility. We encourage you to attend this
outstanding event!

See schedule on the download icon.

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Cidades Solares

Délcio Rodrigues

Délcio Rodrigues é pesquisador associado da ONG socioambiental Vitae Civilis e coordenador da iniciativa Cidades Solares. O programa é realizado em parceria com o Departamento Nacional de Aquecimento Solar, da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento, e tem como objetivo principal sensibilizar os poderes públicos municipais para a criação de leis de incentivo ao uso de aquecimento solar. A idéia é que todos os novos edifícios construídos nas cidades passem, obrigatoriamente, a ter preparação para aquecimento solar para os chuveiros.


Quando e por que surgiu a iniciativa Cidades Solares?

D. R.: A iniciativa surgiu em 2006, quando o Instituto Vitae Civilis passou a se questionar: se a há tanto sol no Brasil, por que as pessoas usam o chuveiro elétrico para esquentar água? O chuveiro consome entre 6 e 8% da produção total de energia elétrica do Brasil.

A partir de então, fomos nos aproximando mais dos produtores, das indústrias, dos fabricantes de equipamentos solares e percebemos que eram um grupo de empresas de pequeno e médio porte, todas manufatureiras, que geram muitos empregos. Nós nos associamos a elas e passamos a realizar um trabalho de promoção de políticas publicas, para a incorporação da energia solar em uma escala maior.

No início de 2006, apresentamos a proposta de criação de uma legislação pró-uso de energia solar à Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da cidade de São Paulo, que aprovou a iniciativa.

Logo depois, surgiu a idéia de promover a construção de leis nesse sentido por todo o País. Trabalhamos com moradores, indústrias, distribuidoras, pesquisadores universitários, ONGs interessadas. Criamos grupos locais para discutir e para perseguir a criação de política pública municipal.

No que é baseada a proposta de lei da iniciativa Cidades Solares?

D. R.: A discussão é realizada a partir da modificação do código de obras da cidade. É a legislação municipal que afirma os recursos que as construções devem ter. Na maioria deles, existem obrigações inviáveis do ponto de vista da sustentabilidade. São Paulo, por exemplo, obrigava o empreendedor a preparar as edificações para o chuveiro elétrico ou para o aquecedor a gás. Não havia alternativa. Mudamos isso com a legislação.

Vocês lidam com legisladores municipais. Qual a dificuldade para emplacar o tema?

D. R.: Pode parecer surpreendente, mas temos poucas dificuldades. Quem não lida diariamente com os governos municipais pode ter a impressão de que essa não é uma pauta prioritária. Mas tanto o Executivo quanto o Legislativo das cidades pelas quais passamos têm a preocupação de encontrar maneiras de contribuir com questões ambientais básicas, mesmo sem estrutura adequada. São poucos os municípios que possuem uma secretaria de meio ambiente.

Foi raro não conseguir gerar interesse pelo assunto nas cidades pelas quais passamos. Conseguimos produzir legislação sobre o uso de aquecimento solar em novas edificações em 42 municípios. A idéia se espalhou e outros 42, sem a intervenção direta do projeto, também produziram suas leis. 14 delas já foram aprovadas. O restante está em discussão.

Brasil pode ter ciclo nuclear completo neste ano, diz militar

São Paulo, 23 mai (EFE).-
O Brasil estará a partir deste ano preparado para controlar o ciclo completo de enriquecimento de urânio, desde a extração do mineral radioativo até a fabricação final de combustível em grandes proporções, informou hoje uma fonte militar.

O coordenador do Programa de Propulsão Nuclear da Marinha, o capitão André Luis Ferreira Marques, citado pela "Agência Brasil", explicou que dispor da tecnologia para dominar o ciclo nuclear outorga independência de outros países no processo de enriquecimento de urânio.

Além disso, o capitão assegurou que o fornecimento de combustível para as instalações de energia e para o projeto do futuro submarino nuclear (este último em 2020) estará garantido com este processo.

Está previsto que o Brasil inaugure neste ano a primeira fase da Usina de Hexafluoreto de Urânio (Usexa), no complexo militar de Aramar, em Iperó, interior paulista.

Na base de Aramar também está sendo construído um laboratório de energia nucleoelétrica, onde será fabricado o reator do submarino nuclear.

"A Usexa começará a funcionar nos próximos meses em fase de comissionamento, quando se testam o sistema e os equipamentos para demonstrar que eles operam corretamente", disse o militar, mas que enfatizou que ainda não se produzirá urânio.

O objetivo da instalação é gerar combustível para alimentar o submarino nuclear que o Brasil construirá com o apoio da França.

O capitão garantiu que os resíduos a serem gerados no processo serão tratados em várias ocasiões para minimizar o impacto ambiental.

O anúncio de Ferreira ocorre depois que nesta mesma semana o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visitasse Irã onde, com a cooperação do Governo turco, as autoridades iranianas se comprometeram a intercambiar uma parte de seu combustível nuclear e enriquecê-lo na Turquia. EFE

Fonte: g1.com.br

Saturday, May 22, 2010

5º Congresso Internacional de Bioenergia

De 10 a 13 de agosto acontece em Curitiba o 5º Congresso Internacional de Bioenergia, um dos mais importantes eventos de energias renováveis do País. Importantes temas serão abordados por especialistas e renomados palestrantes, destacando o estágio atual e perspectivas na utilização de energias alternativas no Brasil e no mundo.

Até o final do mês de maio você ainda será beneficiado com um desconto de 30% sobre o valor de inscrições. Maiores informações e inscrições podem ser feitas no site www.bioenergia.net.br.

Juntamente com o Congresso acontece a 3ª BioTech Fair – Feira de Tecnologia em Bioenergia e Biocombustíveis. Ambos eventos acontecem no CIETEP –FIEP.

Faça sua inscrição com desconto de 30% até o dia 31 de maio de 2010.

Friday, May 21, 2010

Instituições preparam acordo de cooperação em bioenergia

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) e o Instituto Cubano de Pesquisa dos Derivados da Cana-de-açúcar (ICIDCA) preparam um acordo de cooperação técnica que abrange pesquisas voltadas à produção de energias renováveis, informou a Agência Fapesp.

O anúncio foi feito na segunda-feira passada, 10 de maio, pela pró-reitora de Pesquisa da universidade, Maria José Soares Mendes Giannini. Segundo ela, o acordo pretende reunir especialistas das duas instituições e estará voltado especialmente a trabalhos com resíduos visando uma produção sustentável.

A cooperação deverá abranger cinco eixos:

  • Biomassa para bioenergia;
  • Produção de bioenergia;
  • Aplicação de biocombustíveis em motores;
  • Biorrefinaria, alcoolquímica e oleoquímica;
  • Impactos ambientais, sócio-econômicos e sustentabilidade.

"Os eixos correspondem às divisões do Centro de Pesquisa de Bioenergia da Unesp, o que nos permite ter a troca de saberes em toda a cadeia produtiva", explicou à Agência Fapesp Nelson Ramos Stradiotto, do Instituto de Química (campus de Araraquara), também coordenador do centro que reúne pesquisadores de oito unidades da universidade.

O ICIDCA é vinculado ao Ministério do Açúcar de Cuba e ao pólo científico do Oeste de Havana, que reúne 53 instituições. A instituição também promove cursos de capacitação para a indústria sucroalcooleira de outros países, como México e Venezuela.

*Via EcoDesenvolvimento

Thursday, May 20, 2010

Eletrobrás e Eletronorte entram no consórcio de Belo Monte

A Eletrobrás e a Eletronorte vão participar do Consórcio Norte Energia, que venceu o leilão para construir a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). A entrada das duas empresas no consórcio foi aprovada nesta quarta-feira (19) pelo Conselho de Administração da Eletrobrás. Elas vão dividir com a Chesf, subsidiária da Eletrobrás, o percentual de 49,98% arrematado no leilão.

No rateio, a Eletronorte ficará com 19,98%, a Eletrobras, com 15% e a Chesf, com outros 15% na Sociedade de Propósito Específico (SPE), que será criada para gerenciar a construção da usina.

Segundo o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, a entrada da Eletrobras é justificada pela necessidade de suporte financeiro ao projeto, enquanto a Eletronorte tem o conhecimento técnico do empreendimento, pois foi a responsável pelos estudos de impacto ambiental do empreendimento.

Também foi anunciado nesta quarta que o consórcio quer antecipar para julho a assinatura do contrato de concessão do empreendimento, que estava previsto para setembro. Segundo o diretor de engenharia da Eletrobrás, Valter Cardeal, a intenção é antecipar a geração de energia da usina “para não ter nenhum risco de atraso”.

Cardeal disse que o objetivo dos empreendedores é iniciar a geração de energia, que estava prevista para janeiro de 2015, para julho de 2014. Ele explicou também que o grupo pretende pedir ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) uma licença provisória só para o canteiro de obras, que permitirá o início das obras antes da emissão da licença de instalação do empreendimento.

Fonte: Agência Brasil

Wednesday, May 19, 2010

Energia mantida

Nos caminhos entre a usina geradora de energia elétrica e as tomadas nas casas dos consumidores, o Brasil perde cerca de 18% da eletricidade que produz. Isso equivale à geração de uma usina de porte médio, como a de Ilha Solteira, no noroeste do Estado de São Paulo, com capacidade de 3.400 MW.

Estima-se que a maior parte dessas perdas, entre 10% e 12% da produção, esteja na parte final do sistema: a distribuição. Uma pesquisa coordenada pelo professor Antonio Padilha Feltrin, no Departamento de Engenharia Elétrica do campus de Ilha Solteira da Universidade Estadual Paulista (Unesp), resultou na criação de uma metodologia e de um software para auxiliar as companhias de distribuição a calcular e identificar os pontos mais vulneráveis às perdas.

Intitulado "Análise de tensão e de perdas elétricas em sistemas de distribuição de energia elétrica", o projeto de pesquisa recebeu apoio da Fapesp por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular e contou com a colaboração da Elektro, companhia de distribuição de energia do interior paulista que compartilhou dados técnicos com os pesquisadores.

O setor elétrico subdivide-se em três etapas: a geração, que ocorre nas usinas; a transmissão, referente ao trecho entre as geradoras e as subestações; e a distribuição, que compreende a rede que liga as subestações aos consumidores. Este último trecho é o mais complexo, além de responder pela maior parte das perdas, por isso foi o alvo da pesquisa.

"Trata-se de uma imensa quantidade de dados e que não estão facilmente disponíveis para as empresas", disse Padilha à Agência Fapesp. Para identificar perdas na transmissão, por exemplo, é preciso verificar as diferenças entre a energia recebida nas subestações e a quantidade que saiu da usina.

No entanto, na distribuição o cálculo é muito mais complexo. De cada subestação sai uma malha que percorre os postes pelas ruas e avenidas da cidade. O simples cálculo de perdas exige a somatória dos medidores de todas as unidades consumidoras.

Nessa etapa, os maiores responsáveis por perdas são os transformadores de energia elétrica. Quando dimensionados acima da capacidade necessária, esses dispositivos provocam grandes perdas, de acordo com o professor da Unesp.

Além deles, há perdas inerentes aos outros equipamentos, como os medidores e os próprios cabos condutores. Isso sem contar as chamadas perdas "não técnicas" que dizem respeito à interferência ou à omissão humana como, por exemplo, erros de medição, medidores não calibrados e os furtos de energia conhecidos popularmente como "gatos".

"Em alguns Estados, as perdas não técnicas respondem pela maior quantidade perdida", afirmou Padilha. Do total entre 10% e 12% da energia produzida e perdida nas redes de distribuição, as perdas técnicas representam entre 4% e 8%. O restante são perdas não técnicas, cuja principal fonte são os furtos, praticados por pequenos e até por grandes consumidores.

O professor da Unesp explica que zerar perdas é impossível, mas o índice brasileiro pode ser bastante reduzido se forem tomadas medidas precisas. No entanto, qualquer plano de ação depende do levantamento de uma enorme quantidade de informações, o que é um trabalho bastante complicado.

"Os sistemas disponíveis mais completos envolvem tantas informações que são inviáveis para se aplicar com frequência. Por outro lado, os sistemas mais simples podem ser empregados periodicamente, mas são incompletos e subestimam perdas", apontou Padilha.

Prático e completo - O dilema da equipe da Unesp foi reunir as vantagens dos dois tipos de aplicativos sem reproduzir as desvantagens. Para isso, uma nova metodologia teve de ser desenvolvida e, a partir dela, foi criada um programa computacional.

Ao ser aplicado em uma parte da empresa Elektro, o software foi comparado aos programas mais completos e também aos mais simplificados e se mostrou bastante preciso, apresentando resultados bem próximos aos dos programas tradicionais. E o melhor, segundo Padilha, foi que funcionou de maneira rápida.

"As empresas precisam fazer esses cálculos pelo menos uma vez por mês, por isso é importante que os resultados sejam apresentados rapidamente", disse.

Para aplicar os programas mais complexos, as empresas costumam manter uma equipe dedicada a esse tipo de medição, o que resulta em mais custos. O software produzido na Unesp reduz o trabalho braçal de levantamento e inserção de dados e apresenta resultados após algumas horas.

O projeto de pesquisa também incluiu a tese de doutorado "Gestão integrada técnica e econômica das perdas elétricas de empresas de distribuição de energia elétrica", defendida em setembro de 2009 por Marcelo Escobar de Oliveira com apoio de uma Bolsa de Doutorado Direto da Fapesp.

Agora, o grupo pretende aprimorar o programa, inserindo probabilidades de ocorrência. "Com isso, aumentaremos a qualidade dos resultados. Em vez de dar apenas um número, diremos qual é a faixa de precisão", disse Padilha. (Fonte: Fábio Reynol/ Agência Fapesp)

Fonte: Ambientebrasil