Monday, June 21, 2010

Carvão Mineral

Autor: Eric Romano Maia

O QUE É CARVÃO MINERAL?

A composição do carvão mineral é caracterizado por ser uma mistura de hidrocarbonetos formado pela decomposição de material orgânica. Segundo a ANEEL( 2005), esse combustível fóssil é classificado, em função de sua qualidade, como: turfa, de baixo conteúdo carbonífero, que constitui um dos primeiros estágios do carvão, com teor de carbono na ordem de 45%; linhito, que apresenta teor de carbono que varia de 60% a 75%; carvão betuminoso (hulha), mais utilizado como combustível que contém entre 75% e 85% de carbono; e antracito, o mais puro dos carvões, que apresenta um conteúdo carbonífero superior a 90%.

Embora seja poluente, o carvão mineral deve continuar desempenhando um papel importante como fonte de energia, pois a disponibilidade reservas esta geograficamente espalhada. Isso impede o abastecimento de energia de limitações geopolíticas.

VISÃO GERAL DO CARVÃO NO MUNDO.

A reserva de carvão mineral é a maior do mundo dentre os combustíveis fósseis. Diferente do petróleo e do gás natural, as reservas de carvão apresentam uma distribuição geográfica no mundo, muito mais uniforme. Os Estados Unidos possui 27% das reservas, a Rússia possui 17% e a China possui 13%.

Tabela 1 – Compaeração de reservas, produção e consumo no ano de 1998.

Figura 1 – Reservas mundiais de carvão mineral em 1998 (trilhões de toneladas).

Comercio internacional

O comércio internacional do carvão mineral bastante pequeno, ele é comercializado em dois mercados, o de carvão térmico e o de coque. Os países que dominam o mercado de carvão térmico são a Austrália, África do Sul, Indonésia, China e Colômbia. Essa expansão no comércio internacional levou ao aumento da demanda de carvão para gerar eletricidade, principalmente na Ásia onde os maiores importadores serão a Coréia do Sul, Taiwan, Índia, China e Malásia.

O crescimento da demanda por carvão mundialmente depende essencialmente da taxa de penetração do Gás Natural no mundo, preço relativo do Gás Natural em relação ao carvão e ao petróleo, interconexões entre os países e da disponibilidade de novas reservas de Gás Natural.

Sendo que o preço do gás natural aumentará, o carvão surge como uma alternativa barata, pode reduz a dependência externa em vários países.

USO NO MUNDO

No mundo o carvão é o combustível mais utilizado para a produção de eletricidade. A exportação da Australia apresentou uma queda em devido ao crescimento da exportação da China para os outros países Asiáticos, mas mesmo assim o país deve manter a sua posição como líder na exportação de carvão.

Entre 96 e 2001 a produção da China entrou em declínio. Em 2002 notou-se uma reversão ao movimento, pois houve um aumento na produção de minas locais. Há uma grande chance de aumento na produção de carvão na China para os próximos anos.

A Indonésia teve um forte crescimento e passou a ser um grande exportador de carvão térmico. A indústria da Indonésia é bastante competitiva e o carvão é aceito tanto no mercado exportador quanto pelos consumidores domésticos. A Indonésia compete com outros antigos países lideres exportação, mas tendo vantagem por ter uma localização estratégica.

A África do Sul começa a ter dificuldades com seu suprimento de energia elétrica, onde existem grandes reservas de carvão e a exportação representava aproximadamente 30% da produção do país.

Na Colômbia 90% das reservas totais do país são de o carvão térmico.

A segunda maior reserva de carvão na América do Sul é a da Venezuela. O carvão da Venezuela é barato e de alta produção de energia. A Venezuela pode aumentar as exportações, mas os problemas políticos atrapalham a criação de novos projetos.

Aproximadamente 29% das reservas mundiais estão nos Estados Unidos, onde usado na produção termelétrica. Grande parte das exportações são para mercados como a Brasil, Canadá, Coréia, Egito, Europa e Japão.

A demanda pelo carvão térmico no mundo deve crescer até 2015, sendo que grande parte desse crescimento ocorrerá na Ásia.

Figura 2 – Consumo mundial de carvão mineral em 1998.

NO BRASIL

No Brasil as reservas de carvão mineral somaram trinta e dois bilhões de toneladas em 2004, a produção foi de cinco milhões de toneladas.

Mesmo que a qualidade do carvão nacional seja baixa, a disponibilidade de reservas dela com a criação de tecnologias que poluem menos e o aumento da demanda por energia elétrica no Brasil pode fazer com que não se elimine o crescimento das termelétricas a carvão no país.

COLCLUSÃO

Há de fato um aumento da demanda por energia mundialmente e na necessidade de suprimento como algo importante.

Devido aos obstáculos que as questões ambientais apresentam a necessidade do desenvolvimento de novas tecnologias e contornos às políticas energéticas no mundo.

A evolução das tecnologias e a viabilização do uso do carvão com menos impactos ambientais depende de estratégias e políticas que devem ser implantadas futuramente.

A visão no mundo de fortalecimento da criação de carvão reforça a necessidade de pesquisas e estudos para o aproveitamento do carvão no Brasil.

REFERÊNCIAS

-MARRECO, Juliana de M.; PEREIRA JR, Amaro; TAVARES, Marina E. Tavares. Perspectivas para a geração termelétrica a carvão – Sociedade Brasileira de Planejamento Energetico.

-CARVALHO, C.H.B., 2005. Oportunidades de negócios no setor elétrico com o uso do carvão mineral nacional. Apresentação. Ministério de Minas e Energia. Brasília.

-CTA, 2006. Carvão, Gaseificação, IGCC. Disponível em http://www.ieav.cta.br/hpenu/yuji/carvao.html. Acesso em 27/03/2006.

-DOE. Energy Information Administration. International Energy Outlook, 2005. http://www.eia.doe.gov/oiaf/ieo/index.html

-EIA. International Energy Outlook. 2005. Disponível em http://www.eia.doe.gov

-IEA. Coal Industry Advisory Board. Investment in Coal Supply and Use. An industry perspective on IEA World Energy Investment Outlook. 2005.

-IEA. Coal information. OECD. 2005

-IEA. Roadmapping coal´s future. Zero Emissions Technologies for fossil fuels. Working party on fossil fuels – Coal industry advisory board. 2005.

-LEHMAN BROTHERS. Global Equity Research. Coal: excellent energy value in the ground. 114 p. February, 2006.

-MME. Balanço Energético Nacional, 2005.

Sunday, June 20, 2010

Biocombustíveis

Grupo 3 - Biocombustíveis

Autor: Marcelo Wolter

Revisores: Hélio Vitor, Débora Freitas e Ivan Freitas.


Situação atual e perspectivas do etanol

No ano de 2006, 425 milhões de toneladas de cana foram processadas em 310 usinas no Brasil, produzindo 30 milhões de toneladas de açúcar e 17 milhões de metros cúbicos de etanol. Estimativas recentes indicam que os mercados potenciais (externo e interno) para o etanol e açúcar brasileiros usariam em 2012-2013 cerca de 685 milhões de toneladas de cana.

Para os países industrializados comprometidos com as metas do Protocolo de Kyoto, o uso de biocombustíveis representa uma das formas mais efetivas de reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa associadas ao consumo energético no setor de transporte. No Brasil, o etanol corresponde a 40,6% do combustível para veículos leves (2005).

A produção e o uso do etanol no Brasil é hoje o melhor exemplo da introdução de energia renovável com uma grande escala de produção. A observação do avanço tecnológico ao logo do período mostra três fases distintas: Na primeira, a preocupação era centrada em aumentar a produção rapidamente, mesmo em detrimento de eficiência de conversão. Na segunda, o aumento de eficiência passou a ser mais importante. E a terceira, foi o avanço em técnicas gerenciais da produção, que levou a grandes reduções de custo.

Pode-se dizer que a produção de etanol no Brasil atingiu um estágio “maduro”, com os menores custos do mundo e boa qualidade do produto, porém ainda é possível continuar com os avanços graduais sobre as tecnologias em uso e também atingir grandes ganhos com o advento de algumas tecnologias em desenvolvimento.


O desafio dos novos combustíveis: Exemplo do biodiesel

A introdução de um novo combustível líquido dentro da matriz energética enfrenta sempre uma rede de distribuição já instalada com custo de logística muito inferior à alternativa de construir uma rede própria nova. O preço a ser pago para entrar no mercado é menor quando se faz um acordo de adesão ao sistema preexistente. Nesse sentido, sua remuneração ficará subordinada aos interesses hegemônicos estabelecidos. O monopólio de fato ainda existe porque a economia de escala presente na rede logística e a existência de dutos e terminais portuários exclusivos da Petrobrás sustentam a sua vantagem competitiva.

Na história da industrialização brasileira, o preço relativo da gasolina em relação ao diesel foi determinado para gerar muito lucro, capaz de pagar um subsídio cruzado suficiente para a prática de um baixo preço no segundo produto. Isso facilitou em muito a remuneração requerida pelo álcool porque este estava protegido pelo teto da gasolina, e, agora para o biodiesel, complica em muito por causa do piso baixo do preço do diesel. O álcool é hoje o único combustível renovável que não necessita de subsídio para entrar no mercado internacional; no mercado doméstico ele ganha aquele acréscimo no teto de proteção da gasolina. O biodiesel teria de entrar na matriz pagando o ônus do piso rebaixado aplicado ao diesel.


Função social dos biocombustíveis

O biocombustível possui três missões básicas: A primeira é a missão ambiental, que vem a ser a contribuição para a diminuição do efeito estufa e da poluição.

A segunda missão é a social. A missão de resolver o problema da miséria, principalmente no campo. Se existe a biomassa, ela poderá produzir biocombustíveis, biofertilizantes e alimentos. O biocombustível é o alimento das máquinas, o biofetilizante é o alimento das plantas e os alimentos são o combustível do homem e do animal. Então, toda oleaginosa, por exemplo, gera proteína, que se transforma na ração que alimenta o frango, o porco, o boi, que por sua vez fornecem a carne, o leite e os ovos para os seres humanos. Tudo isso gera gás carbônico (CO2), que é o alimento da biomassa e a sua fonte de energia para o crescimento. Então, o efeito estufa é combatido pelo consumo da própria biomassa. É essa equação que deve ser muito bem administrada para que tenhamos um planeta sustentável, próprio à existência da vida.

A terceira missão é de equilibrar a matriz energética com vistas aos efeitos da escassez do petróleo. Para isso, é necessária a utilização do binômio motivação e convocações de forma regional. Ou seja, o grande aperfeiçoamento que tem que existir no biodiesel é a regionalização dos projetos. Esse aperfeiçoamento precisa ser casado sempre com as vocações agrícolas e as motivações regionais. Isso deve ser dessa forma, pois as condições que existem, por exemplo, em Goiás, são inteiramente diferentes das que existem no Ceará, na Bahia ou na Amazônia.


Os problemas sociais causados pelos biocombustíveis

Todo esse processo de modernização e diversificação da produção canavieira ganhou mais visibilidade nos últimos anos pelas condições favoráveis do açúcar e do álcool no mercado internacional e pela entrada dos investimentos internacionais nesse setor. A modernização e a expansão da lavoura nas últimas safras da cana possibilitaram a coexistência de dois sistemas de corte nos canaviais das modernas usinas paulistas, o sistema de corte manual e o sistema mecanizado. Por exemplo, existem usinas que cortam 90% da cana pelo sistema mecanizado, e usinas que o utilizam em apenas 15% da área de cana. No sistema de corte manual, os empresários continuam priorizando a contratação dos trabalhadores migrantes para o trabalho na safra da cana, uma vez que eles foram habituados, desde criança, ao trabalho duro na terra para assegurar a sobrevivência da família. O trabalho nos canaviais não os amedronta, mesmo quando as exigências impostas os colocam no limite da sua capacidade física que deteriora seu corpo, trazendo sérias conseqüências para sua saúde. Os empresários vêm fornecendo multivitamínicos para seus trabalhadores produzirem mais e sentirem menos as dores, e a fadiga causada pelo pouco descanso e a má qualidade da alimentação proporcionada. Em linhas gerais, por trás de toda essa modernidade sucroalcooleira, existe uma gente que sofre com trabalhos indignos, mal pagos e tão exaustivos que podem levar à morte.


Produção de energia X Produção de alimentos

No Estado de São Paulo, temos hoje 4 milhões de hectares de cana, o que não é muito, por que outras culturas ocupam 3 milhões de hectares e quase 10 milhões de hectares são pastagens. Ou seja, apesar da expansão da cana, temos ainda uma área muito importante destinada à pecuária.

Apesar do crescimento da cana, a maioria das outras culturas está praticamente estável. Então, o que se percebe quando estamos discutindo a questão da expansão da cana e da substituição de áreas de alimentos por canaviais, pelo menos em termos de média no País, é que não notamos uma pressão dessa cultura em áreas referentes a alimentos. O que percebemos é que a maior parte da expansão dos canaviais está acontecendo em áreas de pastagens. De 2001 a 2005, apesar de ter havido um aumento na produção de cabeças de gado, houve uma redução na área de pastagens, configurando uma pecuária menos extensiva.

Os municípios brasileiros estão iniciando o chamado zoneamento ecológico-econômico, para definir quais são as áreas adequadas ao plantio de cana; quais ficarão para pecuária; e quais serão dedicadas à produção de alimentos. No Brasil, o ZEE não é só por causa do meio ambiente, isso é pressão de outros países, principalmente os industrializados, que são potenciais importadores do álcool brasileiro, e exigem cada vez mais essa certificação ambiental.

Há um debate equivocado sobre a questão dos impactos da ampliação da agroenergia sobre a produção de alimentos, como se a fome e a miséria fossem decorrentes da falta de alimentos e pela ocupação das áreas de produção de alimentos pelas energias vegetais. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o mundo produz hoje 30% mais alimento do que a população necessita. Esse alimento, porém, não é acessível pelos que têm fome. Não adianta, portanto, produzir mais para suprir os famintos, pois estes não possuem meios para adquiri-los devido a um modelo social e econômico opressor, excludente e desigual. O maior problema enfrentado hoje não é a falta de alimentos, mas de renda.

Este modelo de produção brasileiro, baseado no agronegócio, traz ameaças, pois a produção é baseada nas taxas de lucro. Portanto, se o etanol é capaz de gerar lucro maior ao produtor comparado com o milho, o algodão, o trigo, o feijão ou outros alimentos, o resultado evidentemente será a migração de cultivo alimentício, que em geral possui taxa de lucro mais baixa, rumo aos agro-combustíveis. Essa é a regra do mercado e já está ocorrendo no País. A cana avança sobre áreas cultivadas de feijão, milho e gado leiteiro.

Outra ameaça a ser considerada é a ampliação das áreas de cultivo, em que grandes extensões de terras férteis estão sendo dominadas pelo monocultivo da cana ou da soja para a produção de combustíveis, seja etanol ou óleo combustível. A produção agrícola na forma de monocultivo é por si prejudicial à natureza e ao meio ambiente, porque destrói a biodiversidade e desequilibra o microclima da região

Segundo o informe Perspectivas Agrícolas de 2007-2016, o uso crescente de cereais, cana-de-açúcar, sementes oleaginosas e óleos vegetais para produzir os substitutos dos combustíveis fósseis é um fenômeno que está elevando o preço dos grãos, e de forma indireta, por meio do encarecimento da ração, os produtos de origem animal. Sendo motivo de preocupação para os países importadores, bem como para as populações urbanas pobres.

O governo brasileiro, antes de transformar o País num imenso canavial e sonhar com a energia atômica, deveria priorizar essas fontes de energias alternativas abundantes em nosso território. A produção de fontes energéticas como biodiesel e etanol deve subordinar-se a um projeto de desenvolvimento nacional gerador de trabalho e renda, de forma ambientalmente sustentável.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Macedo, Isaias C. Situação atual e perspectivas do etanol. Estud. av., Abr 2007, vol.21, no.59, p.157-165. ISSN 0103-4014

Novaes, José Roberto Pereira. Campeões de produtividade: dores e febres nos canaviais paulistas. Estud. av., Abr 2007, vol.21, no.59, p.167-177. ISSN 0103-4014

Dias, Guilherme Leite da Silva. Um desafio novo: o biodiesel. Estud. av., Abr 2007, vol.21, no.59, p.179-183. ISSN 0103-4014

Coelho, Suani Texeira. Prdoução de energia X Produção de alimentos. Documento memorial do I Seminário do Centro Oeste de Energias Renováveis. Goiânia, 2007.

Costa, Heitor Scalambrini. Prdoução de energia X Produção de alimentos. Documento memorial do I Seminário do Centro Oeste de Energias Renováveis. Goiânia, 2007.

Parente, Expedito José de Sá. Biodiesel e inclusão social. Documento memorial do I Seminário do Centro Oeste de Energias Renováveis. Goiânia, 2007.

GESTÃO DE RECURSOS ENERGÉTICOS

Autor: Alano Nogueira Matias
Revisores: Dilma Bowen e Weeberb Réquia

GESTÃO DE RECURSOS ENERGÉTICOS

A falta de energia associada ao alto custo de sua produção pode ser fatal para a economia globalizada. O consumo de energia hoje é uma necessidade social básica e a correta gestão destes recursos pode garantir desenvolvimento econômico e social.
Januzzi e Swisher (1997) apontam em suas pesquisas que 30% do orçamento de países em desenvolvimento são destinados ao gasto com a produção de energia. Isso em termos práticos pode ser interpretado como sendo menos 30% de investimento em educação, saúde e etc.
Associado a isso ainda temos os impactos ambientais que segundo Machado (2002), podem comprometer o desenvolvimento e o progresso de políticas públicas para o setor. Uma gestão desordenada e desqualificada de recursos energéticos pode resultar em verdadeiros desastres e desperdícios econômicos.
Uma gestão eficiente de recursos energéticos envolve políticas de incentivo à inovação técnica e investimento em pesquisas de melhoria na eficiência (JANUZZI, 2000). Essas ações também focam programas de gestão de demanda, ou seja, conscientização quanto ao consumo de energia. Esses programas devem contemplar ações que assegurem a participação do consumidor além do acompanhamento para que haja persistência na continuidade de novas medidas introduzidas por esses programas.
Uma das dificuldades encontrada hoje nos processos de gestão de recursos energéticos, segundo Udaeta (1997), está na possibilidade de sincronizar o consumo com a produção. A falta desta sincronia acaba gerando muito desperdício. A falta de manutenção também.
Januzzi (2000) aponta que a dicotomia entre oferta e demanda também sofre ação de variáveis vinculadas ao tempo de construção de usinas geradoras de energia e o acesso a financiamento para esses empreendimentos.
Quando a demanda, o problema tem sido objeto de pesquisa de diversas metodologias de medição de consumo e as variáveis mais observadas é a sazonalidade vinculada aos aspectos climáticos e os picos diários, onde se tem períodos de maior consumo por dia. Uma das ferramentas de gestão utilizadas neste caso e a curva de carga diária que consiste em avaliar o comportamento do consumo de todos os setores econômicos durante um dia. (JANUZZI E SWISHER , 1997)
Outro problema enfrentado pela gestão de recursos energéticos está vinculado ao meio ambiente. É muito difícil valorar a qualidade deste ambiente. Ainda são muito imprecisos seus índices e a conotação econômica não é mensurável ou claro o suficiente, mesmo assim Januzzi (2000) ressalta que todo processo de gestão de recursos energéticos devem considerar custos e restrições ambientais caso contrário deve ser repensado.
Ainda na visão de Januzzi (2000) um dos resultados esperados de uma gestão bem direcionada é a possibilidade de tecnologia limpa proporcionada por um ambiente econômico favorável. Além desse resultado, as expectativas também crescem por uma produção descentralizada incluindo fontes de energia renovável.
Estamos diante de um processo altamente complexo que envolve múltiplos interesses vinculado tanto a economia, quanto aos aspectos ambientais e sociais. O que faz com que a gestão de recursos energéticos seja um desafio constante.
De um lado temos a necessidade de oferta imediata de energia e por outro a necessidade de expansão da oferta para demandas futuras já previamente calculadas por análise de cenários e cálculos e consumo.
O que parece atender a todas essas questões seria o modelo de gestão integrada de recursos energéticos, que tem sido apontada por muitos especialistas como sendo a forma mais inteligente de se aproveitar esses recursos e atender as necessidades de consumo.
Esta opção de gestão consiste no “desenvolvimento combinado de oferta de energia e opções de gerenciamento da demanda” (SWISHER E JANUZZI, 1997) A proposta traz uma revolução no processo de planejamento da gestão energética indicando a necessidade de integração entre os vários processos de geração de energia entendendo os recursos energéticos como parte de um processo sistêmico e integrado.
Para Udaeta (1997), um modelo integrado de gestão de energia deve ser dinâmico e capaz de acompanhar as mudanças de cenário interpretando oportunidade e maximizar todo o potencial do processo. Ainda segundo o autor o modelo deve ser acompanhado por um sistema regulação que garanta qualidade e competitividade.
Enfim, pensar em uma gestão de recursos energético cada vez mais eficiente é necessário, bem como todas as etapas envolvidas no processo que inclui desde o manejo responsável do recurso até a conscientização do consumidor final deste produto. Posturas como essa pode garantir que o crescimento econômico global continue sem sobressaltos de altos preços ou escassez.

Referências Bibliográficas
JANUZZI, Gilberto de M., SWISHER, Joel N. P. Planejamento integrado de recursos energéticos. Campinas – SP, Editora Autores Associados, 1997
JANNUZZI, G. de. Políticas públicas para eficiência energética e energia renovável no novo contexto de mercado: uma análise da experiência recente dos EUA e do Brasil. Campinas, SP: Autores Associados, 2000
MACHADO, G. V. Meio ambiente e comércio exterior: impactos da especialização comercial Brasileira sobre o uso de energia e emissões de carbono no país. Tese de Doutorado em Planejamento Energético da UFRJ. Rio de Janeiro, 2002. Disponível em http://www.ppo.ufrj/teses/gvmachado.pdf
UDAETA, Miguel Edgar Morales. Planejamento integrado de recursos energéticos –pir– para o setor elétrico: pensando o desenvolvimento sustentável. Tese de Doutorado em Engenharia da USP. São Paulo, 1997. Disponível em http://www.seeds.usp.br/pir/arquivos/tese-pir%20memu%201997.pdf

AHE Belo Monte: bens e serviços ambientais produzidos por comunidades humanas no balanço da viabilidade do empreendimento
(Villi F. Seilert)

Resumo:
Belo Monte ressurge como argumento desenvolvimentista sustentando elementos típicos que o mainstream econômico tradicionalmente adota para evidenciar fatores de viabilidade de um empreendimento.
Por outro lado o projeto demonstra que os bens e serviços sociais e ambientais sutis, produzidos por populações humanas em regime de integração histórica com a natureza, não recebem a devida conotação e medida que os modernos manuais de avaliação de riscos estão exigindo para obras dessa complexidade.
Discute-se nesse artigo aspectos relacionados com os riscos que os fatores sociais e ambientais significam para o empreendimento numa visão de responsabilidade futuro-futuro.
Palavras-chave: Belo Monte, bens sociais e ambientais, viabilidade

Abstract:
Belo Monte resurfaces as a developmental argument supporting typical elements that traditionally economic mainstream uses to demonstrate viability factors.
Moreover the project shows that goods and subtle social and environmental services produced by human populations under the historical integration with nature, not receiving connotation as the modern manuals for risk assessment are asking for projects of this complexity .
In this article is argued that aspects related to the risk that social and environmental factors mean for the project with a future-future responsibility.
Keywords: Belo Monte, Social and environmental goods, viability.


O projeto AHE Belo Monte ressurge[1] como uma obra apresentada sob parâmetros de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) de mais de 20 mil páginas, como a possível terceira maior hidrelétrica do mundo, menor apenas que a usina Três Gargantas (China) e Itaipu (Brasil-Paraguai).
Segundo anotações do EIA, Belo Monte propõe o barramento do rio Xingu com a construção de dois canais que desviarão o curso original do rio, com escavações da ordem de grandeza semelhantes ao canal do Panamá – com 200 milhões m3 - e área de alagamento de 516 km2, o que equivale a um terço da cidade de São Paulo.


O longo documento tem o mérito de sustentar um conjunto de argumentos que facilmente sugerem uma relação de custo e benefício favorável ao empreendimento. Estes itens, contudo, estão situados no campo da agenda clássica do desenvolvimento: geração de empregos, aumento da oferta da reserva energética e com isto maior capacidade de suporte ao desenvolvimento regional e nacional.


Porém, da análise do Balanço Energético Nacional (MINISTERIO DE MINAS E NERGIAS - BEN, 2006) Bermann (2009) conclui, que, em que pese a justificável necessidade de investimentos para equilibrar o balanço de consumo e produção, o Brasil continua ampliando a oferta de energia para setores da indústria que produzem e exportam produtos básicos de baixo valor agregado e com alto conteúdo energético.


Ainda no mérito da questão energética, segundo pareceres do painel independente de especialistas que analisou os estudos de viabilidade do projeto (SANTOS e HERNANDEZ, 2009), Belo Monte vai operar muito aquém dos 11.223 MW aclamados pelos dados oficiais, além de produzir em média apenas 4.428 MW num pólo que está em distância de aproximadamente 5.000km dos principais centros industriais e de grande consumo de energia no país.


Colocadas as considerações preliminares, a questão que identifica o problema a ser considerado neste ensaio é, em última análise, a seguinte: é prudente e viável empreender uma obra com as características de Belo Monte sem fazer prévio e multicriterial balanço que considere as perdas em bens e serviços ambientais e humanos que ali prometem ser enfunerados com as mudanças impostas pelos novos regimes hídricos, sociais, econômicos e ecossistêmicos?


Com essa dúvida o presente artigo se propõe a evidenciar um aspecto comumente pouco dimensionado nos estudos que projetam a viabilidade e mensuram os riscos de empreendimentos complexos como é o caso de Belo Monte.


A este respeito vale considerar que algumas importantes organizações que influenciam tomadas de decisões a respeito de grandes empreendimentos e políticas públicas já têm agregado em seus manuais de instruções e garantias os fatores sociais e ambientais como parâmetros adicionais para avaliação da viabilidade e o controle de riscos. Este é o caso, por exemplo, de agências de financiamento alinhadas com o International Finance Corporation – IFC, e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE (SEILERT, 2010).


No primeiro caso as salvaguardas são aplicadas no controle das vantagens de curto e longo prazo em operações de financiamento para empreendimentos que representam riscos para o cedente, o país mutuário, seus consumidores, os recursos hídricos, a biodiversidade, à saúde humana e, principalmente, para os grupos humanos que dependem intrinsecamente dos bens e serviços oferecidos pela natureza[2].


Embora tenha ganhado relevância a ponto de atingir status de diretivas operacionais, este padrão de salvaguardas ainda não tem influenciado significativamente os critérios de tomadas de decisões nos governos de notada influência desenvolvimentista.


Em linhas gerais tal problema diz respeito ao dimensionamento de bens e serviços ambientais qualificados como o patrimônio biológico, genético, assim como do capital social e da inteligência humana acumulados em gerenciamento de recursos naturais pelos grupos diretamente vinculados à região do empreendimento (SEILERT, 2008), como parâmetros adicionais na seleção de oportunidades eficazes, eficientes e equilibradas, inclusive, com medidas de notação econômica, se assim houvesse o senso de visão estratégica de futuro-futuro.[3]


O primeiro aspecto relativo à avaliação dos indicadores de viabilidade para este tipo de empreendimento complexo que é destacado diz respeito às perdas dos ativos naturais.


A esse respeito, nas últimas duas décadas, vem crescendo o número de estudiosos que se dedicam a conhecer o problema do dimensionamento do valor dos bens ecológicos em contraposição ao desenvolvimento fundado na apropriação dilapidante da natureza.


Segundo Daily (1997) à primeira vista, ainda que sutis, as conseqüências causadas pela perda da natureza resultam graves em sentido finalístico. Segundo alerta a eminente pesquisadora, a redução das áreas naturais afeta os processos ecológicos naturais, nos quais os serviços que a natureza presta são imprescindíveis e incomensuráveis.


Na longa lista dos serviços sensíveis disponibilizados ao planeta a autora destaca, por exemplo: a purificação da água e do ar; o controle das enchentes e das secas; a decomposição e limpeza dos dejetos; a produção e renovação de solo fértil; a polinização da vegetação; o controle de pestes comuns à agricultura; a dispersão de sementes e transferência de nutrientes; a manutenção da biodiversidade, da qual a humanidade vem retirando elementos essenciais para agricultura, medicamentos e indústria; a proteção dos raios ultravioletas do sol; a estabilidade, mesmo que parcial, do clima; a moderação de temperaturas e das forças do vento e das marés; a sustentação da diversidade cultural humana e o propiciar de um senso estético de beleza e estímulo intelectual que eleva o espírito humano. Todos estes itens têm alto custo, ainda que não exatamente na econometria do capital e do mercado.


O segundo aspecto relacionado à avaliação das perdas, portanto também dos fatores de riscos, diz respeito ao problema do equilíbrio das relações humanas e dos complexos territoriais. Neste particular, aforadas as questões políticas que dividem o ambientalismo no que diz respeito à questão do peso da interação humana na manutenção do equilíbrio das espécies e do meio ambiente, em algumas situações particulares é possível afirmar que há uma conjunção positiva entre ações humanas e articulações naturais que repercutem em alta eficiência em termos ecológicos e para a perpetuação da vida.


Diegues (2001) chama a atenção para o fato que entre algumas sociedades denominadas tradicionais, em particular “[...] as indígenas, existe uma interligação orgânica entre o mundo natural, o sobrenatural e a organização social” (p. 14). Sugere o autor que entre estas culturas a não separação do humano e do natural faz com que não haja distinção entre os seres vivos e os processos ecológicos onde estão inseridos.


O autor defende claramente que o modus vivendi das populações tradicionais pode ser considerado inerente aos processos ecológicos do ambiente onde estão inseridas, contribuindo também para o circuito ecológico como um todo.


Esta assertiva poderia ser considerada como influência do senso romântico que tende a contagiar as ciências humanas no sentido de reservar, como em benesse, um espaço simbólico para o bom selvagem, se não fossem as evidências de que tais grupos elaboram um modelo cosmológico eficiente e sustentável que coopera para a reprodução biológica e ecossistêmica num determinado espaço e, que repercutem sobre as garantias de vida para os povos em geral.


Trata-se de uma cosmologia que coincide com o que Trepl (2006, p. 329-350) sugere como sendo uma das vertentes políticas que marcou a bifurcação histórica do pensamento científico sobre meio ambiente e impacto ambiental: a expressão do todo na particularidade da unidade, ou o sentido de mónade em Leibniz[4]. O senso da inteligência eficiente que as ciências naturais têm perdido sob as aspirações do modelo ocidental inaugurado com as revoluções industriais.


No caso da verificação dos aspectos trazidos – os ativos sociais e ambientais - é relevante notar que ao detalhar a área de abrangência do empreendimento Belo Monte, o contratante e os autores do EIA bem dimensionam fisicamente a Bacia Hidrográfica do Xingu.
Porém, ao se referirem aos impactos do empreendimento os interessados diretos do negócio tratam de minimizar a sua amplitude ao ponto de sugerirem que a Barragem não afetará um dos maiores complexos de populações diferenciadas que vivem tradicional e imemorialmente numa unidade territorial elevada por ato legislativo próprio à categoria constitucional de Terra Indígena.


Afinal este é o argumento levado em viva voz por técnicos de governo e empresas nas audiências públicas, como em defesa da tese da viabilidade a todo custo: “não há índios nas imediações da barragem.” Esta visão resulta numa flagrante corrupção de leitura básica da matriz lógica do espaço que dará lugar ao empreendimento.


A título de elucidar o que é o espaço de influências diretas e indiretas de Belo Monte é preciso considerar que a Bacia Hidrográfica do Rio Xingu tem área total de 509.000 km2. Se forma no sentido sul-norte, desde a Região Centro-Oeste, aproximadamente no paralelo 15º S, até o paralelo 3º S, na Região Norte. (ARCADIS, 2009, p. 3). Essa região é habitada por meio milhão de pessoas, sendo que deste total 15 mil são indígenas, representantes de 24 etnias (Instituto Socioambiental, 2010).


Naquele complexo o Parque Indígena do Xingu (PIX) é o conjunto socioambiental de expressivo destaque. O parque é uma solução que o governo Jânio Quadros sintetizou ao arcabouço jurídico nacional como uma espécie de cartão postal para demonstrar à comunidade nacional e à internacional o melhor gesto da receptividade brasileira à diversidade indígena no Brasil Central.


Em “Os Povos do Alto Xingu: História e Cultura” (FRANCHETTO e HECKENBERGER, 2001)16 estudiosos, entre etnólogos, lingüistas, antropólogos biológicos, um arqueólogo e uma geógrafa, apresentam de forma eloqüente e sob vários enfoques, os xinguanos, hoje reduzidos a três povos falantes de línguas aruak (Waurá, Mehinako e Yawalapiti), quatro de línguas karib (Kuikuro, Kalapalo, Matipu/Nahukwá e Bakairi), dois de línguas tupi (Kamayurá e Aweti) e um de língua isolada (Trumai). Trata-se de grupos que pautam sua vida sobre um fundo cultural comum, mas mantendo-se étnica e politicamente distintos.


Os Ikpeng, Kaiabi, Kisêdjê, Yudjá e, mais ao final os Panará foram aos limites da área demarcada por razões de ordem administrativa, em alguns casos implicando no deslocamento de suas terras originárias localizadas em outras regiões.


À exceção dos Bakairi - que vivem nas cabeceiras de tributários dos rios Teles Pires e Arinos – e os Panará – que em meados dos anos 90 regressaram ao território tradicional situado mais ao oeste, nas imediações do rio Iriri, depois de um exílio forçado para salvação ante à vertiginosa depopulação provocada durante os contatos com a abertura da BR 163, todos vivem no PIX. No total são 6.152 pessoas somente nessa área indígena (FUNASA, 2009).


Este conjunto de pessoas e coisas seriam apenas circunstâncias casuais do espaço escolhido para a construção de Belo Monte, não fosse o conjunto de fatores que demonstram uma eficiente estratégia de vida baseada na elegibilidade de um sistema de cooperação com os recursos naturais com efeitos positivos que se expandem para além-fronteiras.


O terceiro aspecto das “sutis perdas” está relacionado com um sistema de relações sociais e tomadas de decisões que os grupos humanos vêm historicamente desenvolvendo nas interações com os espaços, através de regras de ocupação de espaços físicos, restrições de atividades produtivas, definições de fronteiras, de estratégias de abordagens do entorno e com seus atores econômicos, que, ao final da conta e décadas de observação, denotam uma inteligência que resulta em alta eficiência ecológica e em termos de interação homem-natureza.


Vale notificar também que a análise da qualidade das águas em diversos pontos do rio Xingu é um dos resultados dessas conjunções que evidencia tal eficiência, na medida em que pode se aferir que o PIX atua como elemento filtrante das águas do rio Xingu. Esta é uma inferência que considera os resultados comparativos de amostras de coletas de águas em pesquisas produzidas por diversas instituições em pontos e tempos distintos. Numa delas, em 2005, Thomas Gregor, do Departamento de Antropologia da Universidade de Vanderbilt, Estados Unidos, num dos primeiros trabalhos de avaliação qualitativa das águas de um dos afluentes do rio Xingu, o Curisevo, analisou amostras nas proximidades das aldeias Uyaipyuku e Utanawa, do povo Mehinaku. Noutra o Ministério das Cidades analisou a qualidade dos mananciais hídricos de 14 cidades de entorno localizadas na Bacia do Xingu, cujas conclusões indicam que apenas três cidades dipunham de sistema de tratamento de esgoto, portanto lançando seus efluentes diretamente nos cursos hidricos que invariavelmente convergem para o rio Xingu.


O quarto aspecto aqui trazido diz respeito às perdas relacionadas com os fatores propriamente ambientais. Aqui, também segundo dados do EIA Rima de Belo Monte, a região pleiteada pela obra apresenta enorme biodiversidade de fauna e flora.


No caso dos animais, o EIA aponta para 174 espécies de peixes, 387 de répteis, 440 de aves e 259 de mamíferos, algumas endêmicas e outras ameaçadas de extinção.


Os ictiólogos do painel dos especialistas de estudos do empreendimento alertam para o caráter irreversível dos impactos sobre a fauna aquática, em especial peixes e quelônios, no trecho de vazão reduzida (TVR) do rio Xingu, que afeta mais de 100 km de rio, o que aponta a inviabilidade do empreendimento do ponto de vista ambiental.


Segundo os mesmos especialistas a bacia do Xingu apresenta significante riqueza de biodiversidade de peixes, com cerca de quatro vezes o total de espécies encontradas em toda a Europa.


Tal biodiversidade é devida inclusive às barreiras geográficas das corredeiras e pedrais da Volta Grande do Xingu, no município de Altamira-PA, que isolam em duas regiões o ambiente aquático da bacia. Neste sentido o sistema de eclusa poderá romper esse isolamento e provocar a irreversível perda de centenas de espécies.



Conclusão
Do ponto de vista energético Belo Monte produzirá energia de baixa eficiência e com altos riscos de perdas em distribuição aos consumidores por simples questão da distância física do sistema gerador em relação aos centros de consumo. Nessa questão direta vale perguntar: qual é a estratégia que interessa ao povo brasileiro?

Do ponto de vista do valor social e ambiental a análise crítica sobre os estudos que sustentam a viabilidade do empreendimento sugere que as tomadas de decisões para sustentar o empreendimento estão fundadas numa lógica ultrapassada, na medida em que perpetua um modelo não compatível com o marco legal aplicado no Brasil e internacionalmente.


Esta conclusão sugere que o governo brasileiro deveria ao menos ampliar a escala de perícia ao analisar os riscos sobre os bens e serviços humanos e ambientais que estão associados ao empreendimento, antes que em tempo já transcorrido, se evidencie, sem muita chance de mitigação, reparação ou indenização, o erro de contabilidade que as políticas públicas tendem a cometer nesses casos. Vide o caso Balbina, hoje o maior consenso sobre esse erro de estratégia no barramento hidrelétrico em rios de ambiente amazônico.


Referências bibliográficas
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[1] Belo Monte tem sua origem nos Estudos de Inventário da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu, concluídos em dezembro de 1979, cujas alternativas contemplavam aproveitamentos, um situado pouco a montante da cidade de Altamira e outro na Volta Grande do Xingu, constituindo o denominado Complexo Hidrelétrico CHE de Altamira.
[2] A esse respeito vale ver os “Princípios do Equador” que têm sido adotados como parâmetros de salvaguardas para instituições de crédito e operações bancárias associadas ao IFC. Também se sugere conhecer as salvaguardas 4.10, 4.11 e 4.32 do Grupo Banco Mundial.
[3] A esse respeito vale ver o intrigante exercício econométrico feito por Costanza (1997) e publicado pela revista Nature, apresentando um complexo sistema de valoração de recursos naturais distribuídos por 16 biomas da biosfera com o resultado computado em 54 trilhões de dólares norte-americanos.
[4]Na filosofia de Leibniz, o autor utilizou a expressão substância simples quando se referiiu à mónade. Por esse conceito-chave cada mónade apresenta-se como um mundo distinto, à parte, próprio - mas também como unidade fundamental que compõe todos os corpos. Neste sistema filosófico mónade significa substância simples - do grego μονάς, μόνος, que se traduz por "único" ou "simples". Como tal, faz parte dos compostos, sendo ela própria sem partes e portanto, indissolúvel e indestrutível e que, por si, reflete o todo.

Thursday, June 10, 2010

Consumo mundial de energia caiu 1,1% em 2009

O consumo mundial de energia caiu 1,1% em 2009 devido à recessão, informou o grupo petroleiro britânico BP em seu relatório anual sobre energia, assinalando que se trata de um movimento excepcional que não era visto desde 1982.
Por outro lado, as reservas mundiais de petróleo comprovadas no final de 2009 aumentaram 0,05% em relação ao ano anterior. As reservas estimadas, de 1,33 trilhão de barris, são suficientes para assegurar a produção durante 45,7 anos.
O principal economista da BP, Christoph Ruehl, indicou na apresentação do relatório que o consumo dos países industrializados da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) caiu 5%, mais que a queda do PIB (Produto Interior Bruto) em 2009, ano que que consumiram menos energia que dez anos antes.
Em compensação, o consumo de energia fora da OCDE aumentou 2,7%, mais que o PIB destes países, liderados pela China.
A BP anunciou ainda que as atuais reservas de gás são suficientes para 62,8 anos, e as de carvão, para 119 anos. 

(Fonte: Folha.com)

Monday, June 7, 2010

Carvão Mineral

Autor: Eric Romano Maia.

Rervisores: Villi, Adilson e Luciano.

O QUE É CARVÃO MINERAL?

O carvão mineral é uma mistura de hidrocarbonetos formada pela decomposição de material orgânica durante milhões de anos, sob determinadas condições de temperatura e pressão. De acordo com o Atlas da Energia Elétrica do Brasil (ANEEL, 2005), esse combustível fóssil é classificado, em função de sua qualidade, como: turfa, de baixo conteúdo carbonífero, que constitui um dos primeiros estágios do carvão, com teor de carbono na ordem de 45%; linhito, que apresenta teor de carbono que varia de 60% a 75%; carvão betuminoso (hulha), mais utilizado como combustível que contém entre 75% e 85% de carbono; e antracito, o mais puro dos carvões, que apresenta um conteúdo carbonífero superior a 90%.

Apesar de ser um combustível bastante poluente, o carvão deve continuar desempenhando um importante papel como fonte de energia no cenário mundial, devido à disponibilidade de enormes reservas que estão geograficamente espalhadas. Tal característica livra o abastecimento energético das limitações geopolíticas ou de questões de segurança.

VISÃO GERAL DO CARVÃO NO MUNDO.

Dentre todos os combustíveis fósseis, o carvão possui a maior reserva mundial, suficiente para suprir o consumo nos níveis atuais por 219 anos. Além disso, ao contrário do que ocorre com o petróleo e com o gás natural, as reservas de carvão apresentam uma distribuição geográfica no mundo muito mais uniforme, sendo que 75 países possuem reservas expressivas. 57% das reservas recuperáveis encontram-se em três países: Estados Unidos (27%), Rússia (17%) e China (13%). Outros seis países respondem por 33%: Índia, Austrália, África do Sul, Ucrânia, Cazaquistão e Iugoslávia. Em 2002 esses nove países juntos representavam 90% das reservas recuperáveis mundiais e por 78% da produção.

O aumento do consumo de energia mundial é uma tendência consolidada que é adotada como referência para o planejamento energético de longo prazo em todo o mundo. Nas economias maduras há previsão de crescimento no consumo de carvão, que deverá sair de 2.067 milhões de toneladas para 2.261 milhões de toneladas em 2015 e para 2.474 milhões de toneladas em 2025.

Tabela 1 – Reservas, produção e consumo de carvão mineral no mundo em 1998.

Fonte: Elaborado a partir de BP Amoco, 1999b.

Figura 1 – Reservas mundiais de carvão mineral em 1998 (trilhões de toneladas).

Comercio internacional

Em comparação ao consumo mundial de carvão, o seu comércio internacional é relativamente pequeno. O carvão mundial é comercializado em dois mercados distintos: o mercado de carvão térmico e o de coque. Cinco países exportadores dominam o mercado de carvão térmico: Austrália, China, Indonésia, África do Sul e Colômbia. O crescimento recente no comércio internacional resultou do aumento de demanda de carvão para geração de eletricidade, particularmente na Ásia. Países como a Coréia do Sul, Taiwan, Índia, China e Malásia serão os maiores importadores de carvão do continente asiático.

Durante os anos 80 a Austrália tornou-se líder na exportação de carvão, atendendo principalmente as necessidades de carvão da Ásia. Atualmente 50% das exportações de carvão Australiano são destinados ao Japão, o maior importador. Outros dois fornecedores de carvão para os mercados asiáticos são a China e a Indonésia.

A evolução da demanda por carvão no mundo dependerá essencialmente dos seguintes fatores:

• taxa de penetração do Gás Natural no mundo,

• preço relativo do Gás Natural em relação ao carvão e ao petróleo,

• interconexões entre os países (integração energética), e

• da disponibilidade de novas reservas de Gás Natural.

Considerando que as perspectivas de preço futuro do gás natural apontam para uma tendência de alta e que as recentes tensões políticas nas regiões importantes para o gás podem limitar a sua demanda futura, o carvão surge como uma alternativa energética relativamente barata e de suprimento seguro que poderá reduzir a dependência externa em diversos países, atendendo às necessidades de energia que certamente irão contribuir para redução da pobreza e para o desenvolvimento de muitos países.

NO MUNDO

O carvão é combustível mais utilizado na geração de eletricidade no mundo. As exportações Australianas tem apresentado um leve declínio em função do crescimento da exportação Chinesa para outros países da Ásia, deslocando o mercado australiano, mas ainda assim o país deverá manter a sua liderança na exportação de carvão. Os principais mercados consumidores são o setor elétrico, aço, cimento e a industria em geral. O maior crescimento esperado no entanto é na geração de energia elétrica.

Na China entre 96 e 2001 a produção chinesa entrou em declínio devido a uma orientação do governo de fechar esse setor industrial inseguro e encorajar produções mais eficientes de grandes produtores. A partir de 2002 nota-se um movimento no sentido contrário com o aumento da produção de minas locais. Existe um potencial significativo para aumento da capacidade de produção de carvão na China nos próximos anos.

Na Indonésia o mercado tem apresentado um forte crescimento e o país passou a ser um dois maiores exportadores de carvão térmico. Do ponto de vista dos custos a industrial da Indonésia é altamente competitiva e o carvão é aceito tanto no mercado exportador como pelos consumidores domésticos. Como um produtor relativamente novo no cenário internacional, a Indonésia compete com outros mais tradicionais mantendo vantagem competitiva pela sua localização estratégica.

A África do Sul já começa a ter problemas no seu suprimento de energia elétrica, que podem ser observados nos recentes apagões. Na África do Sul existem grandes reservas de carvão e o mercado de exportação representava aproximadamente 30% da produção nacional.

Na Colômbia o carvão térmico representa 90% das reservas totais medidas do país. O crescimento da indústria é basicamente voltado para fins de exportação e há capacidade para expansão da produção atual.

A Venezuela possui a segunda maior reserva de carvão da América do Sul. Em torno de 71% das exportações do carvão térmico da Venezuela foram destinadas à América, US(69%) e Canadá(2%). Os maiores clientes na Europa são a Itália (17%) e França (8%).

O carvão da Venezuela é de baixo custo e alto conteúdo energético. O país tem potencial para aumentar suas exportações, mas a instabilidade política não favorece o desenvolvimento de novos projetos. Se o risco político for reduzido as exportações poderiam crescer rapidamente.

Estima-se que 29% das reservas mundial estejam nos EUA, onde é largamente utilizado na geração termelétrica. No entanto nos últimos anos as exportações de carvão norteamericanas vem caindo particularmente em função dos baixos preços e pelo aumento da demanda doméstica por carvão com baixo conteúdo de enxofre pelas companhias de eletricidade. A maior parte das exportações são de alta qualidade, para mercados tais como Europa, Egito, Canadá, Brasil, Japão e Coréia.

A produção vem decrescendo devido a limitações nos investimentos em nova capacidade instalada e, também, devido ao fechamento de algumas minas existentes que não estavam de acordo coma legislação, cada vez mais restritiva, vigente. De acordo com projeções do DOE a participação do carvão térmico deverá apresentar ligeira queda no médio prazo cedendo espaço ao gás natural. No longo prazo no entanto, essa tendência deverá ser revertida em função do preço do gás.

A demanda por carvão térmico mundial deverá crescer até 2015, sendo que a maior parte desse crescimento deverá ocorrer na Ásia.

Fonte: Elaborado a partir de BP Amoco, 1999b.

Figura 2 – Consumo mundial de carvão mineral em 1998 (trilhões de toneladas).

NO BRASIL

As reservas de carvão mineral no Brasil somaram 32 bilhões de toneladas em 2004, e a produção foi de aproximadamente 5,4 milhões de toneladas. Do total de energia primária produzida internamente, pouco mais de 1% foi proveniente do carvão. Do total da produção nacional, 94% atendem à demanda de carvão vapor e o restante, à de carvão metalúrgico (BEN, 2005).

As reservas brasileiras de carvão mineral estão localizadas na região Sul, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Ainda que o carvão nacional seja de baixa qualidade, a disponibilidade de reservas dessa fonte fóssil com o desenvolvimento de tecnologias menos poluentes e a crescente demanda por energia elétrica no país poderá fazer com que não se descarte a expansão das termelétricas a carvão no Brasil.

A potência instalada é de 1.415 MW, sendo que, no último Leilão de Energia de Novos Empreendimentos, a usina Candiota III, em Candiota – RS, foi negociada e irá disponibilizar mais 542 MW de capacidade.

De acordo com a ANEEL, há ainda a possibilidade de construção de mais 2.714,5 MW (desconsiderando a usina Candiota III), já outorgados.

BARREIRAS À EXPANSÃO DO CARVÃO

Existe uma grande incerteza relacionada à possíveis restrições ambientais que afetariam a demanda por carvão no mundo todo. Nos EUA, por exemplo, estão em discussão programas para restringir as emissões de mercúrio, particulados finos e gases de efeito estufa para serem aprovadas pela US Environmental Protection Agency e pelo Congresso, adicionando restrições àquelas já vigentes pelo Clean Air Act Amendments.

No Japão, em 2002 o governo anunciou que passaria a introduzir um imposto sobre o carvão importado. Esse imposto começou a ser cobrado em outubro de 2003.

Ainda que o carvão permaneça como um importante energético para as economias de muitos países, o seu maior desafio consiste na redução dos impactos ambientais. Métodos efetivos já existem para controlar poluentes tais como óxidos sufúricos e de nitrogênio (SO2 e NOX) e particulados.

Como a demanda por eletricidade continua crescente, países em desenvolvimento continuam utilizando suas reservas abundantes e os níveis de CO2 deverão continuar crescendo. Os sistemas de energia do futuro deverão ser baseados em uma mistura de tecnologias avançadas, limpas e eficientes tanto na geração como no uso da energia. Para tanto, a participação das fontes renováveis deverá ser crescente em boa parte reforçada pelas restrições de emissões de gases de efeito estufa. O carvão permanecerá como um importante energético nas próximas décadas, com forte crescimento nos países em desenvolvimento. A redução do seu impacto ambiental é viável a partir da aplicação de novas tecnologias. A evolução dessas levará a tecnologias de emissões zero ou próximas de zero.

COLCLUSÃO

Não restam dúvidas sobre o aumento da demanda por energia no mundo e sobre a necessidade de segurança de suprimento como um fator indispensável ao desenvolvimento das nações. Considerações ambientais serão cada vez mais restritivas em uma visão global. Ainda assim, a matriz energética mundial deverá permanecer fortemente dependente dos combustíveis fósseis nas próximas décadas.

A combinação desses fatores sinaliza em direção ao desenvolvimento de novas tecnologias e novos contornos para as políticas energéticas em todo o mundo. As tecnologias limpas de geração a carvão apresentam um enorme potencial para atender às essas exigências e serão de fundamental importância nas regiões onde as plantas existentes poderão ser incrementadas com a instalação de sistemas de seqüestro de CO2 bem como nas economias em desenvolvimento onde a demanda por eletricidade deverá crescer a taxas mais significativas.

Mais do que isso tanto o carvão como o próprio gás natural podem se transformar em alternativas de transição para uma economia do hidrogênio no longo prazo.

Naturalmente a evolução das tecnologias e a viabilização do uso do carvão com menores impactos ambientais prescindem de políticas e estratégias que deverão ser implantadas nos próximos anos.

No Brasil os desafios da expansão do acesso aos serviços de energia elétrica, da garantia de suprimento e da modicidade tarifária, pilares do novo modelo institucional, levam ao planejamento energético nacional a consideração de todas as fontes de energia. A visão global de fortalecimento da geração a carvão reafirma a necessidade de estudos e pesquisas para o aproveitamento do carvão no Brasil.

REFERÊNCIAS

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