Friday, September 11, 2009

PETRÓLEO

Professora Renata e colegas,

Segundo Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o petróleo é um óleo inflamável, formado a partir da decomposição, durante milhões de anos, de matéria orgânica como plantas, animais marinhos e vegetação típica das regiões alagadiças, e encontrado apenas em terreno sedimentar.
A base de sua composição é o hidrocarboneto, substância composta por carbono e hidrogênio, à qual podem se juntar átomos de oxigênio, nitrogênio e enxofre, além de íons metálicos, principalmente de níquel e vanádio.
Para encontrar e dimensionar o volume de reservas existentes (medidas em quantidades de barris, que correspondem a 159 litros), são realizados estudos exploratórios, que utilizam tanto a geologia quanto a geofísica. Depois disso, vem à fase da perfuração, que tem início com a abertura de um poço mediante o uso de uma sonda para comprovar a existência do petróleo. Em caso positivo, outros poços são perfurados a fim de se avaliar a extensão da jazida.
Esta tecnologia sofisticada foi desenvolvida principalmente ao longo do século XX quando, em função da exploração crescente, as jazidas mais próximas do solo se esgotaram. No final do século XIX, não era incomum o petróleo jorrar naturalmente, como ocorreu em algumas regiões dos Estados Unidos. Dessa época, há histórias de fortunas feitas da noite para o dia por obra do acaso.
É dessa época, também, que data a constituição das maiores companhias petrolíferas multinacionais hoje em operação. O petróleo cru não tem aplicação direta. A sua utilização exige o processo de refino, do qual se obtém os derivados que são distribuídos a um mercado consumidor pulverizado e diversificado.
Assim, além da extração, a cadeia produtiva compreende mais três etapas: transporte do óleo cru (geralmente por oleodutos ou navios), refino e distribuição (entrega dos derivados ao consumidor final, geralmente por caminhões-tanques).
Nas refinarias, o petróleo é colocado em ebulição para fracionamento de seus componentes e conseqüente obtenção de derivados. Os derivados mais conhecidos são: gás liquefeito (GLP, ou gás de cozinha), gasolina, nafta, óleo diesel, querosene de aviação e de iluminação, óleo combustível, asfalto, lubrificante, combustível marítimo, solventes, parafinas e coque de petróleo. Para produção de energia elétrica, utiliza-se o óleo diesel e o óleo combustível e, em menor proporção, o óleo superviscoso.
O tipo de derivado obtido depende da qualidade do petróleo: leve, médio ou pesado, de acordo com o tipo de solo do qual foi extraído e a composição química. O petróleo leve, como aquele produzido no Oriente Médio, dá origem a maior volume de gasolina, GLP e naftas. Por isso é, também, o mais valorizado no mercado. As densidades médias produzem principalmente óleo diesel e querosene. As mais pesadas características da Venezuela e Brasil produzem mais óleos combustíveis e asfaltos.
Conforme o Balanço Energético Nacional (BEN) 2009 Com relação aos combustíveis líquidos destaca-se a continuada expansão no consumo de etanol (+ 17,7%). Também foi significativo o aumento no consumo de óleo diesel (+ 7,7%), refletindo o dinamismo da economia nacional nos primeiros 10 meses do ano, impactando a atividade de transporte rodoviário.
Ainda conforme o BEN 2009 a produção de Petróleo que era de 1.832,7 em 2007 passou para 1.898,6 em 2008, tendo uma produção dia de 103 bbl/dia (1 bbl = barril; inclui líquidos de gás natural) demonstrando um crescimento de 3,6%. Apesar do crescimento na oferta, a participação fontes não renováveis na oferta de energia caiu de 59% para 54,7%. O Petróleo e derivados que participam na oferta interna de energia no qual em 2007 representava 37,4% teve uma queda para 36,37% em 2008 e a oferta interna de energia elétrica através dos Derivados de Petróleo que era o equivalente a 13,4% em 2007 subiu para 15,1% em 2008, conforme tabela a seguir.

Petróleo e Derivados
Petróleo
Descrição / Unidade / 2008 / 2007 / Diferença%
Petróleo / 10³ bbl/dia / 1.815 / 1.753 / 3,5%
Produção / 10³ bbl/dia / 375 / 416 / -9,8%
Importação / 10³ bbl/dia / 396 / 421 / -6,0%
Exportação / 10³ bbl/dia / 253 / 250 / 1,2%
Produção de Derivados
Óleo Diesel / 10³ m³ / 40.804 / 39.164 / 4,2%
Gasolina / 10³ m³ / 20.291 / 20.772 / -2,3%
Óleo combustível / 10³ m³ / 16.222 / 16.531 / -1,9%
Nafta / 10³ m³ / 8.772 / 9.293 / -5,6%
GLP / 10³ m³ / 10.667 / 10.622 / 0,4%
Querosene / 10³ m³ / 3.817 / 4.051 / -5,8%
Coque de Petróleo /10³ m³ / 2.811 / 2.563 / 9,7%
Asfalto / 10³ m³ / 2.126 / 1.680 / 26,5%
Lubrificantes / 10³ m³ / 756 / 646 / 17,2%
Principais usos
Veicular / 10³ m³ / 54.175 / 51.268 / 5,7%
Matéria prima / 10³ m³ / 15.966 / 15.823 / 0,9%
Industrial / 10³ m³ / 15.717 / 14.670 / 7,1%
Residencial / 10³ m³ / 9.925 / 9.661 / 2,7%
Geração de eletricidade
· Serviço público / 10³ m³ / 2.200 / 2.364 / -6,5%
· Autoprodutores / 10³ m³ / 1.187 / 1.157 / 2,6%
· Comércio / setor público / 10³ m³ / 1.603 / 1.572 / 2,0%

Conforme PNE 2030
Expansão da Oferta
Petróleo
Como reflexo da política continuada de investimento em exploração e produção, estima-se que a produção de petróleo possa atingir 3 milhões de barris por dia nos próximos 10 ou 15 anos. Mesmo que se fixe a produção nesse patamar até 2030, hipótese em que a continuidade dos investimentos teria como resultado principal o aumento das reservas com vistas a uma confortável relação R/P1, a auto-suficiência atingida em 2006 é mantida no longo prazo.
Do lado da demanda, o consumo de petróleo deverá seguir trajetória de crescimento, acompanhando as condicionantes dos cenários macroeconômicos. Os estudos da EPE prevêem que a produção de derivados de petróleo possa superar 3,6 milhões de barris por dia em 2030, em razão da expansão da capacidade de refino, necessária para atender à demanda doméstica.
Alterações estruturais são esperadas no balanço de produção e consumo de derivados, na medida em que a expansão do refino deverá privilegiar a produção de derivados leves (GLP, gasolina) e médios (diesel e querosene de aviação), que constituem hoje – com exceção da gasolina – o drive do refino nacional. No caso do diesel, essa estratégia, aliada à expansão da oferta biodiesel, pode tornar o balanço superavitário no longo prazo. Em adição, expandirá a produção de diesel a partir de óleos vegetais (H-Bio2), que contribui para a redução da demanda de óleo cru.
A gasolina, em razão da presença do etanol e do aumento da frota de automóveis flexfuel, deverá manter o balanço superavitário que apresenta hoje, embora o crescimento do consumo e a definição dos perfis das futuras refinarias sugiram a possibilidade de reversão em mais longo prazo. Também no caso do GLP, a estratégia indicada para a expansão do refino pode modificar a situação atual de importação, equilibrando o balanço produção/consumo, eventualmente com pequenos superávits. A produção de GLP tende a pressionar menos a demanda de óleo cru com a utilização de líquidos de gás natural.
Desta forma, os principais derivados de petróleo (óleo diesel, gasolina e GLP) ganham participação na matriz de consumo de derivados, em detrimento do óleo combustível e da nafta, cujos consumos devem se reduzir em decorrência da substituição por gás natural na indústria em geral (óleo combustível) e na química e petroquímica (nafta).
Embora mantenha posição de liderança na matriz energética brasileira, o petróleo e seus derivados devem reduzir participação para cerca de 30% em 2030, perdendo nove pontos percentuais em relação a 2005, acentuando a tendência que tem se verificado nos últimos anos.
No primeiro semestre de 2008, a Petróleo Brasileiro S/A (Petrobras), controlada pelo Governo Federal, anunciou a descoberta de um campo de petróleo na camada pré-sal (abaixo da camada de sal) na Bacia de Santos, litoral brasileiro. O campo de Júpiter foi a segunda grande descoberta anunciada pela empresa e a estimativa de suas reservas ainda está em fase de cálculo.
A primeira foi o Poço de Tupi, também na Bacia de Santos, com reservas estimadas entre 5 e 8 bilhões de barris. A expectativa é de que todo o pré-sal tenha mais de 30 bilhões de barris.
A exploração exigirá elevados investimentos, desenvolvimento tecnológico específico e não tem data marcada para ser iniciada. Mesmo assim, a descoberta provocou forte impacto positivo na opinião pública, pois tem potencial para fazer com que o país aumente significativamente o volume de suas reservas, de 12,6 bilhões de barris. Além disso, as descobertas na camada pré-sal da Bacia de Santos colocam o Brasil, que durante anos buscou a auto-suficiência no recurso, no mesmo nível dos grandes produtores mundiais. Tanto que o país foi convidado pelo Irã para integrar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Descobertas como estas têm importância estratégica para qualquer país no mercado internacional. Isto porque o petróleo e seus derivados transformaram-se, ao longo do século XX, não só na principal fonte primária da matriz energética mundial, mas, também, em insumo para praticamente todos os setores industriais.
Portanto, entre as vantagens estratégicas do país que detém e controla as reservas de petróleo e as estruturas de refino estão: importância geopolítica; segurança interna em setores vitais como transporte e produção de eletricidade; e aumento da participação no comércio internacional, seja por meio da exportação direta do óleo e seus derivados, seja pelo custo e, portanto, pela competitividade dos produtos industrializados.

BIBLIOGRAFIA

ANEEL, Atlas de Energia http://www.aneel.gov.br/

EPE, Balanço Energético Nacional 2009 http://www.epe.gov.br/

http://economia.uol.com.br/ultnot/valor/2007/11/08/ult1913u78565.jhtm

http://www.anp.gov.br/

http://www.mme.gov.br/








10 comments:

Alexandre Moura said...

No senado federal essa semana o senador Cristovam questionou a idéia de que países detentores de matérias primas são realmente desenvolvidos citando o exemplo de Portugal que teve acesso a ouro, mas hoje é um país não muito desenvolvido em relação aos outros de se continente, essa colocação foi em cima de tanta propaganda que se faz em relação ao pré-sal. Não há dúvida de que o petróleo é importante e mesmo mostrando que o consumo pode diminuir nas próximas décadas sua exploração é algo irredutível. Não sei como ficam os biocombustíveis nesse cenário, após investimentos elevados será que o país pode perder um ganho certo, ou seja, onde já houve investimento por algo que ainda não se tem o conhecimento adequado? Será que há espaço para o dois? Há estudos que mostram que o mercado externo vai absorver as duas formas de combustível? A questão é que mesmo com tantas conseqüências negativas ao planeta, a utilização de combustíveis fósseis só vai parar quando todas as reservas se esgotarem.

Raimundo P. Barbosa said...

Colegas,


O petróleo é uma das principais fontes de energia utilizadas no Brasil e no mundo. Percebe-se que o processo de desenvolvimento continuado exige mais e mais o uso dessa fonte de energia não-renovável.

Explorar petróleo exige muito investimento em tecnologia, e, às vezes a quantidade e a qualidade do óleo encontrado não correspondem às expectativas. Por outro lado, a extração exige a montagem de um parque industrial voltado para obter os derivados, a construção de infraestrutura para estocagem, transporte, distribuição, etc.

Portanto, nessa fase de descoberta da camada pré-sal o país terá que fazer investimentos pesados na infraestrutura de produção desse óleo que dependendo de sua qualidade, nos encaminhar a passos largos para uma autonomia, mas ainda, num futuro próximo, talvez 2030.

Dessa forma, não se pode deixar de continuar investindo nas outras matrizes energéticas como o biodiesel, o etanol, a biomassa e outras fontes renováveis que são hoje uma realidade. Respondendo à pergunta feita pelo colega Alexandre. Há certamente espaço para a exploração e uso de todas as fontes energéticas, desde que não se ignore o conteúdo de sustentabilidade sócioambiental e socioeconômica das fontes renováveis.


Raimundo Pereira Barbosa

Ágatha said...

Olá pessoal,

As últimas discussões referentes ao marco regulatório para a exploração do pré-sal, apontaram, segundo nosso ministro de Minas e Energia, Edson Lobão que a política de partilha, no que tange à participação dos Estados da Federação e das agências reguladoras, é “a mais adequada ao atual contexto do país”.
Sabemos que a intervenção do Estado no mercado brasileiro é cada vez mais acirrada e, em especial, o novo “conflito amigo” é destinado à intervenção das empresas estatais na área de exploração (mais de 100 empresas são do Estado, nos setores produtivo, financeiro, ligadas à Eletrobrás e agências reguladoras) em que as agências reguladoras, de acordo com alguns especialistas, tendem a se enfraquecer, em termos do trabalho que lhes compete.
Neste sentido, ao mesmo tempo em que as empresas estatais estariam, em grande parte, tratando das questões econômicas e políticas, além da exploração e produção, dessa extensa camada de petróleo, as agências reguladoras (também estatais) deveriam fiscalizar e arbitrar sobre os interesses diretos dos cidadãos, dos consumidores. A dúvida reside justamente nesse ponto: no governo Getúlio Vargas, o “Petróleo é Nosso!” foi uma política de desenvolvimento econômico cogitada como a possível solução dos problemas sociais do país, em especial, com relação ao desemprego, saúde e educação. De lá para cá, é de nosso conhecimento todas as auguras que vivemos e, desde a descoberta do pré sal, toda a esperança numa nova alavanca social se formou em torno dessa nova demanda de exploração de petróleo. O slogan "Pré-sal: patrimônio da União. Riqueza do povo. Futuro do Brasil” sintetiza o sentimento de renovação do posicionamento estratégico internacional do Brasil; entretanto, as agências reguladoras estão, de fato, observando o interesse do brasileiro, cidadão comum, trabalhador?
Por ser uma questão de urgência a discussão no Congresso Nacional será de 90 dias. Este prazo habilita uma discussão consistente que aponte os interesses do cidadão brasileiro na exploração do “nosso pretróleo”?
A discussão quanto ao benefícios econômico-sociais advindos dessa nova fonte de riqueza deixam no ar a credibilidade dos legisladores(o que já era de se esperar!) na defesa do desenvolvimento dos aspectos sociais básicos.

Fernando Wirthmann said...

Olá pessoal,
Pesquisei alguns dados interessantes sobre a Petrobrás em relação a sua avaliação perante a sustentabilidade da empresa. Os dados trazem algumas questões que para muitos podem ser controversas e questionáveis.
A Petrobras é reconhecida como uma das 20 companhias mundiais do segmento de petróleo e gás e uma das oito empresas brasileiras mais sustentáveis de acordo com o Índice Dow Jones Mundial de Sustentabilidade (DJSI). O DJSI avalia os desempenhos econômico, ambiental e social de mais de 2.500 empresas em 57 setores, em todo o mundo. Atualmente, 20 empresas mundiais de petróleo e gás integram o índice. De acordo com os critérios de avaliação do índice, a Petrobras se destacou por sua transparência, gestão da marca, desempenho ambiental, biodiversidade, desenvolvimento de recursos humanos e cidadania corporativa, permitindo que sua pontuação total aumentasse de 70 em 2007 para 73 em 2008. O crescimento da pontuação foi no critério "Dimensão Econômica", com grande destaque para o critério Exploração e Produção, que saltou de 21% para 75%. A permanência no índice demonstra o reconhecimento do empenho da Companhia, nos últimos anos, na área ambiental, na transparência de seus processos contábeis, de divulgação e em governança corporativa.
A Petrobras foi reconhecida através de pesquisa da Management & Excellence (M&E) a petroleira mais sustentável do mundo. Em primeiro lugar no ranking, com a pontuação de 92,25%, a companhia é considerada referência mundial em ética e sustentabilidade, considerando 387 indicadores internacionais, entre eles queda em emissão de poluentes e em vazamentos de óleo, menor consumo de energia e sistema transparente de atendimento a fornecedores.
Os critérios para o ranking levaram em conta a adequação a padrões internacionais, como os da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Pacto Global da ONU, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), a presença no Índice Dow Jones de Sustentabilidade e a apresentação do Balanço Social e Ambiental, segundo as orientações do Global Reporting Initiative (GRI).
Creio que esses dados em nossas aulas poderão ampliar nossas discussões em relação à sustentabilidade e a utilização do petróleo como fonte energética principal da humanidade.

Fernando Wirthmann

Angélica said...

Sabemos que boa parte dos países necessitam do petróleo e seus componentes e derivados para as suas matrizes energéticas. O Brasil se destaca pelo fato de não só usar o petróleo e hoje também têm-se investido pesado em energias limpas e alternativas. Com certeza, o consumo e a necessidade do petróleo não irá acabar pelo menos nas próximas décadas, de repente, pode-se diminuir a necessidade dessa. Daí onde a descoberta do pré-sal têm destaque.Porém,quanto de ônus e custo ambiental essa descoberta irá dispensar?

Carol Alarcão said...

A produção brasileira de petróleo dobrou na última década a partir da Lei do Petróleo em 1997 na qual instituiu a concorrência no setor de exploração. Com a descoberta do pré-sal apesar dos obstáculos para retirar o petróleo da profundidade de 5000 a 7000 metros, há a possibilidade do Brasil se tornar um grande exportador mundial e transformar essa riqueza em desenvolvimento.

Prof. Cleber Alves da Costa said...

O petróleo, conhecido como ouro negro, pode ser a grande chance do Brasil em se destacar como um dos maiores produtores de seus derivados no mundo, podendo também desenvolver novas tecnologias de extração e contribuir com o crescimento nas exportações dos produtos ligados a ele. Apesar das estimativas otimistas do volume de petróleo existente no pré-sal, que chega a 30 bilhões de barris e o petróleo estar no topo da matriz energética, como fonte primária de energia as atenções devem ser divididas com outras fontes alternativas de energia, pois, mesmo com todo esse petróleo o Brasil deve ter mais cautela porque não é só a produção que importa, mas também as consequências com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.

Willem said...

Prezados colegas, gostaria de suscitar questoes relacionadas aos riscos atrelados a cadeia produtiva de petroleo.

A utilização do petróleo traz grandes riscos para o meio ambiente desde o processo de extração, transporte, refino, até o consumo, com a produção de gases que poluem a atmosfera. Os piores danos acontecem durante o transporte de combustível, com vazamentos em grande escala de oleodutos e navios petroleiros.

Em termos de catástrofe ambiental, um dos maiores acidentes aconteceu com o petroleiro Exxon-Valdez em 1989, quando o vazamento destruiu parte da fauna da costa do Alasca

No Brasil, os piores acidentes aconteceram em oleodutos da Petrobras, na Baía de Guanabara e no Paraná. Para enfrentar os riscos ambientais a Petrobras criou o Programa Pégaso e várias universidades brasileiras desenvolvem pesquisas para criar formas eficientes para a limpeza de áreas degradadas.

Os dois últimos graves acidentes em oleodutos da Petrobras aconteceram no ano de 2000 e causaram grandes vazamentos na Baía da Guanabara e na Paraná. Naquele mesmo ano, a Petrobras criou o Programa de Excelência em Gestão Ambiental e Segurança Ocupacional (Pégaso). O programa é formado por dez grupos de gerência, 80 especialistas de todos os escalões da empresa. Segundo a Petrobras, o Pégaso já investiu R$ 2,3 bilhão e a previsão é um total de investimento no valor de R$ 3,2 bilhões até 2003.

Para evitar a repetição dos últimos acidentes ambientais nos oleodutos, esse programa inclui a revisão, substituição de peças e automação. Segundo a Petrobras, cerca de 70% dos dutos da empresa já estão com supervisão automatizada e a meta é chegar a 100% até o final de 2002. O trabalho de monitoramentos dos oleodutos envolve também a avaliação das condições geotécnicas das faixas de terra por onde passam os dutos, que podem ser afetados por condições climáticas como chuva, erosão e marés.

Pedro Rodrigues said...

Se fala do petróleo do Pré-sal como se fosse a salvação do país, a criação de um novo modo de vida para os brasileiro. Um processo que pode levar muitos anos para se tornar real ou mesmo nunca funcionar de forma completa. Não se conhece o petróleo existente naquela profundidade, podemos encontrar um óleo com características que torne incompatível sua exploração por motivo do custo/beneficio apresentado.
Raimundo no seu texto, fala da diferença existente entre o petróleo brasileiro, e o petróleo dos árabes: “O tipo de derivado obtido depende da qualidade do petróleo: leve, médio ou pesado”. O petróleo do Pré-sal pode ser tão pesado que se torne incompatível economicamente sua prospecção.
O aparecimento do Pré-sal oficialmente informado pelo Brasil. Provocou uma grande euforia ligada ao petróleo e um esquecimento das pesquisas realizadas em buscando de novos combustíveis de fontes renováveis e limpas. Voltamos a pensar no petróleo, como a única saída para nossa Matriz Energética, deixando de lado trabalhos realizados há anos.
Se fosse usado um terço ou menos das verbas para pesquisa do petróleo no Brasil, em fomentos para pesquisa de combustíveis renováveis e limpos, com certeza, já teríamos uma tecnologia muito mais avançada, e disputando de igual para igual com a indústria do petróleo. O grande problema é saber a quem interessam à exploração do petróleo do Pré-sal e a quem interessam as pesquisas por combustíveis limpos e renováveis.

Angélica said...

Eu estava lendo um artigo científico sobre:O Fortalecimento dos Instrumentos Legais para a garantia de um Desenvolvimento Sustentável das Atividades de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural no Brasil: incorporando o Esgotamento dos Reservatórios entre os Impactos Ambientais. E achei muito interessante, porque ele fala sobre vários argumentos para novos instrumentos legais e normativos que realmente tornem a atividade petroleira sustentável. Como gostei muito do artigo vou transcrever o resumo e sua referência Bibliográfica abaixo:
Resumo
O objetivo deste trabalho é, a partir da análise dos impactos ambientais de atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural (E&P) apresentados em estudos ambientais (RAA e EIA) de empreendimentos localizados na Bacia de Campos - RJ, ressaltar o esgotamento dos reservatórios como impacto ambiental negativo destas atividades. Para mitigar este impacto, propõe-se a elaboração de um plano diretor nacional, de caráter participativo, para o planejamento intertemporal da exploração dos campos petrolíferos conhecidos no Brasil, assegurando a sustentabilidade das atividades de petróleo e gás. A proposta visa, ainda, fortalecer a implementação de políticas públicas de incentivo ao uso de fontes alternativas e de controle do consumo de energia.
Palavras-chave: impactos ambientais; petróleo e gás natural; desenvolvimento sustentável; planejamento intertemporal; políticas públicas.
Autor: Rodrigo Machado Vilani (UERJ)
Biólogo, Advogado, Doutorando em Meio Ambiente do PPG-MA
Bolsista da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa / FAPERJ
r_vilani@yahoo.com.br. Em: IV Encontro Nacional da Anppas
4,5 e 6 de junho de 2008
Brasília - DF – Brasilia.