Sunday, March 28, 2010

Semana 3 - Discussão Energia e Mudança climática/ Terças ambientais

Olá a todos,

estou gostando muito de acompanhar a discussão no blog que está se aquecendo de forma bem interessante e com impactos positivos em nossa disciplina. Convido a todos os alunos a postarem seus comentários, se já não o fizeram!!!! Todos temos a ganhar com isso.

Já observei que existe um grupo de alunos bem aplicados e interessados nos assuntos abordados e que trazem suas visões e experiências para este espaço. Good job!

Como é um espaço construído pelos alunos, eu quero ter uma pequena, quase imperceptível participação nele, como observadora e moderadora deste blog. Mas somente relembrando que teremos a Terça Ambiental esta semana, e sugiro ler o material postado sobre duas entrevistas (realizadas pelo Andi, um grupo especializado em jornalismo sobre mudança climática):
1. Uma entrevista com a palestrante convidada Andrea Souza, antes da Cop 15, sobre as políticas de MC.
2. Outra com o Prof. José Goldemberg, sobre o planejamento de energia e mudança climática, palestra fundamental para o andamento da nossa discussão em sala de aula.

Além deste material, deixei disponibilizado um link sobre o contador de carbono e mais um post sobre videos interessantes e educativos sobre mudança climática.

Um bom fim de semana

e até terça

Renata

Observatório do clima: A hora do planeta todos os dias!!!

Destaques recentes
http://www.oc.org.br/img/bt_seta_laranja.gifHora do Planeta
http://www.oc.org.br/img/bt_seta_laranja.gifA História do Cap & Trade
http://www.oc.org.br/img/bt_seta_laranja.gifOs Sinais da Natureza
http://www.oc.org.br/img/bt_seta_laranja.gifVisões Globais do Clima
http://www.oc.org.br/img/bt_seta_laranja.gifVozes do Clima
http://www.oc.org.br/img/bt_seta_laranja.gifA História das Coisas

Animação em novo vídeo da Hora do Planeta

A mais nova peça publicitária da Hora do Planeta é feita em animação e traz o principal mote da campanha organizada pela WWF em todo o mundo: fique no escuro para mostrar sua preocupação com o clima no planeta. Para participar, basta apagar as luzes de onde você estiver, durante 60 minutos, no dia 27 de março, das 20h30 às 21h30. Participe e divulgue essa ideia!


Dê um tempo

O Greenpeace convoca as pessoas para pedirem a Nestlé que pare de destruir as florestas da Indonésia para produzir chocolate. A empresa compra óleo de dendê para seus chocolates da empresa Sinar Mas, que destrói a floresta da Indonésia para plantar dendezeiros e eucalipto para produzir papel. A sobrevivência de comunidades locais e dos orangotangos, nativos da floresta, está ameaçada. Participe

Apaga a luz! É Hora do Planeta

Veja o vídeo da campanha organizada pela WWF em todo o mundo, que propõe um apagão durante 60 minutos no dia 27 de março em sinal da luta contra o aquecimento global. A expectativa é que 1 bilhão de pessoas se mobilizem das 20h30 às 21h30. Participe e divulgue essa ideia!


Resumo COP15

Um resumo do que aconteceu na 15ª Conferência Quadro das Nações Unidas para Mudanças Climáticas sob a ótica do Vitae Civilis.


A história de Cap & Trade

O mercado de carbono é o tema do filme de Annie Leonard, a mesma de A História das Coisas. Além de lançar um olhar para assuntos em pauta em Copenhague e em Capitol Hill, o filme discute a atuação dos negociantes de energia e financistas de Wall Street.


Projeto MelhorAr

Para ser sustentável não basta apenas reduzir as emissões de CO2 de nossos deslocamentos. É preciso reduzir o número de deslocamentos. Só assim será possível reduzir o impacto dos transportes sobre o clima e aumentar a ecoeficiência de sua empresa.


Os Sinais da Natureza

Este vídeo é fruto de duas oficinas realizadas pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) nas cidades de Belém (Para) e Recife (Pernambuco), nos meses de junho e julho de 2009. Ali foram debatidas as causas e as possíveis conseqüências do processo de mudanças climáticas por que passa o planeta.


Google Earth Climate Tour

O Google Earth, aplicativo que mapeia a Terra com imagens de satélites, lança uma nova ferramenta, que faz simulações em 3D dos impactos das mudanças climáticas sobre o planeta até 2100. (Em Inglês)


Visão Global do Clima

Assista aos vídeos que foram veiculados em 26/9, durante a consulta pública mundial para que os cidadãos participantes do projeto Visões Globais do Clima tenham um conhecimento básico comum sobre as mudanças climáticas.

Temas: Mudanças Climáticas e suas consequências; objetivos e urgências; gases do efeito estufa; economia da tecnologia e adaptação.



Vozes do Clima

É uma série de programas sobre como asmudançasclimáticas já estão em andamento no Brasil e sobre as maneiras como os brasileiros podem e já estão enfrentando suas consequências. Os seis episódios foram ao ar no Fantástico, abordando os temas Cidades, Agricultura, Semiárido, Energia, Amazônia e Desenvolvimento Socioeconômico. Todos ficam disponíveis no blog Vozes do Clima. Clique no logo ao lado para acessar o Blog do Vozes e confira abaixo todos os episódios e o vídeo extra sobre como o modelo urbanístico de uma cidade, em especial o de São Paulo, altera o clima local e não está preparado para lidar com as mudanças climáticas globais

Último Episódio: As lições do quadro Vozes do Clima

A questão das mudanças climáticas é ambiental, mas também é social e econômica. Na esfera governamental, o casamento entre discurso e prática ainda precisa acontecer.

Quinto Episódio: Ciência é a arma contra a devastação.

A maior floresta do mundo tem sua imagem ligada ao desmatamentos e a queimadas. Mas a ciência tem algo a dizer.

Episódio Extra: Impactos das mudanças climaticas

O professor Roberto Schaeffer, da COOPE/UFRJ, explica quais as projeções de impactos das mudanças climáticas.

Quarto Episódio: Mudanças climaticas

Marcos Palmeiras apresenta análise da relação entre as mudanças climáticas e a segurança energética do país.

Terceiro Episódio: O nordeste Brasileiro pode virar deserto

Veja por que uma enorme região no Brasil pode virar um deserto. A Agrovila é um projeto que mostra soluções para o problema da seca.

Segundo Episódio: Aquecimento global ameaça produção de alimentos no Brasil

Na reportagem da série Vozes do Clima, veja porque a produção de alimentos no páis está ameçada pelo aquecimento global.

Primeiro Episódio : Os efeitos do aquecimento global no Brasil

O ator Marcos Palmeira apresenta uma série de reportagens sobre o aquecimento global no Brasil. Na primeira, vemos as causas dos problemas climáticos do país, como a poluição em grandes cidades

Por dentro do clima numa grande cidade

Nossos entrevistados no primeiro episódio da série Vozes do Clima nos ajudam a entender por que o modelo urbanístico de uma cidade, em especial o de São Paulo, altera o clima local



Testemunhas do Clima
- WWF

O WWF-Brasil foi até a comunidade Igarapé do Costa, no Pará, Amazônia, preparou um documentário sobre como a população de lá está sendo atingida com o aumento da velocidade dos ventos que destelham casas e do regime de cheia de rio Amazonas.



Vídeo sobre mudanças climáticas - Fundação O Boticário
De modo didático, o vídeo usa a linguagem da animação para explicar conceitos básicos sobre causas e efeitos das mudanças climáticas e mostra a importância de uma nova atitude na sociedade para evitar que esse problema se torne ainda mais grave. (6 min)


A História das Coisas - InfoNature.org
Qual a responsabilidade da atual sociedade de consumo em alimentar as mudanças climáticas e a degradação ambiental que o impulso de adquirir bens materiais provoca? Annie Leonard, especialista em sustentabilidade ambiental e temas de saúde produziu o vídeo "A História das Coisas" (The Story of Stuff) para discutir a questão. Clique aqui para ver a versão com legendas em português (20 min).

Terças ambientais: material de leitura para a palestra dia 30/03

http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/content/jose-goldemberg

Entrevista Andi


José Goldemberg

O físico José Goldemberg é um dos principais cientistas brasileiros especializado em produção de energia. Foi reitor da Universidade de São Paulo, secretário de meio ambiente do governo paulista e ministro da Educação. Em 2008, recebeu o Prêmio Planeta Azul, considerado o Nobel do Meio Ambiente. Nesta entrevista, ele discorre sobre o aumento de prestígio das energias renováveis no cenário mundial e faz uma avaliação sobre os rumos da política energética brasileira.

Atualmente 80% do consumo energético mundial é abastecido por combustíveis fósseis. É possível operar alterações necessárias na matriz energética mundial para minimizar o aquecimento global a curto, médio ou longo prazo?

A União Européia decidiu introduzir em sua matriz energética 20% de energias renováveis até 2020. Essa é a proposta mais realista que existe em andamento. Os Estados Unidos estão discutindo uma lei sobre esse assunto, foi aprovada na Câmara de Representantes, mas ainda precisa passar pelo Senado. Se for aprovada, terá mais ou menos o mesmo efeito da lei européia. Esse cenário traz boas sinalizações. O fato é que as tecnologias existem e já são competitivas. Algumas ainda apresentam elevado custo e não são atrativas para o mercado como, por exemplo, as instalações fotovoltaicas. Contudo, temos a tecnologia eólica e o etanol mostrando que há espaço. A decisão política que foi tomada pelos governos da União Européia e agora pelos EUA aumentará a escala de produção e com isso o preço deve cair.

Existem grupos que avaliam que até o ano de 2050 poderemos ter 50% de energia renovável. Porém, isso ainda representa muito tempo. As previsões para o ano 2020, na minha avaliação, são bastante realistas. A Dinamarca e Alemanha comprovam que essas tecnologias funcionam, pois se tornaram competitivas. Aqui no Brasil, alguns espalham rumores de que estas energias renováveis não são competitivas. Porém, se o são na Europa, porque entre nós seria diferente?

Como o Brasil pode aproveitar o cenário favorável às energias renováveis ganhar espaço nas negociações internacionais?

O Brasil pode comparecer em Copenhagen com uma posição, digamos, moralmente superior. Atualmente as energias renováveis são responsáveis pelo atendimento de 44% da energia consumida no país. Porém, o governo brasileiro precisa ir à Conferência das Partes com propostas firmes de redução das suas emissões. A única coisa que ele fez até agora foi declarar que reduziria o desmatamento na Amazônia. Mas é preciso que essa declaração esteja acompanhada de medidas governamentais e de uma manifestação unificada do governo. Comparecer à Dinamarca com propostas firmes e representativas do conjunto do governo seria um exemplo para outros países, como a China, Índia e Indonésia. Com isso, o Brasil poderia assumir posição de liderança.

Ao mesmo tempo em que o país busca essa liderança nas energias renováveis, elabora um Plano Decenal de Energia com ampliação de geração termelétrica. Como essas contradições podem refletir no desempenho do Brasil nas negociações?

Esse plano está na contra-mão e precisa ser reformulado. Caso contrário, o Brasil vai perder a oportunidade de aparecer bem em Copenhagen. Evidentemente outros governos e as organizações não-governamentais devem cobrar do país o motivo de decidir sujar sua matriz energética. Esse tipo de decisão do governo precisa ser revista já.

De acordo com o Ministério das Minas e Energias, o leilão com termelétricas é uma questão conjuntural, por falta de hidrelétricas licenciadas para suprir a demanda. Esse argumento é aceitável?

O governo se esforça, mas o que de fato acontece é que não existem estudos adequados de hidrologia para novas usinas hidrelétricas. Mais uma vez, problemas no planejamento. O Brasil só explorou até hoje 35% do seu potencial hidrelétrico. Ainda tem 65% para explorar, mas é preciso que o governo trabalhe mais e faça os levantamentos para que as usinas hidrelétricas possam ser licitadas.

O investimento em energia nuclear também deve ser ponto de cobrança?

Acredito que até agora não, pois o governo não tomou nenhuma decisão comprometedora. Claro que Angra 3 deve ser alvo de grandes reclamações. Mas se o governo fizer o lançamento de um grande programa nuclear, isso naturalmente repercutiria extremamente mal.

É preciso que o governo entenda que a energia nuclear vai contribuir muito pouco para os problemas de energia do Brasil e não há necessidade de seguir nessa direção. Quando Angra 3 resolver ficar pronta, vai produzir aproximadamente 1 milhão de quilowatts. Isso é cinco vezes menos do que deve produzir a usina hidrelétrica do Rio Madeira. E é também cinco vezes menos do que a energia que será produzida em São Paulo queimando bagaço de cana, que é renovável. Embarcar no caminho da energia nuclear traz controvérsias, tem um custo muito elevado e destoa do rumo que seria mais interessante para o Brasil.

A exploração do pré-sal tem um custo muito elevado. Isso pode barrar os investimentos em energias renováveis?

O pré-sal claramente é uma sinalização equivocada. Algumas autoridades brasileiras, ligadas à Petrobras, avaliam que o Brasil pode se transformar em um grande país petrolífero, numa época em que toda a indústria do petróleo está sob vigilância cerrada dos ambientalistas e quando há a necessidade de mudar para um modelo menos carbono intensivo. Além disso, esse assunto ainda está no campo da hipótese. O pré-sal não produzirá nenhum petróleo antes de dez anos. De modo que existem questões mais urgentes a serem resolvidas antes – ou seja, se deve investir em renováveis prioritariamente.

Outro aspecto é o alto custo da exploração do petróleo. Há pouco tempo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, declarou que irá exigir que a exploração do petróleo do pré-sal tenha compensações ambientais. Ou seja, as emissões resultantes da exploração do pré-sal deverão ser compensadas por meio de outras medidas, como por exemplo, a captura de carbono. O problema é isso pode encarecer mais ainda o petróleo do pré-sal.

Ainda há risco de apagão no Brasil?

Havia até o ano passado, mas como choveu bastante e o risco de apagão foi afastado. Porém, é preciso tomar medidas estruturais, pois a única maneira de proteger o Brasil de futuros apagões é construir usinas hidrelétricas com reservatórios de água, o que deixou de ser feito há muito tempo. Então, não existe um pulmão que garanta a segurança energética na ausência de chuvas.

A ausência desse pulmão mostra que o planejamento estratégico na área de energia ainda é falho?

Na minha opinião é muito falho. Outro exemplo de falha de planejamento foi a decisão tomada pelo governo de realizar os leilões de energia termelétrica a carvão e óleo combustível. Essa opção é desastrosa para a matriz energética brasileira. É o resultado da orientação que o governo tem dado a essa questão e que precisa mudar rapidamente.

Terças ambientais: material de leitura para a palestra dia 30/03

Entrevista realizada pela Andi


http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/content/andrea-santos


Andréa Santos

A coordenadora de Clima e Energia do Ministério do Meio Ambiente, Andréa Santos, diz que o governo está otimista em relação aos resultados de suas ações no combate ás mudanças do clima. Em entrevista ela explica como o Brasil pretende ser exemplo e liderar o bloco dos países em desenvolvimento nas negociações internacionais.

O ministro Carlos Minc declarou recentemente que a discussão internacional sobre mudanças climáticas "está uma confusão" e que o Brasil pode ser uma "ponte" para ultrapassar as divergências mundiais. Qual o caminho para esse protagonismo?

O Brasil quer liderar o bloco dos países em desenvolvimento nas negociações com uma característica mais pacificadora ― e pretendemos fazer isso principalmente no que se refere às florestas e às ações de adaptação. Isso tudo está relacionado ao que temos como meta em nosso Plano Nacional sobre Mudança do Clima, com ênfase ao combate ao desmatamento na Amazônia. É ousada, está prevista a redução de desmatamento em 70% até 2018, o que equivale a deixar de emitir para a atmosfera 4,8 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono.

É importante destacar também que não estamos preocupados apenas com o desmatamento na Amazônia. O Plano também contempla ações nos outros biomas, pois é extremamente importante que a área de desmatamento não se desloque para a Caatinga, por exemplo. Temos que evitar o desmatamento em todos os biomas.

Uma boa notícia é que em breve estaremos divulgando o segundo inventário nacional de emissões de Gases de Efeito Estufa. Dados preliminares apontam que temos redução para o setor de mudança e uso do solo, algo em torno de 6%. Isso é significativo, mostra que o desmatamento está caindo. Por outro lado, há um aumento das emissões no setor de energia, entre 4 e 5%. Infelizmente nos últimos anos o Brasil vem sujando sua matriz devido às centrais térmicas a óleo e a carvão, mas vale lembrar que para compensar o problema, todas elas estão obrigadas a compensar as suas emissões de carbono.Desta forma, se tivermos resultados positivos para apresentar internacionalmente, vamos ter mérito para liderar o bloco.

Um dos pontos quentes da COP 15 será a apresentação das “NAMAs” (Nationally Appropriate Mitigation Actions), com foco nas iniciativas locais já existentes e outras que possam ser implementadas. O Brasil vai ter novidades para apresentar em Copenhagen?

Estamos em processo de revisão do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, com divulgação prevista para maio de 2010, ― isto porque temos um plano dinâmico, que vai ser constantemente revisado, com melhoria contínua. Contudo, para apresentarmos na COP-15 devemos contar com algumas iniciativas que estão sendo preparadas no âmbito do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima e do grupo-executivo desse comitê. Nesse sentido podemos citar um programa de acompanhamento e monitoramento do Plano Nacional. A proposta é expor os macro-objetivos, porém trazer informações mais detalhadas de como vamos atingi-los. Por exemplo, no Plano focalizamos aspectos como oportunidades de mitigação; impactos, vulnerabilidades e adaptação; pesquisa e desenvolvimento; capacitação e divulgação. Assim, e para cada um deles vamos ter uma lista de ações que contribuirão para o alcance de determinadas metas.

Além do Plano Nacional, apostamos nos NAMAs mas também, mas é preciso saber o que será decidido na COP-15. Poderemos ter ações multilaterais? Como a parceria com outros países, financiamento e transferência de tecnologia serão contempladas no acordo? Temos um longo caminho pela frente para acertar os ponteiros nesse tema.

O Plano Nacional traz algumas metas, mas não especifica quem faz o quê, nem prazos. Quando teremos um planejamento mais concreto?

Esse nível de detalhamento permeia uma série de programas e políticas públicas de forma transversal no governo. Não diria que esse tipo de informação deva estar precisamente no Plano, pois algumas metas serão atingidas com o esforço de atores diferentes, ― dois ou mais ministérios atuando em conjunto, por exemplo. Mas certamente os resultados começarão a aparecer, porque precisamos mostrar que fazemos o dever de casa. O sistema de acompanhamento do Plano deverá registrar o andamento e resultados para cada ação. As metas apresentadas no Plano estão associadas a prazos, como o aumento da reciclagem em 20% até 2015, para o setor de resíduos sólidos urbanos, e eliminar a perda líquida da área de cobertura florestal no Brasil, até 2015. De fato as metas são audaciosas se comparadas às de outros países.

Quanto às em políticas transversais, há várias críticas de que o Plano Nacional de Mudança do Clima não dialoga com outros planos, como o Decenal de energia, por exemplo. Há possibilidade de avanços nesse sentido?

O plano foi construído em conjunto com vários ministérios, inclusive com o de Minas e Energia, mas há ainda necessidade de rever alguns pontos. Os dois planos citados estavam sendo preparados em paralelo e agora estamos fazendo ajustes que serão divulgados em maio de 2010.
Como exemplo de avanço de diálogo podemos citar outras questões significativas. Há pactos firmados, como o da soja (compromisso para que o setor não compre soja proveniente de desmatamento) e o da madeira (para utilização de madeira certificada). Nos próximos meses será lançado o pacto com frigoríficos, em relação à questão do gado. Ou seja, os principais vetores de desmatamento estão sendo atacados por meio de acordos com os setores produtivos.