Sunday, November 2, 2008

Semana 14 - Hidráulica



A água em nosso planeta é abundante e imprescindível para a manutenção da vida. Ao longo dos tempos, a humanidade sempre esteve vinculada aos recursos hídricos. As civilizações só poderiam se estabelecer nas proximidades de corpos d’água, desenvolvendo seus sistemas sociais e econômicos. Mas além de suportar a vida, a água se concretizou como fonte de energia. Os moinhos antigos, através de uma roda movida pela força das águas podiam gerar energia suficiente para moer os grãos necessários a subsistência.
Atualmente a água é acumulada em reservatórios artificiais que alimentam usinas hidrelétricas, onde por um diferencial de energia potencial pode-se gerar eletricidade. O Brasil é um país privilegiado, pois possui grandes bacias com enorme capacidade geradora de energia hidrelétrica, como a do Paraná e Amazônica. Segundo Reis (2005) no Brasil, cerca de 90% da energia elétrica é produzida com este tipo de usinas, com uma capacidade instalada no ano de 2000 de 58,4GW, divididos em Usinas Hidrelétricas (UHE)-98,4%, Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH)- 1,48% e Centrais Geradoras Elétricas (CGH)- 0,12%.
O potencial hidrelétrico nacional é de 260GW (Atlas, 2005), muito dele ainda não explorado. O Atlas Energético (2005) destaca que a energia hidráulica corresponde a 17% da matriz energética mundial. É uma fonte de energia barata, apesar do alto investimento inicial para a construção do reservatório.
O alto valor do investimento para a construção de um reservatório se deve aos custos com projeto, construção das obras físicas e estudo ambiental. Atualmente os grandes desafios deste tipo de matriz energética são o estudo de impacto ambiental (EIA) e seu respectivo relatório de impacto ambiental (RIMA) e a compensação ambiental e social. Segundo Bermann (2007) os principais impactos ambientais vinculados às hidrelétricas são: alteração do regime hidrológico, comprometimento da qualidade das águas, assoreamento dos reservatórios, emissão de metano, sobrepressão do solo, veiculação de doenças epidemiológicas e dificuldades em assegurar os usos múltiplos da água. O mesmo autor retrata que os impactos sociais se dão diretamente sobre as populações ribeirinhas que são desconsideradas diante da perspectiva da perda irreversível das suas condições de produção e reprodução social.
Outro forte desafio é a disponibilidade de locais eficientes para instalar novas hidrelétricas. Como os melhores locais já foram utilizados, restam agora bacias com menor capacidade de geração, baixando a eficiência do processo.
Vale ressaltar que a energia elétrica gerada pela hidráulica está diretamente relacionada com o regime hídrico mundial. Ameaças como o aquecimento global podem acarretar em sérios problemas futuros àquelas nações que firmam sua subsistência energética na hidroeletricidade. O Brasil faz parte desta realidade e certamente sofrerá algum impacto. Segundo Schaeffer et.al. (2008), o sistema energético brasileiro é vulnerável às mudanças climáticas. O estudo aponta que a produção de energia das usinas hidrelétricas da bacia do rio São Francisco pode cair em até 7,7%.

Conclusão

Nota-se que mesmo diante de incertezas, problemas ambientais e sociais, a energia hidrelétrica se firma como importante aliada do crescimento econômico dos povos. O fato de ser uma energia limpa, sem resíduos, a coloca em discussão no âmbito internacional. Cabe aos governantes, escolher a melhor maneira de implantar um sistema adequado às suas necessidades econômicas, sociais e ambientais. O planejamento energético deve atender a todos de maneira igualitária, sem prejuízos àqueles que dependem dos recursos naturais para sobreviver, ou seja, todos nós.

Cleber Stragliotto

Referências:

Atlas Energético (2005) in: www3.aneel.gov.br/atlas/atlas_2edicao. Acesso em 02/10/2008
Bermann, C., Energia das águas: impasses e controvérsias da hidreletricidade no Brasil, 2007 in: www.portalpch.com.br. Acesso em 02/10/2008.
Reis, Lineu Belico dos. Energia, recursos naturais e a prática do desenvolvimento sustentável. Barueri, SP: Manole, 2005. p.238-241.
Schaeffer, R. et. al. Climate change: energy security. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Março, 2008.

11 comments:

Helsio Azevedo said...

A água é um elemento fundamental a vida do homem; a sua ausência implicará no final da espécie humana. Para além de sua importante função ela também é uma fonte de energia e tem sido utilizada desde o séc. XVIII para gerar eletricidade. A seu uso como fonte de energia nos próximos anos poderá aumentar, pois a necessidade de se mudar as matrizes energéticas é eminente. Os países que detêm recursos hídricos em abundancia podem apostar no seu uso para mudar suas matrizes energéticas e contribuir para uma menor poluição ambiental.

Os custos de sua implantação, devido a estrutura que deve ser montada, não são baixos, daí que alguns países sem capacidades monetárias e com grandes vazões continuam a usar outras fontes de energia mais poluentes; o exemplo evidente é o uso da lenha e carvão em excesso em muitos países africanos que são detentores de grande potencial hídrico. Os países mais desenvolvidos, isto é, com maiores recursos financeiro devem começar a ajudar e investir neste tipo de energia nos países mais pobres e com potencial hídrico grande. O dinheiro para comprar de credito de carbono deveria, obrigatoriamente, servir para implantação de fontes renováveis de energias nos países vendedores.

Lorena Cristine said...

Retrato aqui a declaração de um representante da Eletrobrás à imprensa, em 1988, expressava o clima então dominante:
"realmente nossas hidrelétricas foram construídas sem qualquer preocupação com a qualidade de vida da população e com o meio ambiente, gerando dessa
forma desastres calamitosos do ponto de vista social e ecológico. Mas tenham uma dose de paciência com o nosso setor: afinal, reconhecemos nossas culpas e
estamos dispostos a revisar nossas políticas para tentar resgatar nossa dívida com a sociedade brasileira". (Jornal da Tarde, 11.5.1988)

Esta declaração faz-nos refletir se realmente, desde então, houve um amadurecimento político que retrate a preocupação com as questões sociais e ambientais na utilização de recursos hidráulicos

Marta Eliza de Oliveira said...

As PCHs têm despertado grande interesse do Brasil. Estima-se que até o final do ano, mais de 3 000 megawatts deverão ser gerados por essas pequenas centrais hidrelétricas.

Conforme declaração de Ricardo Pigatto, presidente da Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica: "A perspectiva para a próxima década é que o Brasil triplique sua geração em PCHs, com investimentos superiores a 40 bilhões de reais". E afirma ainda que: "A decisão sobre investimentos no setor dependerá da agilidade da Aneel em desobstruir o gargalo das novas autorizações".

A aposta nas PCHs deve-se principalmente ao fato de que são projetos de execução rápida (de dois a três anos) e que causam menos impacto ao meio ambiente.

Uma das empresas que estão apostando nas PCHs é a Brascan, empresa que vem ampliando seus investimentos na área. De acordo com Ricardo Renha, presidente da Brascan Energética, não haverá alteração nos planos de investimentos por causa da crise internacional: "A demanda por energia limpa vem crescendo a cada ano e é preciso ocupar esse espaço."


Fonte: Guia Exame de Sustentabilidade 2008 – 9ª Edição – Outubro/2008.

Maria da Glória said...

A energia elétrica é primordial para que qualquer Nação possa crescer e se desenvolver economicamente e socialmente. Contudo, tal crescimento deverá ser ambientalmente sustentável, e para que isso aconteça é necessário se buscar programas que visem o uso racional de energia elétrica, priorizando o uso de fontes renováveis de energia. No Brasil, predomina o uso da energia hidráulica, como fonte alternativa de produção de energia elétrica, porém tal energia possui vantagens e desvantagens.
A energia hidráulica é produzida a partir do movimento da água, possui a vantagem de ter custo baixo e não poluir o meio ambiente.
Com relação às desvantagens, podemos citar: profundas alterações nos ecossistemas devido à construção de centrais hidroelétricas que exigem a formação de grandes reservatórios de água; possíveis alagamentos de terras e a necessidade de retirada de pessoas que vivam à margem de rios.
Dessa forma, apesar de algumas vantagens oferecidas pela energia hidráulica, a mesma ainda é criticada pelos grandes impactos negativos causados ao meio ambiente e às pessoas que moram nas proximidades das áreas alagadas. A grande questão é: como garantir o uso desse tipo de energia sem a necessidade de se degradar o meio ambiente? A resposta talvez esteja no uso de tecnologias adequadas, que garantam o aproveitamento da vazão de um rio sem a necessidade de represá-lo.

Claudia Franco said...

Tão importante para a vida quanto o oxigênio é a água. Contudo, em busca de um desenvolvimento econômico desenfreado, a humanidade tem se esquecido de preponderar e avaliar os impactos negativos das ações voltadas à degradação dos recursos naturais, sobretudo às relativas a exploração dos recursos hídricos.
Um fator de suma importância está relacionado à nova nomenclatura da exploração hidráulica, qual seja PCH (pequena central hidrelétrica), outrora popularizada como UHE (usina hidrelétrica). Diante desta nova denominação, os desenvolvimentistas e “predadores humanos” buscam amenizar os impactos provenientes destes empreendimentos junto ao senso comum e ao mercado internacional.
Entretanto, considerando as questões matemática e geográfica, obviamente, por se tratar de uma “pequena” geradora de energia hidrelétrica seus impactos são “menores” do que os gerados por uma UHE, mas isso não significa que sejam irrelevantes, pelo contrário, sob esta nova alcunha diversos empreendimentos deste porte vem sendo implantados no Brasil numa velocidade cada vez maior. A concessão dos licenciamentos desta natureza torna-se mais viável, porém tendo em vista que num espaço territorial contíguo são planejadas 3 ou 4 PCH´s, no lugar de 1 UHE, não se pode afirmar que projetos fracionados causem menos impactos que um unificado, pois é bem provável que os resultados sejam iguais ou maiores que os provocados por esta última.
Diante deste cenário, os gestores ambientais, ambientalistas, ecologistas e afins precisam estar atento às artimanhas desenvolvimentistas e munir-se de argumentos e estudos contra estas políticas nada sustentáveis com roupagem de “energia limpa”, pois, como ressaltado no início deste comentário, tão importante quanto o oxigênio é a água, inclusive para aqueles que não se preocupam em preservá-la.

Patrícia said...

A produção de mais energia, com vistas ao crescimento econômico do país, acarreta na omissão dos problemas ambientais e sociais, bem como seu enfoque incorreto, têm levado, em diversas ocasiões, a interferências indesejadas sobre o meio ambiente e a conflitos pessoais, acarretando em resultados desastrosos. Lembro que em fevereiro deste ano os representantes Ikpeng reuniram-se com governo federal para discutir Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) na região das cabeceiras do Xingu depois de liberar 14 reféns.
Desde 2004, as comunidades xinguanas vêm manifestando contrárias à construção da Paranatinga II e de outras barragens perto de suas terras. Elas argumentam que o ciclo de vida dos peixes, importante fonte de alimento, será prejudicado e que sítios sagrados serão atingidos. Existem pelo menos mais cinco PCHs previstas para as cabeceiras do Xingu. Algumas ainda estão em processo de licenciamento pela Secretaria do Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema). Uma delas é de responsabilidade da Paranatinga Energia. Os índios alegam que não existe um estudo integrado sobre os impactos de todas elas nos rios da região.
Faz-se necessário, portanto, que antes de decidir a construção dos aproveitamentos hidrelétricos desenvolvam estudos que permitam avaliar, de modo mais aproximado possível, a verdadeira amplitude dos riscos e impactos possíveis de serem gerados por essas obras.

azevedowj said...

Energia hidraulica, no Brasil esta fonte ainda tem muito a ser explorada. Agora que se iniciou a construção de Pequenas Centrais Hidrelétrica (PCH), e no Brasil este tipo de usina é entendido como potencia entre 1MW ate 30MW e com um reservatório até 3km2 de área inundada.
O potencial a ser explorado ainda é enorme, e recursos para investimento neste setor não vai faltar, pois este tipo de hidrelétrica tem determinados benefícios que compensa o investimento.
Depois de temos ainda a repotencialização das usinas antigas, esta repotencialização só ocorre em pequenas hidrelétrica antigas, que é uma reforma destas hidrelétricas, trocando geradores antigos por outros mais modernos, etc. Este é um caminho que agora foi iniciado portanto ainda temos muita coisa pela frente.
Por este motivo as chamadas fontes alternativas ainda não ganharam destaque, uma rara exceção é a energia eólica que esta ganhando um destaque maior, isto em função dos geradores modernos poderem gerar grandes potencias.
O investimento nesta área agora que esta sendo feito e o potencial é enorme para se investir e produzir energia.
Quando falo de fontes alternativas aqui estou falando de produção de energia elétrica e não de energia como biocombustiveis, etc, etc.
No entanto não devemos esquecer que quando criticamos o modelo de produção de energia adotado no Brasil, muitas das vezes esquecemos dos empregos gerados quando esta energia entra no mercado. Pergunte para qualquer desempregado o que ele pensa sobre conservação do meio ambiente, se esta conservação implica em ele não arrumar emprego.
Não estou também discutindo os impactos que este ou aquele tipo de produção de energia, seja elétrica ou não produz no meio ambiente. Existe impactos, mas o que devemos fazer é trabalhar para minimiza-los.
O modelo esta errado? Então qual é o modelo que devemos seguir para não causar danos ao ambiente? Por favor com a palavra os que criticam o modelo que ai esta...

Wanda Isabel Melo said...

Interessante trazer à reflexão que, ao mesmo tempo em que se apresenta como uma fonte limpa, a energia hidráulica, por intermédio das hidrelétricas, afeta o meio ambiente.

A construção de uma represa ou barragem resulta na inundação de grandes áreas de terra. O projeto de Três Gargantas, por exemplo, na China, irá deslocar 1,2 milhão de pessoas e inundar tesouros nacionais de centenas de anos de idade.

A água represada que poderá servir como área de lazer, recreação e turismo também poderá eliminar o habitat de algumas espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção.

Segundo Hinrichs e Kleinbach(2008)outra preocupação se relaciona com o potencial aumento dos casos de problemas de saúde acarretados pela retenção de poluentes produzidos pelas cidades localizadas a montante da represa. Também pode ocorrer uma redução no fluxo de sedimentos e nutrientes para as regiões localizadas a jusante da represa.

Fonte: Hinrichs, Roger A., Kleinbach, Merlin. Energia e meio ambiente. Cengage, 2008.

itacir said...

Ser o último a postar no blogger tem alguns desafios a mais. Conhecer a posição de cada um e acrescentar algo de importante.
O debate sobre energia Hidráulica tem se caracterizado por uma visão crítica da grande maioria. Destaco aqui algumas idéias importantes dos colegas: O Helsio afirma que: “O dinheiro para comprar de credito de carbono deveria, obrigatoriamente, servir para implantação de fontes renováveis de energias nos países vendedores.” A Lorena destaca uma frase polêmica da Eletrobrás: “realmente nossas hidrelétricas foram construídas sem qualquer preocupação com a qualidade de vida da população e com o meio ambiente, gerando dessa
forma desastres calamitosos do ponto de vista social e ecológico. Mas tenham uma dose de paciência com o nosso setor: afinal, reconhecemos nossas culpas e
estamos dispostos a revisar nossas políticas para tentar resgatar nossa dívida com a sociedade brasileira". (Jornal da Tarde, 11.5.1988); A glória se questiona: “como garantir o uso desse tipo de energia sem a necessidade de se degradar o meio ambiente; A Cláudia alerta que: os gestores ambientais, ambientalistas, ecologistas e afins precisam estar atento às artimanhas desenvolvimentistas e munir-se de argumentos e estudos contra estas políticas nada sustentáveis com roupagem de “energia limpa; A patrícia aponta “estudos que permitam avaliar, de modo mais aproximado possível, a verdadeira amplitude dos riscos e impactos possíveis de serem gerados por essas obras; A wanda chama a atenção para uma realidade bem distante e ao mesmo tempo tão próxima: A construção de uma represa ou barragem resulta na inundação de grandes áreas de terra. O projeto de Três Gargantas, por exemplo, na China, irá deslocar 1,2 milhão de pessoas e inundar tesouros nacionais de centenas de anos de idade.
Todas estas posições são sinais de alerta para que exploremos de forma responsável os recursos naturais e com responsabilidade social para que o desenvolvimento não se torne sinônimo de degradação.
Entre os participantes encontramos posições mais otimistas: A Marta cita a seguinte frase: “ A demanda por energia limpa vem crescendo a cada ano e é preciso ocupar esse espaço." E o empresário Azevedo não se conforma e questiona:O modelo esta errado? Então qual é o modelo que devemos seguir para não causar danos ao ambiente? Por favor com a palavra os que criticam o modelo que ai está...
Como não sou especialista no assunto deixo esta questão em aberto e gostaria de dizer que o papel do gestor é mediar estes conflitos para possamos pensar um desenvolvimento sustentável e responsável com energia para “dar e vender”.
Itacir Piasson

itacir said...

Ser o último a postar no blogger tem alguns desafios a mais. Conhecer a posição de cada um e acrescentar algo de importante.
O debate sobre energia Hidráulica tem se caracterizado por uma visão crítica da grande maioria. Destaco aqui algumas idéias importantes dos colegas: O Helsio afirma que: “O dinheiro para comprar de credito de carbono deveria, obrigatoriamente, servir para implantação de fontes renováveis de energias nos países vendedores.” A Lorena destaca uma frase polêmica da Eletrobrás: “realmente nossas hidrelétricas foram construídas sem qualquer preocupação com a qualidade de vida da população e com o meio ambiente, gerando dessa
forma desastres calamitosos do ponto de vista social e ecológico. Mas tenham uma dose de paciência com o nosso setor: afinal, reconhecemos nossas culpas e
estamos dispostos a revisar nossas políticas para tentar resgatar nossa dívida com a sociedade brasileira". (Jornal da Tarde, 11.5.1988); A glória se questiona: “como garantir o uso desse tipo de energia sem a necessidade de se degradar o meio ambiente; A Cláudia alerta que: os gestores ambientais, ambientalistas, ecologistas e afins precisam estar atento às artimanhas desenvolvimentistas e munir-se de argumentos e estudos contra estas políticas nada sustentáveis com roupagem de “energia limpa; A patrícia aponta “estudos que permitam avaliar, de modo mais aproximado possível, a verdadeira amplitude dos riscos e impactos possíveis de serem gerados por essas obras; A wanda chama a atenção para uma realidade bem distante e ao mesmo tempo tão próxima: A construção de uma represa ou barragem resulta na inundação de grandes áreas de terra. O projeto de Três Gargantas, por exemplo, na China, irá deslocar 1,2 milhão de pessoas e inundar tesouros nacionais de centenas de anos de idade.
Todas estas posições são sinais de alerta para que exploremos de forma responsável os recursos naturais e com responsabilidade social para que o desenvolvimento não se torne sinônimo de degradação.
Entre os participantes encontramos posições mais otimistas: A Marta cita a seguinte frase: “ A demanda por energia limpa vem crescendo a cada ano e é preciso ocupar esse espaço." E o empresário Azevedo não se conforma e questiona:O modelo esta errado? Então qual é o modelo que devemos seguir para não causar danos ao ambiente? Por favor com a palavra os que criticam o modelo que ai está...
Como não sou especialista no assunto deixo esta questão em aberto e gostaria de dizer que o papel do gestor é mediar estes conflitos para possamos pensar um desenvolvimento sustentável e responsável com energia para “dar e vender”.
Itacir Piasson

gmson said...

O Brasil é detentor de "vantagens comparativas" no setor de energia hidráulica, termo muito utilizado por economistas, quando uma nação possui maiores recursos naturais em setores importantes para o desenvolvimento de uma nação ou setores produtivos. Entretanto, o governo brasileiro precisa entender que chega um certo momento que a contínua exploração destas vantagens podem ter um efeito negativo para o País como um todo, pois passam a afetar outros setores. No caso das hidrelétricas, já está mais do que na hora de encerrar os investimentos em novas unidades, como por exemplo a do Rio Madeira que está em destaque, e migrar para novas fontes renováveis de forma mais intensa, pois os corpos d'águas já estão comprometidos e setores como agricultura, pecuária e consumo doméstico poderão ser ainda mais atingidos.