Thursday, November 6, 2008

Semana 15 Energia Elétrica

O presente trabalho tem por objetivo descrever de forma abrangente o setor da geração de energia elétrica no Brasil. Descreve as formas de geração de eletricidade e apresenta sua cadeia, dividida em etapas. Discorre sobe sua importância para o crescimento econômico e lança ao debate sua característica contrastante em relação às questões ambientais.
A eletricidade pode ser gerada através de duas formas, estática ou móvel, sendo esta última, a forma mais utilizada. Nesta, utiliza-se peças móveis (turbinas) que podem ser acionadas diretamente, como nos casos das hidrelétricas e moinhos, ou indiretamente, como nos casos da geração termelétrica ou por fissão nuclear. A forma estática se configura quando a energia é obtida diretamente dos recursos naturais, como ocorre na geração de eletricidade a partir do sol e a energia resultante de combinações químicas, como ocorre nas pilhas e baterias. Seja qual for a forma geradora, a eletricidade é uma forma secundária de energia, pois para ser produzida, necessariamente pressupõe a transformação de outra forma de energia, mecânica, química ou física.
A cadeia da energia elétrica pode ser dividida em etapas na produção, transporte e utilização. A geração de energia elétrica no Brasil, por exemplo, é predominante a energia hidráulica gerada internamente (77%). O Brasil, segundo os resultados preliminares do Balanço Energético Nacional 2008, importou 40,9 TWh de eletricidade em 2007, equivalente a 8,5% da Oferta Interna de Energia Elétrica. A biomassa, embora tenha superado a energia hidráulica em termos de Oferta Interna de Energia, é a terceira na produção de eletricidade, respondendo por 4,1%.
A etapa de transporte se daria por áreas de transmissão e distribuição, ligados pelos sistemas de subtransmissão. No Brasil, por conta de sua extensão territorial e pela sua natureza de depender de grandes desníveis em rios para construir suas hidrelétricas, encontra suas geradoras longe dos centros de consumo, o que acarreta em perdas de energia elétrica em sua transmissão. Para dirimir esse problema, foram implementados até aqui, dois sistemas interligados de transmissão, um na região Norte/Nordeste e outra Centro-Oeste/Sul/Sudeste. Os dois sistemas, por sua vez, se interligam, configurando uma ligação Norte-Sul.
Na atual configuração mundial de mercado e de competição, a energia elétrica é insumo da maior importância em todos os segmentos da sociedade moderna (REIS, FADIGAS & CARVALHO, 2005. p. 295). Cerca de 40% da energia usada no mundo está na forma de eletricidade, sendo que não há perspectiva de diminuição. Assim, apresenta-se como um fator de elevada importância no contexto energético global (Idem, p. 282).
Para o Brasil, há cenários não muito positivos em termos de energia elétrica e crescimento econômico, acompanhados também por indicadores de desenvolvimento. Segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas, houve, de 2000 a 2007, um aumento de 217% no preço da energia elétrica. Essa alta, segundo a estimativa, continuará até pelo menos 2012, ano em que se espera o início das operações das hidrelétricas na região Norte (Jirau e Santo Antônio) e o aumento gradual no uso de gás natural para geração de eletricidade, apesar de seu custo ser de três a quatro vezes maior que o custo pela energia produzida pelas hidrelétricas. Essa alta de preços levaria o IDH brasileiro a 0,813 pontos, em vez de 0,825 pontos, caso o preço se estabilizasse. Há com isso, estimativa que as contas de água e esgoto aumentariam em até 60%.


CONCLUSÃO
O principal impeditivo para o avanço das construções de novas hidrelétricas e afins, como as PCHs, estariam por conta principalmente do licenciamento ambiental, considerado até como uma entrave para a execução de empreendimentos hidrelétricos. Esse embate entre o crescimento econômico e a preservação ambiental rebusca uma questão que permeia desde os idos da Conferência de Estocolmo e é a essência do princípio norteador do tema ambiental atual: como crescer de forma sustentável. Este não deve ser um debate entre se deve ou não abrir mão do crescimento econômico em detrimento do meio ambiente. Talvez a questão recai em não ter descoberto uma forma economicamente viável de geração de eletricidade se não pelas hidrelétricas. Frisa-se, há sim outras formas de geração de eletricidade se não pelas hidrelétricas, mas não são ainda economicamente viáveis. Este talvez seja o grande desafio, na verdade.



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Reis, Lineu Belico dos. Fadigas, Eliane A. Amaral, Carvalho, Cláudio Elias. Energia, recursos naturais e a prática do desenvolvimento sustentável. Barueri, SP: Manole, 2005.
Balanço Energético Nacional 2008 - Resultados Preliminares Ano Base 2007
Atlas de Energia Elétrica do Brasil. Carvão Mineral – Item 3. Ed. Brasília: ANEEL, 2005.
Conjuntura Econômica. Custo de energia compromete crescimento. São Paulo: Fundação Getúlio Vargas, outubro 2008.

9 comments:

Marta Eliza de Oliveira said...

Ressalto a análise efetuada pela Empresa de Pesquisa Energética – EPE, divulgada em outubro de 2008, sobre o mercado de energia elétrica e os reflexos da crise financeira na demanda de energia elétrica.

A análise apresenta informações do consumo residencial, comercial e industrial de energia elétrica

Segundo a EPE, o consumo de energia elétrica atingiu 33.362 GWh no mês de setembro/08, sendo o valor recorde no ano, indicando crescimento de 4,8% sobre o mesmo mês de 2007.

Foi destacado que houve aumento do número de consumidores de energia elétrica nas residências, em ritmo acima da média histórica recente, computando-se 1,930 milhões de novas ligações. Conforme estudo, esse avanço “revela impulso na universalização do serviço e pode ser associado ao Programa Luz para Todos do Governo Federal”.

Quanto ao consumo comercial de energia elétrica observou-se a continuidade da expansão do consumo, pela retomada do crescimento do país, contudo para os próximos meses dependerá dos desdobramentos da crise financeira internacional.

No que tange ao consumo industrial, verificou-se pela primeira vez no ano um valor inferior ao mês anterior, apresentando a menor taxa de crescimento do ano, podendo-se perceber “os primeiros sinais de arrefecimento do ritmo da produção industrial”.


Fonte: EPE – Empresa de Pesquisa Energética – Resenha Mensal de Energia Elétrica – Outubro de 2008.

Wanda Isabel Melo said...

Gostaria de compartilhar algumas informações extraídas do II Simpósio Amazônia – O Desafio do Modelo de Desenvolvimento, ocorrido nos dias 05 e 06.11.08, na Câmara dos Deputados, em Brasília. O simpósio tratou de debater um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia. Entre as questões apresentadas, o tema relacionado à energia foi um dos pontos explorados, particularmente , a geração de energia e os efeitos da construção de hidrelétricas nos rios localizados na Amazônia legal.

O evento contou com a participação de representantes do MMA, ANA, Eletrobrás, do CDS/Unb, e os Coordenadores do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do Fórum Nacional dos Comitês de Bacias Hidrográficas.

Inicialmente, os representantes do MMA, ANA e Eletrobrás fizeram uma exposição institucional de seus órgãos, nada muito diferente do que já assistimos.

Em relação ao MMA, uma questão colocada foi a de que o ministério está promovendo, ou melhor, intensificando, a implementação do instrumento de Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) em toda a Amazônia, sendo que em alguns estados o processo de implantação encontra-se em fase de conclusão. Citou também os programas governamentais que estão em curso naquela região, como por exemplo a Operação Arco Verde, e que o governo tem enfrentado entraves para a sua efetivação.

A ANA não apresentou dados novos, o mesmo vale para a Eletrobrás, a não ser que o representante desta última mencionou que a grande vocação da Amazônia é a energia da biomassa.

O professor Joseph Weiss da UNB expôs que a fronteira agrícola não precisa avançar nem tomar novas áreas, também mencionou que faltam incentivos para recuperar as áreas degradadas e que, atualmente, não é vantagem cumprir a lei no Brasil visto que a sanção é raramente efetivada.

Cirineu da Rocha, Coordenador Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens, enfatizou que as comunidades locais não estão tendo oportunidades e instâncias de participação, a participação da comunidade foi o foco central de sua intervenção no evento.

Mencionou que o setor elétrico deveria antecipar o diálogo com a sociedade local e que quando se abre para a participação pública os projetos, geralmente, já estão definidos, contradizendo, muitas vezes, os interesses da comunidade. Esse é um fator que tem desencadeado o atraso das obras.

Destacou que há a ausência do Estado no que se refere à implementação de políticas públicas e que no momento da discussão do projeto com a comunidade, implicitamente se coloca, pelas partes envolvidas, que todos os problemas da comunidade serão solucionados com o empreendimento a ser instalado. Entretanto, somente no estagio de implementação do projeto os problemas realmente se tornam visíveis.

Outra questão abordada por ele se refere à necessidade de se promover as discussões com as comunidades em uma linguagem mais próxima da realidade em que as mesmas se inserem, mais acessíveis, uma vez que são muito técnicas e de difícil entendimento por parte dos ribeirinhos.

Finalizando, o representante lançou as reflexões:
1) “Como construir espaços de tomadas de decisões com as comunidades?” e
2) “O Estado tem que garantir os espaços de participação.”

Ao final, o representante do MMA ressaltou que os espaços de participação popular já existem desde o processo de licenciamento, e que cabe também à comunidade conquistá-los.

De um modo geral, o debate, por mais modesto que seja, sempre acrescenta informações às partes interessadas e contribuem para a construção de espaços convergentes. Contudo, preocupa-me a diversidade de projetos idealizados para a Amazônia e a inaplicabilidade de quase todos eles.O mais interessante nas mesas constituídas se refere à sabedoria das pessoas que ocupam aquele espaço territorial e a propriedade com que relatam os problemas que se apresentam para a Amazônia. O diagnóstico se tem, falta, então a preservação da Amazônia, seja até pela construção de um novo modelo de desenvolvimento alinhado ao desenvolvimento sustentável, integrar a agenda política nacional.

itacir said...

Creio que todos nós crescemos pensando que só era possível ter energia elétrica provinda de usinas hidrelétricas. Tinha-se a impressão de ser uma fonte inesgotável contra qualquer catástrofe ambiental e a idéia de que seria a fonte de energia mais limpa. Foram necessários apenas alguns anos de aumento de consumo de energia e poucas crises ambientais para que mudássemos nosso olhar sobre a energia elétrica em nosso país. Hoje é impossível manter o ritmo de crescimento econômico do país no futuro próximo sem pensarmos em outras fontes de energia elétrica. O Brasil tem condições naturais e vontade política para diversificar as fontes de energia elétrica porém precisamos enfrentar algumas barreiras como o desenvolvimento tecnológico, a viabilidade econômica e a inserção de outras fontes de energia no mercado. Atualmente as regras favorecem os magnatas da energia provinda das hidrelétricas pelo próprio contexto histórico do desenvolvimento do país. Como quebrar esses cartéis e abrir as portas para outras fontes sem prejuízos nem privilégios? Enquanto brigamos por fatias do mercado outros países com menos recursos naturais desenvolvem novas fontes de energia elétrica mais limpas que nós.
O Paulo apresentou o levantamento da Fundação Getúlio Vargas sobre o aumento de 217% da energia entre os anos de 2000a 2007.
A Marta apresenta a análise da EPE de outubro de 2008 sobre o mercado de energia elétrica e os reflexos da crise financeira na demanda de energia elétrica.
A Wanda chama a atensão para o relato dos órgão responsáveis pelo meio ambiente ressaltando a preocupação com a diversidade de projetos idealizados para a Amazônia e a inaplicabilidade de quase todos eles e finaliza questionando “ como construir espaços de tomadas de decisões com as comunidades?” Afirma que o estado tem que garantir os espaços de participação.
Creio que o estado já garante o espaço de participação, porém, somente o espaço não é suficiente. Deve criar mecanismos que garantam uma participação efetiva de todos os cidadãos em busca de melhorias do país, leis que protegem os cidadãos e formação adequada para desenvolver o melhor em energia elétrica.
Enquanto isso preparemos nosso bolso para o aumento do custo da energia.
Por incompetência ou por prudência. O certo é que pagaremos por isso.

Itacir piasson

Helsio Azevedo said...

A energia elétrica desempenha um papel importante vários na vida das sociedades atuais, principalmente nas que residem em cidades grandes. Hoje é quase impossível viver-se sem ela. A energia nas residências, empresas, hospitais, fabricas entre outros lugares dinamiza a vida dos seus integrantes. Proporciona segurança e agilidade nas tarefas/atividades das pessoas. A sua procura tem vindo a aumentar por diversos motivos (exemplo é a quantidade de novas cnstruções de habitações no DF que irão aumentar o consumo de energia electrica); fato que requer maior uso de recursos naturais e de infra-estruturas de grande porte, como barragens por exemplo, para sua produção. Esta maior procura irá conseqüentemente originar mais impactos negativos ao meio ambiente, pois mais recursos vão ter que ser usados para sua produção.

Patrícia said...

A energia elétrica é uma das formas de energia mais utilizadas pelo homem na atualidade, em face de sua facilidade de transporte e o baixo índice de perda energética que ocorre em razão das várias conversões que ela sofre. No entanto a eficiência dos sistemas energéticos precisa ser melhorada. A redução nas perdas de transmissão e distribuição de eletricidade devem ser reduzidas. Segundo Bermann (2007), o Brasil registra hoje uma perda técnica de 15%, não é perda comercial, não é gato, não é roubo de energia, é perda técnica. O Banco Mundial aponta um padrão de 6% de perda técnica. No Brasil, em função da distância muito grande, pode-se pensar em reduzir de 15% para 10%. Isso significa que se conseguiria ter 3,7 mil MW a mais sem construir uma usina, apenas fazendo essa redução.

Também é necessário promover a repotencialização das usinas hidrelétricas. É possível reabilitar, reconstruir, reparar, modernizar 70 das 160 usinas em operação no Brasil, que têm mais de 20 anos. Isso representaria um acréscimo de potência de 6,8 mil a 8 mil MW.

Maria da Glória said...

Uma grande crítica que se faz à produção de energia elétrica no Brasil é sobre sua geração, pois a maior parte de nossa energia elétrica é proveniente de centrais hidrelétricas. Tal situação cria conflitos com os órgãos ambientais, ocasionando às vezes alguns entraves para o licenciamento ambiental, necessário para a construção de pequenas centrais hidrelétricas (PCH).
Outra questão a ser discutida com relação à energia elétrica no Brasil, é o acesso a mesma por parte das populações mais pobres e afastadas dos centros urbanos. Possuindo cerca de 80% de sua população vivendo em centros urbanos e 20% vivendo em áreas rurais, estima-se que entre l0 e 15% da população brasileira viva sem energia elétrica. São dados muito preocupantes para um país que pretende se desenvolver de uma forma sustentável econômica e socialmente. Segundo o Ministério de Minas e Energia, as concessionárias de serviços públicos de distribuição de energia têm obrigação legal e contratual de atender a totalidade do mercado em sua área de concessão, não podendo, portanto, haver a discriminação de usuários de baixa renda ou rurais. Contudo, algumas vezes os centros de distribuição estão longe dos centros consumidores e daqueles que necessitam de energia elétrica, dificultando assim, o acesso por parte dessas populações.
Dessa forma, o importante seria buscar novas tecnologias de produção, gerando uma energia elétrica mais sustentável e barata, o que facilitaria o acesso para aquelas populações mais pobres e/ou que vivem em áreas mais isoladas do País.

Lorena Cristine said...

De um modo geral, as grandes empresas nacionais começam a demonstrar preocupação com as fontes de energia que estão produzindo em seu âmbito de consumo e produção e a quantificação disso no aumento dos gases de efeito estufa. A energia elétrica é uma dessas fontes que um grande número de empresas brasileiras tem começado a medir aliado ao Programa brasileir GRG Protocol que é uma metodologia que auxilia as empresas filiadas à quantificar os gases de efeito estufa provenientes direta ou indiretamente de sua produção.

gmson said...

O alto e crescente custo da energia no País se deve também ao fato da maior parte da matriz ser hidráulica, pois a base de produção muitas vezes está distante dos locais de consumo devido a localização dos corpos d'águas, causando alto investimento no transporte e distribuição. É necessário migrar e aumentar o investimento para outras
fontes energéticas localizadas em pontos estratégicos no País, focando menor custo de produção e distribuição, de forma que reflita no preço.

Paulo Ichikawa said...

TRABALHO PREPARADO E APRESENTADO NA SALA

Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira
Situação atual, conflitos e controvérsias

Assiz
Cleber
Itacir
Paulo
O Rio Madeira
Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira
Hidrelétrica Santo Antônio
A usina Santo Antônio deverá ter capacidade instalada de 3.150 megawatts, a partir de 2012. Em dezembro de 2006, o valor do investimento para a construção do empreendimento foi definido em R$ 9,5 bilhões (75% financiados pelo BNDES).
Hidrelétrica Santo Antônio
O Consórcio Madeira Energia (formado por Odebrecht Investimentos em Infra-Estutura, Construtora Norberto Odebrecht, Andrade Gutierrez, Furnas, Cemig e o Fundo de Investimentos e Participações Amazônia Energia, composto pelos bancos Banif e Santander)venceu o processo de concessão e venda de energia da UHE Santo Antônio, integrante do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira.
Os outros dois concorrentes eram: Energia Sustentável do Brasil (Suez Energy e Eletrosul) e Consórcio de Empresas de Investimentos Santo Antonio (CEISA) (Chesf, CPFL Energia, Endesa Brasil e Camargo Correa Investimentos em Infra-estrutura).


Cerca de 300 integrantes da Via Campesina - organização sem fins lucrativos que luta pelos direitos de camponeses no mundo inteiro, enfocando questões como a reforma agrária, agroecologia e o fim de pesquisas e comercialização de transgênicos - invadiram na manhã de hoje, por volta das 6h15, a sede da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Pelo menos sete pessoas foram detidas durante uma manifestação no prédio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), onde foi realizado o leilão da hidrelétrica Santo Antônio.
Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira
As hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau vão atingir 50 povoados 5000 famílias
Hidrelétrica de Jirau
O Consórcio Energia Sustentável do Brasil (Enersus), liderado pela construtora Suez Energy, venceu a licitação para a construção da usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira (RO)

Hidrelétrica de Jirau
Para vencer o leilão, o consórcio Enersul ofereceu tarifa quase R$ 14 inferior à proposta por Odebrecht-Furnas - R$ 71,40 por megawatt-hora (MWh), face a R$ 85,02.
O que deve prevalecer é o interesse público." O interesse público, nesse caso, deve ser entendido como o projeto mais barato, o que oferece a menor tarifa, desde que não haja prejuízo ambiental com a nova localização da usina.
Hidrelétrica de Jirau
A polêmica envolvendo a licitação da usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, está longe de acabar,
A partir do inventário, identificou duas áreas "ideais" para a construção das usinas. Nos estudos, encontrou supostamente um menor risco geológico em Jirau, além de um menor impacto ambiental (redução de área de inundação dos reservatórios), da não-interferência na Bolívia e da garantia de navegação.


Uma série de questionamentos jurídicos e ambientais sobre a mudança no projeto de construção da Hidrelétrica de Jirau, a segunda do Rio Madeira, pode jogar um balde d’água fria nos planos do governo para expandir a matriz energética brasileira.
O complexo, formado pelas usinas Jirau e Santo Antônio, de 6.450 MW, está na lista de obras prioritárias para livrar o País de novo racionamento nos próximos anos, especialmente se a economia continuar em ritmo acelerado. Segundo o cronograma oficial, Santo Antônio teria de gerar energia a partir de 2012 e Jirau, 2013.

Conflitos
Pontos de influência na mudança de local
As mudanças no projeto de engenharia da usina de Jirau envolvem três dos aspectos que despertaram maior polêmica no licenciamento das hidrelétricas do Madeira:
diminuem os riscos de acúmulo de sedimentos no leito do rio,
de mortalidade de peixes e
de propagação da malária na região
Conflitos
conta ainda com Camargo Corrêa, Chesf e Eletrosul - tem um forte argumento financeiro para seduzir os governos locais e buscar apoio político à sua proposta de mudar em nove km o local exato de construção da hidrelétrica [da cachoeira de Jirau para a de Caldeira do Inferno]. Ao antecipar o cronograma de entrada em operação das 44 turbinas do empreendimento, o consórcio diz que produzirá 4.140 megawatts (MW) médios adicionais de energia entre 2012 e 2016.
Conflitos
No mesmo período, isso engordará em R$ 122 milhões o caixa do Estado de Rondônia e da prefeitura de Porto Velho, que vão receber royalties por abrigar fisicamente a usina.
Esse valor é um cheque extra para Rondônia e Porto Velho, que já terão direito a R$ 58,6 milhões anuais como compensação financeira e receberão menos caso se mantivesse o cronograma original, que previa o início da geração só em janeiro de 2013.
Conflitos
Para comprovar a tese de que as mudanças feitas em Jirau vão diminuir o acúmulo de sedimentos e evitar o encurtamento da vida útil da usina, o Energia Sustentável contratou o consultor indiano Sultam Alan. Um dos maiores especialistas do planeta, Alan foi contratado no ano passado pelo Ministério de Minas e Energia.
Conflitos
Teve papel decisivo no destravamento da licença prévia, que havia recebido oposição de técnicos do Ibama. Em parecer recém-concluído, o indiano afirma que a nova localização da usina "melhora significativamente" as condições de fluxo das águas e possibilita um "melhor gerenciamento de sedimentos e fragmentos (flutuando e submersos)".
Conflitos
O pesquisador Ronaldo Barthem, do museu paraense Emílio Goeldi, referência em estudos amazônicos, concluiu que a nova localização da hidrelétrica traz um arranjo "mais amigável" para a descida de larvas, peixes e a deriva de ovos. No projeto original, a solução aventada era a criação de remansos de grandes proporções a montante (rio acima) do vertedouro durante a época da estiagem - quando ocorre o turbinamento total da vazão.
E o LULA com isso!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Essa foi uma das principais preocupações de técnicos do Ibama na fase de licenciamento do complexo hidrelétrico, o que levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a um momento de fúria.
"Agora não pode por causa do bagre, jogaram o bagre no colo do presidente. O que eu tenho com isso?",
Hidrelétrica de Jirau
A licença de instalação deve ser emitida até 30 de abril de 2009.  O andamento do projeto é considerado adequado pelo governo, segundo balanço do PAC.  A previsão é que os investimentos cheguem a R$ 9 bilhões, dos quais R$ 5,4 bilhões sejam empregados até o fim de 2010.  As obras devem ser concluídas até 31 de janeiro de 2013.