Sunday, June 20, 2010

GESTÃO DE RECURSOS ENERGÉTICOS

Autor: Alano Nogueira Matias
Revisores: Dilma Bowen e Weeberb Réquia

GESTÃO DE RECURSOS ENERGÉTICOS

A falta de energia associada ao alto custo de sua produção pode ser fatal para a economia globalizada. O consumo de energia hoje é uma necessidade social básica e a correta gestão destes recursos pode garantir desenvolvimento econômico e social.
Januzzi e Swisher (1997) apontam em suas pesquisas que 30% do orçamento de países em desenvolvimento são destinados ao gasto com a produção de energia. Isso em termos práticos pode ser interpretado como sendo menos 30% de investimento em educação, saúde e etc.
Associado a isso ainda temos os impactos ambientais que segundo Machado (2002), podem comprometer o desenvolvimento e o progresso de políticas públicas para o setor. Uma gestão desordenada e desqualificada de recursos energéticos pode resultar em verdadeiros desastres e desperdícios econômicos.
Uma gestão eficiente de recursos energéticos envolve políticas de incentivo à inovação técnica e investimento em pesquisas de melhoria na eficiência (JANUZZI, 2000). Essas ações também focam programas de gestão de demanda, ou seja, conscientização quanto ao consumo de energia. Esses programas devem contemplar ações que assegurem a participação do consumidor além do acompanhamento para que haja persistência na continuidade de novas medidas introduzidas por esses programas.
Uma das dificuldades encontrada hoje nos processos de gestão de recursos energéticos, segundo Udaeta (1997), está na possibilidade de sincronizar o consumo com a produção. A falta desta sincronia acaba gerando muito desperdício. A falta de manutenção também.
Januzzi (2000) aponta que a dicotomia entre oferta e demanda também sofre ação de variáveis vinculadas ao tempo de construção de usinas geradoras de energia e o acesso a financiamento para esses empreendimentos.
Quando a demanda, o problema tem sido objeto de pesquisa de diversas metodologias de medição de consumo e as variáveis mais observadas é a sazonalidade vinculada aos aspectos climáticos e os picos diários, onde se tem períodos de maior consumo por dia. Uma das ferramentas de gestão utilizadas neste caso e a curva de carga diária que consiste em avaliar o comportamento do consumo de todos os setores econômicos durante um dia. (JANUZZI E SWISHER , 1997)
Outro problema enfrentado pela gestão de recursos energéticos está vinculado ao meio ambiente. É muito difícil valorar a qualidade deste ambiente. Ainda são muito imprecisos seus índices e a conotação econômica não é mensurável ou claro o suficiente, mesmo assim Januzzi (2000) ressalta que todo processo de gestão de recursos energéticos devem considerar custos e restrições ambientais caso contrário deve ser repensado.
Ainda na visão de Januzzi (2000) um dos resultados esperados de uma gestão bem direcionada é a possibilidade de tecnologia limpa proporcionada por um ambiente econômico favorável. Além desse resultado, as expectativas também crescem por uma produção descentralizada incluindo fontes de energia renovável.
Estamos diante de um processo altamente complexo que envolve múltiplos interesses vinculado tanto a economia, quanto aos aspectos ambientais e sociais. O que faz com que a gestão de recursos energéticos seja um desafio constante.
De um lado temos a necessidade de oferta imediata de energia e por outro a necessidade de expansão da oferta para demandas futuras já previamente calculadas por análise de cenários e cálculos e consumo.
O que parece atender a todas essas questões seria o modelo de gestão integrada de recursos energéticos, que tem sido apontada por muitos especialistas como sendo a forma mais inteligente de se aproveitar esses recursos e atender as necessidades de consumo.
Esta opção de gestão consiste no “desenvolvimento combinado de oferta de energia e opções de gerenciamento da demanda” (SWISHER E JANUZZI, 1997) A proposta traz uma revolução no processo de planejamento da gestão energética indicando a necessidade de integração entre os vários processos de geração de energia entendendo os recursos energéticos como parte de um processo sistêmico e integrado.
Para Udaeta (1997), um modelo integrado de gestão de energia deve ser dinâmico e capaz de acompanhar as mudanças de cenário interpretando oportunidade e maximizar todo o potencial do processo. Ainda segundo o autor o modelo deve ser acompanhado por um sistema regulação que garanta qualidade e competitividade.
Enfim, pensar em uma gestão de recursos energético cada vez mais eficiente é necessário, bem como todas as etapas envolvidas no processo que inclui desde o manejo responsável do recurso até a conscientização do consumidor final deste produto. Posturas como essa pode garantir que o crescimento econômico global continue sem sobressaltos de altos preços ou escassez.

Referências Bibliográficas
JANUZZI, Gilberto de M., SWISHER, Joel N. P. Planejamento integrado de recursos energéticos. Campinas – SP, Editora Autores Associados, 1997
JANNUZZI, G. de. Políticas públicas para eficiência energética e energia renovável no novo contexto de mercado: uma análise da experiência recente dos EUA e do Brasil. Campinas, SP: Autores Associados, 2000
MACHADO, G. V. Meio ambiente e comércio exterior: impactos da especialização comercial Brasileira sobre o uso de energia e emissões de carbono no país. Tese de Doutorado em Planejamento Energético da UFRJ. Rio de Janeiro, 2002. Disponível em http://www.ppo.ufrj/teses/gvmachado.pdf
UDAETA, Miguel Edgar Morales. Planejamento integrado de recursos energéticos –pir– para o setor elétrico: pensando o desenvolvimento sustentável. Tese de Doutorado em Engenharia da USP. São Paulo, 1997. Disponível em http://www.seeds.usp.br/pir/arquivos/tese-pir%20memu%201997.pdf

7 comments:

Marcelo Wolter said...

A gestão dos recursos energéticos se mostra uma ferramenta importantíssima para a continuidade da disponibilidade de energia no mundo. O uso desenfreado dos recursos finitos e pequeno investimento em fontes alternativas de energia, tende a um fim catastrófico. A mudança de comportamento é necessária, com o aprimoramento e a difusão dos recursos renováveis, assim como a gestão participativa desse bem tornarão mais sustentável o uso energético.

Eric said...

A produção de energia é o principal objetivo dos países hoje em dia, pois a principal causa das guerras é a disputa por fontes de energia.

Adilson said...
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Adilson said...

A gestão dos recursos energéticos poderia seguir o exemplo da uma gestão de bacia hidrográfica por sua complexidade e dimensão, pois milhões de pessoas e muitos interesses estão envolvidos na geração e no consumo desses recursos. Nesse sentido, a falta uma política pública voltado para essa questão, deixa a população sempre a espreita dos ‘apagões’ de ontem e de hoje.

Ivan Freitas said...

O desafio está em promover a gestão dos recursos energéticos na busca do desenvolvimento sustentável nos planos econômico, social, cultural e ambiental, sabendo que os impactos ambientais dos empreendimentos energéticos são inevitáveis e os recursos naturais em sua maior parte não renováveis.

Nanci Ambiental said...

Por mais que a fonte de recursos energético possa trazer impactos ao meio ambiente ainda é uma das fontes de energia renovável que não poluí como as outras. Mas precisamos nos atentar para as comunidades inseridas neste comitê de bacia, a fauna, flora, enfim todos os prejudicados por essa exploração por alguns Mega Watts.

Brasil said...

É de primordial importãncia a questão da gestão energética no Brasil e no mundo. Fontes alternativas de energia devem estar a todo momento sendo alvos de pesquisas para que não se coloque em risco o mundo em que vivemos. Aí está em jogo a famosa dobradinha desenvolvimento sustentável, logo, a gestão energética deve seguir sempre esas duas palavras mágicas. Que nossos governantes tenham em mente que, na imposição da governalidade sejam levados em consideração paralelamente ao desenvolvimento, o bem estar físico e mental e a qualidade de vida do seres humanos.