Thursday, October 30, 2008

Semana 13 - Energia Solar e Eólica

Por Wilson Azevedo
O homem sempre olhou para o céu adorava o sol como um deus, e este sempre teve papel preponderante na vida de todos seres vivos. Um dos motivos da extinção dos dinossauros foi a falta de luz solar um meteorito que colidiu com a terra, levantando uma nuvem de poeira que impediu a penetração de luz solar, com isso as plantas não realizaram a fotossíntese e os animais herbívoros morreram de fome e seus predadores ficaram sem alimentos.
Por milhares de anos o homem sobreviveu do trabalho braçal, quando descobriu a roda deu-se um passo importante, chegando à roda d’água, as chamadas rodas hidráulicas e depois os moinhos de vento que deu um incremento significativo a quantidade do regime de trabalho, ou potência. A tabela abaixo dá uma noção da potência de cada uma das fontes energéticas (realizadores de trabalho):
FONTE ENERGÉTICA POTÊNCIA OBSERVAÇÕES
Homem 80 W
Boi 500 W
Cavalo 750 W
Moinho de água 1,5 a 1,8 kW Roda com diâmetro superior a 5m
Moinho de vento 1,5 a 1,6 kW Moinho de vento típico
Automóvel de 1000cc 45 a 60 kW
O desenvolvimento de novas tecnologias ao longo do tempo foi agregando potência às diversas maquinas de produção, aumentando sua capacidade, mas isso levou o homem a aumentar seu consumo de energia.
No atual estagio tecnológico do homem é praticamente impossível interromper este consumo de energia, mas ao mesmo tempo é insustentável o ritmo atual de consumo. É necessário que novas fontes de energia sejam descobertas e utilizadas e o ideal que estas novas fontes sejam renováveis.
Devemos ter em mente que todo o processo de desenvolvimento é um processo de apropriação de energia1, em ultima análise todas fontes de energia - hidráulica, biomassa, combustíveis fósseis, energia dos oceanos, eólica - são formas indiretas de energia solar.
A energia que chega à terra anualmente, enviada pelo sol é equivalente a 10 mil vezes o consumo da população neste período. As equações abaixo mostra a quantidade de energia total que a terra recebe:

Área projetada da Terra = (6.3x106)2 x 3,14 = 124x1012 m2;
Constante Solar = 1395 W/m2;
Energia recebida = 124x1012 x 1395 = 173x1015 W (2)

Uma das primeiras aplicações para a energia solar que se tem noticia, foi descrito na antiguidade quando a esquadra romana fez um cerco a cidade de Siracusa, a tal distância que as flechas não atingiam os navios, então Arquimedes com o uso de espelhos côncavos concentrou os raios solares sobre estes navios, o que levou eles a incendiarem.
O aproveitamento da luz solar na era moderna só iniciou em 1959 nos EUA como forma de geração de energia elétrica para os satélites. É uma forma de energia muito utilizada em lugares isolados, onde a rede de energia elétrica convencional esta distante dos pontos consumidores.
Existe três tipos para se obter energia solar, o primeiro é através de iluminação natural e do calor para aquecer os ambientes, denominado de aquecimento passivo, que vem da penetração ou absorção da radiação solar nas edificações, reduzindo assim a necessidade de iluminação artificial ou de aquecimento e isso é feito através de um estudo de arquitetura adequado, a chamada arquitetura bioclimática.
O segundo modo de obter energia solar é fototérmica, que utiliza a capacidade de um corpo absorver calor a partir da radiação solar e com isso aquecer fluidos, são os chamados coletores ou concentradores solares. Os coletores (figura 1) usados nas residências, hotéis, restaurantes, hospitais, etc., com finalidade de aquecer água para usos diversos, utilizados para temperaturas inferiores a 100ºC.
Já os concentradores (figura 2), captam energia solar de grandes áreas e concentra em uma área menor. São mais utilizados em instalações onde requer temperaturas mais elevadas, (podendo chegar até 3800ºC), tais como secagem de grãos, produção de vapor.

Placas coletoras fototérmicas (figura 1)
No terceiro modo temos a energia solar fotovoltaica (figura 3) que transforma energia solar diretamente em energia elétrica (denominado efeito fotovoltaico), neste processo a célula fotovoltaica é a unidade principal para conversão e requer uma alta tecnologia para sua confecção, são células fabricadas de silício.
Neste tipo de conversão o problema é o custo da célula fotovoltaica e o seu baixo rendimento ao converter energia solar em elétrica, chegando atualmente a uma eficiência de 25%, o que impede a sua larga utilização.

Células fotovoltaicas (figura 3)
Além das condições atmosféricas a o local e posição no tempo, como hora e dia do ano, devido a inclinação da terra em torno do seu eixo de rotação tem importância sobre o rendimento. No Brasil grande parte do território esta próximo à linha do equador, tendo assim grande incidência de irradiação solar. Então para usá-los devemos ter a mão o Atlas Solarimétrico do Brasil, ou o Atlas de Irradiação Solar no Brasil.
ENERGIA SOLAR NO BRASIL
No Brasil a Empresa Pesquisa Energética (EPE) foi criada com a finalidade de prestar serviços na área de estudo e pesquisas destinada a subsidiar o planejamento do setor energético.
A elaboração da Matriz Energética Nacional (MEN) é a base para definir as políticas energéticas que orientará o Planejamento Energético Nacional, que é um instrumento para planejamento a longo prazo das políticas energéticas do país, orientando tendências futuras.
Mas o que observamos é que Plano Nacional de Energia – 2030, não dão muita ênfase nas chamadas energias de fontes alternativas. Isso se deve em parte aos gestores do setor de energia privilegiar as fontes tradicionais como hidroeletricidade, petróleo, gás natural, carvão, nuclear, e biomassa, etc.
A Matriz Energética Nacional mostra que o crescimento de oferta interna de energia cresceu 5,9% em 2007, taxa superior ao crescimento da economia que foi de 5,4% conforme dados do IBGE.
Segundo a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA, 2001) existiam 500.000 coletores instalados em residências, com um crescimento anual por volta de 35% a 50%, e existe uma expansão significativa em estabelecimento como hotéis, hospitais, restaurantes industriais, motéis, para aquecimento de água.
Na geração de energia os sistemas fotovoltaicos estão sendo empregados em comunidades rurais e/ou isoladas do Norte e Nordeste do Brasil, basicamente em bombeamento de água para abastecimento doméstico, irrigação e piscicultura, eletrificação de escolas e postos de saúde, estações de telefonia, etc.
ENERGIA EÓLICA NO BRASIL
A conversão de energia cinética dos ventos em energia mecânica já é utilizado pela humanidade a mais de 3000 anos, com inicio na Pérsia. Eles usaram os moinhos de vento para bombear água para irrigação.
Praticamente não mudaram desde então, uma hélice ou pá atingida pelo vento que gira um eixo que por sua vez movimenta uma bomba ou gerador de eletricidade.
As primeiras aplicações da energia eólica para produzir eletricidade iniciaram na Dinamarca em 1980, com as primeira turbinas com capacidade de gerar de 30 a 55 kW. Hoje a capacidade de geração chega a 6000kW, para rotores com diâmetro de 114m e uma altura da torre de 120m com peso total de 480t.
Atualmente os EUA são lideres na incorporação de capacidade de geração, tendo uma política agressiva de incentivos, seja via créditos tributários ou fundos de investimentos em tecnologia. Eles tem como objetivo chegar em 2030 com 20% de sua capacidade atendida por energia eólica. Como objetivo secundário melhorar a qualidade do meio ambiente e revitalizar áreas rurais através de pagamento royalties pelo uso da terra.
Considerando o crescimento do PIB em 4,2% e a população crescendo 2,0 milhões/ano e consumo de energia elétrica aumentando em 5,1% ao ano, isto leva a uma demanda de 41.800MW de capacidade a ser instalada em nos próximos 10 anos a um custo estimado de US$ 40 bilhões na geração e US$ 16 bilhões na transmissão.
Comparando com os demais países em instalação de energia eólica no ano de 2007 o Brasil esta engatinhando neste tipo de energia, pois a potência mundial instalada é de 75.000MW, enquanto Brasil tem 1.423MW.
Hoje o parque industrial do Brasil esta com sua capacidade operacional em torno de 82%, e como energia é um insumo importante na produção e considerando que o governo espera um crescimento de 5% ao ano, não haverá energia suficiente para atender esta demanda.
Diante desta realidade faz-se necessário diversificar a matriz energética do país, e é neste contexto que a energia eólica tem papel importante, pois com um potencial de geração da ordem de 143,5GW (ou seja, mais que 10 Itaipu), enquanto o parque gerador brasileiro hoje produz 96GW.
O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas (PROINFA), instituído pela lei 10.438 de 04/2202 e modificado pela lei 10.762 de 11/2003, visando incentivar a produção de energia de fontes eólicas, PCH e biomassa de produtores independentes autônomos e esta energia ser conectada ao Sistema Interligado Nacional.
Uma das vantagens do Brasil para tornar um grande produtor de energia eólica, é que 70% da população esta no litoral e é ali que se encontra o maior potencial eólico, os ventos são em média estáveis e comportados e de velocidade alta. Esta energia pode complementar a sazonalidade de hidrelétricas durante os baixos níveis dos reservatórios, a figura abaixo demonstra isso claramente.



Poluição visual de um parque gerador eólico

CONCLUSÃO
O Brasil para continuar produzindo e gerando emprego tem necessidade de energia, e esta necessidade implica elevados custos sociais e ambientais. Isto é fato. O que perguntamos é se a sociedade esta disposta a pagar este preço para produzir a energia necessária para este desenvolvimento?
Com certeza a resposta é sim, pois o consumo de energia cresce dia a dia, então o que pode ser feito é minimizar estes impactos. É nesta hora que entra as chamadas energias de fonte alternativas, mas não esquecendo que mesmo estas produzem degradações. Os moinhos de ventos para produzir energia elétrica produzem ruídos, devendo portanto serem instalados em lugares desabitados. Também tem um impacto muito grande no visual da região onde estão, devem ser instalados longe das rotas de migração de aves e provoca interferência eletromagnética nas telecomunicações.
Os coletores solares mesmo utilizando tecnologias de última geração ainda são caros e de pouco rendimento para geração de energia elétrica. No entanto são ideais para zonas distante das linhas de distribuição de energia elétricas, onde os coletores cumprem bem seu papel. Mas devem ser subsidiados pela sociedade, pois de outro modo esta populações jamais teriam acesso aos benefícios que a eletricidade trás.
Os coletores ainda podem ser utilizados com aquecedores de água, e o aquecimento de água é o item que mais trás impacto nas contas de energia, principalmente da população de baixa renda
No que se refere a energia eólica o Brasil detém tecnologia para implementar a utilização deste tipo de energia, mas para isso deve ter uma regulamentação clara, afim de garantir retorno do investimento aplicado, assim ganhará a sociedade e o meio ambiente.

Links interessantes sobre utilização de energia solar:
- http://kottke.org/08/03/solar-furnaces
- http://www.ut.uz/eng/today/uzbek_scientists_created_a_powerful_solar_laser.mgr
- http://www.solar.ufrgs.br/ Laboratório de energia solar da UFRGS
- http://www.cresesb.cepel.br/faq/faq_solar.htm Perguntas sobre energia solar
- www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/esolar/esolar.htm Fac. Eng. Mec.- Unicamp
- www.fcmc.es.gov.br/
- www.sciencemag.org.
- educar.sc.usp.br/licenciatura/1999/solar.html
- http://www.les.ufpb.br/portal/ Laboratório de energia solar da UFPB
- http://www.abens.com.br/ associação brasileira energia solar


Referências Bibliográficas:
Reis, Lineu Belico dos. Energia, recursos naturais e a prática do desenvolvimento sustentável. Barueri, SP: Manole, 2005. p.78.
GREEN, M. A. et al. Solar celi efficiency tables: version 16. Progress in Photovoltaics: Research and Applications, Sydney, v. 8, p. 377-384, 2000 (Adaptado).
Lei 10.438 de 26 de abril de 2002
http://www.seplan.go.gov.br/energias/livro/cap06.pdf - acessado em 11/10/2008
http://www.seplan.go.gov.br/energias/livro/cap06.pdf - acessado em 11/10/2008
http://www.seplan.go.gov.br/energias/livro/cap09.pdf - acessado em 11/10/2008
http://www.seplan.go.gov.br/energias/livro/cap10.pdf - acessado em 11/10/2008
http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/esolar/esolar.html
www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/Info7_pag8-9.PDF - acessado em 11/10/2008
www.cresesb.cepel.br/atlas_eolico_brasil/atlas-web.htm - acessado em 11/10/2008
http://www.mme.gov.br/programs_display.do?chn=914&pag=13060 – acessado em 11/10/2008
Plano Nacional de Energia 2030. Recursos Energéticos Rio de Janeiro:EPE, 2007
Atlas de Energia Elétrica do Brasil. Energia Eólica – Item 6. Ed. Brasília: ANEEL, 2005. p. 93-110.
Atlas de Energia Elétrica do Brasil. Carvão Mineral – Item 3. Ed. Brasília: ANEEL, 2005. p. 29-42.
Balanço Energético Nacional 2008 - Resultados Preliminares Ano Base 2007
libdigi.unicamp.br/document/?view=1033 - acessado em 11/10/2008
www.senado.gov.br/web/comissoes/cma/ap/AP20080619_EnergiaEolica_CNI.pdf - acessado em 11/10/2008
www.mme.gov.br/download.do?attachmentId=9744&download – acessado em 11/10/2008
www.fcmc.es.gov.br/download/energia_eolica.pdf - acessado em 12/10/2008
www.fcmc.es.gov.br/download/energia_solar.pdf - acessado em 12/10/2008
www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./energia/index.html&conteudo=./energia/solar.html - acessado em 12/10/2008
www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/031109.pdf - acessado em 10/10/2008
mtc-m17.sid.inpe.br/rep-/sid.inpe.br/mtc-m17@80/2007/05.03.14.09 - acessado em 12/10/2008
www.nuca.ie.ufrj.br/gesel/seminariointernacional/2008/arquivos/P_ArmindoMonica_EnergiaEolica.pdf - acessado em 10/10/2008
www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/301304.pdf - acessado em 11/10/2008
http://www.les.ufpb.br/portal/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=21&Itemid=30

11 comments:

Claudia Franco said...

Essa história começa com uma idéia: produzir energia com o vento. A firma Enercon surgiu assim em 1984, com seu primeiro cata-vento. Atualmente, é a número 1 incontestável na Alemanha e líder mundial nessa tecnologia.

No início dos anos 80, o fundador e proprietário da Enercon teve a idéia de produzir energia a partir do vento. uma idéia visionária, pois naquela época não havia nem soluções técnicas para isto, nem um mercado para a energia eólica. com o passar dos anos investiu em aperfeiçoamentos tecnológicos. seu triunfo foi logrado com o desenvolvimento da instalação de energia eólica sem engrenagem de transmissão- até hoje, uma característica exclusiva da Enercon. Vantagens: menos desgaste, maior vida útil e menos manutenção.
Em vez dos 55 quilowatts do E-15, primeiro modelo de série pequeno, o E-126- com uma altura de 198 metros- fornece hoje 18 milhões de quilowatts-hora por ano: eletricidade suficiente para mais de 4500 residências. A empresa possui diversos modelos, os quais são adquiridos de acordo com as características climáticas e territoriais.

A Enercon possui mais de 13 mil cata-ventos em todo o mundo, com subsidiárias na Índia, no Brasil, Turquia, Suécia e Portugal. Produz mais de 14 GW mundialmente. ocupa a terceira posição no mercado internacional com uma área de produção com mais de 450 mil metros quadrados.

A força impulsora do desenvolvimento das energias renováveis na Alemanha é a
Lei das Energias Renováveis (EEG), a qual entrou em vigor no ano 2000 e garante um ressarcimento com taxas fixas aos produtores. O objetivo é aumentar a participação das energias renováveis no consumo de eletricidade, dos 14,3% atuais para a meta estabelecida de 25 até 30% no ano de 2020. Em seus princípios básicos, a EEG já foi adotada por 47 países.

Offshore
Já que é limitado o espaço para expansão da energia eólica em terra, são explorados cada vez mais os potenciais no mar. o governo alemão considera realista que os parques eólicos offshore venham a alcançar um rendimento de 20 a 25 mil megawatts até os anos 2025/2030.

Dena
A Agência Alemã de Energia (Dena) é o centro de competência para as energias renováveis. Com uma potência instalada de 22248 megawatts, a Alemanha é o maior mercado mundial da energia eólica (2007), o que corresponde a quase 30% da capacidade eólica mundial.

Componentes e técnica
As modernas instalações de energia eólica são compostas de alicerce, torre, casa de máquinas e rotor eólico. um cubo transmite a energia do rotor- diretamente ou através de engrenagem- para o gerador. a gôndola e o rotor são posicionados eletricamente na direção do vento. a velocidade do vento aumenta e as turbulências diminuem com a altura. Assim, é maior o desempenho energético das torres mais altas.

Conclusão
Seja energia eólica no Egito, hidrelética na Indonénia, biomassa no Nepal, geotermia no Quênia ou fotovoltaica na China: a Alemanha apoia em muitos países o abastecimento energético sustentável. A necessidade de energia dos países em desenvolvimento deverá duplicar nos próximos 20 anos. Se for suprida com combustíveis fósseis, isso acarreterá numa enorme poluição ambiental.

Referência:
- Periódico alemão Deutschland n. 4/2008.
Posted by Claudia Franco at 5:56 PM

Claudia Franco said...

KARINA

A energia eólica brasileira teve um grande impulso com o programa do Governo Federal, o Proinfa, que possibilitará a instalação de novas usinas em diversas localidades brasileiras, principalmente no litoral nordestino e no litoral sul do Brasil. Desde 2000 foram instaladas as usinas de Mucuripe (Fortaleza-CE), Prainha (CE), e as maiores são o Parque Eólico de Osório (RS), que produz 150 MW e a de Rio do Fogo (Rio do Fogo-RN).

October 30, 2008 5:02 AM

Maria da Glória said...

Um dos grandes desafios do mundo hoje é a energia, onde a grande questão é gerenciar sua produção e principalmente seu uso e distribuição. Sendo a maior parte da energia consumida pelo planeta oriunda de fonte não renovável, o que se busca atualmente são as fontes renováveis de energia, como a eólica e a solar. Ao analisarmos tais fontes de energia podemos perceber pontos positivos e negativos, contudo, o que faz a diferença não são os fatos isolados, mas o conjunto como um todo.
A energia solar possui muitas vantagens, pois o sol é fonte de energia renovável, não polui e em países tropicais como o Brasil, onde o mesmo é abundante e permanente, pode ser usado o ano inteiro. Também é ideal para áreas afastadas e ainda não eletrificadas. Contudo, o uso dessa energia ainda é muito caro, precisando de altos investimentos para seu aproveitamento.
A energia eólica também é uma fonte de energia renovável, e possui uma característica que a distingui das demais, pode ser usada para o fornecimento de energia para pequenas populações. Também apresenta um grande problema, sua tecnologia ainda não está ao alcance de todos , o que torna seu custo muito elevado.
Dessa forma, para que os países mais pobres possam se desenvolver e promover a justiça social em todos os seus níveis, principalmente melhorando o acesso das populações mais pobres e afastadas dos grandes centros à energia elétrica, oferecendo à mesma uma melhor qualidade de vida, é necessário se buscar fontes renováveis de energia. Contudo, tais fontes, além de serem renováveis, deverão ser economicamente viáveis e ecologicamente sustentáveis.

Wanda Isabel Melo said...

O investimento em fontes alternativas e renováveis de energia também vem incorporar o esforço mundial de se combater e enfrentar o aquecimento global do planeta, que apesar de incerto quanto à sua abrangência, se tornou uma questão aceita pela comunidade científica.

Nesse contexto, o Brasil colocou em debate, consulta pública até 31 de outubro de 2008, o Plano Nacional sobre Mudanças do Clima, instrumento que se propõe a incentivar ações colaborativas à redução da emissão de gases de efeito estufa, considerado um dos principais fatores de interferência antrópica no processo de aquecimento do clima.

Entre as medidas de mitigação definidas no Plano encontra-se a de buscar manter elevada a participação de energia renovável na matriz elétrica brasileira, destacando a necessidade de expansão da oferta de energia livre de emissões de CO2 e a geração de fontes alternativas a partir da biomassa, eólica e solar. Também menciona fontes não convencionais como os resíduos sólidos e efluentes.

O documento aponta a importância do empreendimento de ações governamentais para que a variável socioambiental seja introduzida no processo de planejamento da expansão da oferta de eletricidade. O Plano ressalta as ações que se encontram em desenvolvimento visando consolidar a participação das fontes renováveis e energias limpas na matriz elétrica, entre elas menciona a expansão da geração hidrelétrica, o Proinfa, os leilões de compra de energia provenientes de fontes alternativas, expansão da transmissão, o programa Luz para Todos e a expansão da energia nuclear.

Nesse bloco, é interessante destacar a realização de leilão específico para a fonte eólica prevista para o primeiro semestre de 2009. Também consta a possibilidade de utilização de fontes alternativas de energia no âmbito do Programa Luz para Todos, em comunidades isoladas, mediante a geração de energia elétrica com sistemas fotovoltaicos associados a sistemas de distribuição com mini-redes, bem como as micro centrais hidrelétricas e os motores diesel operando com biodiesel. Especifica que já estão em elaboração no Ministério de Minas e Energia 13 projetos especiais de atendimento a comunidades na região amazônica com sistemas fotovoltaicos associados a mini-redes.

A proposta sob consulta pública descreve que para se desenvolver uma política industrial para equipamentos eficientes e tecnologias renováveis, uma das metas a serem alcançadas no Plano Nacional sobre Mudança do Clima, tornam-se imprescindíveis a adoção de incentivos para o desenvolvimento de uma indústria nacional de equipamento consistente para a energia eólica; e a geração distribuída da energia solar fotovoltaica integrada a edificações urbanas e conectada à rede. A implantação da política industrial para equipamentos eficientes e tecnologias renováveis contribuiria para a redução de custos e escala suficiente para o atendimento.

Cabe observar que alterações poderão ser inseridas nos temas acima tratados uma vez que a proposta encontra-se em elaboração ocorrendo o encerramento do processo de consulta pública recentemente.

Fonte: http://www.mme.gov.br/site/news/detail.do?newsId=17014&currentArea=

Marta Eliza de Oliveira said...

Energia Solar:

Uma nova geração de usinas solares, chamadas de térmicas, vem se firmando como uma alternativa para produzir eletricidade com a ajuda do sol.

A eletricidade gerada pelas usinas térmicas é 40% mais barata do que a produzida pelas usinas fotovoltaicas.

As usinas solares convencionais usam a luz para ativar painéis fotovoltaicos e as usinas térmicas utilizam o calor dos raios solares, refletidos por espelhos e captados por uma torre receptora.

O sistema funciona com uma tecnologia bem mais simples que a empregada nas usinas fotovoltaicas: o calor dos raios solares é usado para aquecer um fluido, que permanece estocado em reservatórios em alta temperatura; quando há demanda por eletricidade, o fluido é conduzido até um gerador e o vapor que ele desprende move uma turbina, produzindo eletricidade.

A Usina Térmica PS10, localizada em Sevilha, na Espanha, já está em operação há um ano, mas por enquanto ela consegue armazenar o calor produzido durante meia hora. Contudo, novas tecnologias já estão desenvolvimento e a previsão é de que a Usina PS10 será capaz de estocar calor por até vinte horas.

Atualmente, há cerca de 50 usinas solares térmicas em construção no mundo, em diferentes estágios. No Brasil ainda não há projetos de construção de usinas solares térmicas, mas o país tem enorme potencial para se beneficiar delas.

Segundo o Atlas Brasileiro de Energia Solar, produzido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, a média diária de radiação solar que incide sobre o território brasileiro ao longo de um ano é de 5,5 quilowatts-hora por metro quadrado. A Alemanha, um dos países que mais usam energia produzida a partir do sol, recebe, por metro quadrado de território, a metade da radiação solar verificada no Brasil.

Fonte: Revista Veja – Edição 2060 – 14/09/2008; INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.


Energia Eólica:

Considerando as projeções de crescimento da economia brasileira em 5,9% para este ano, a capacidade elétrica do país precisa ser aumentada em mais 3.500 megawatts.

Diante dessa necessidade, surge uma oportunidade para fontes alternativas de energia, como a eólica, que causa pouco dano ao ambiente e utiliza o vento, um recurso abundante e gratuito.

Apesar do custo da energia eólica ainda ser alto, o preço vem caindo em função de subsídios de muitos governos a essa fonte de energia limpa e também pelo avanço tecnológico do setor, criando turbinas mais eficientes.

No Brasil, com a criação do PROINFA - Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, em 2002, houve avanços no mercado de energia eólica, e o país conta atualmente com uma fábrica de turbinas e outra está entrando em operação, além de 07 empresas que constroem torres e 02 fabricam pás.

O Brasil tem hoje 218 megawatts de capacidade instalada em parques eólicos no Ceará, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. O maior parque está no município de Osório/RS, que produz 150 megawatts.

Há previsão de construção de 14 novos parques eólicos no Ceará, que disponibilizarão 500 megawatts de energia. O Estado terá então a maior capacidade em energia eólica nacional, posição hoje ocupada pelo Rio Grande do Sul.

O primeiro parque eólico do Ceará, localizado na Praia das Fontes, próximo a Fortaleza, foi inaugurado em setembro, pela empresa Americana Econergy, e começará a operar até o fim de 2009.

O parque contará com 32 turbinas de vento e capacidade para abastecer uma cidade com 90.000 casas e 200.000 pessoas.

Fonte: Revista Veja Edição 2080 – Ano 41 – nº 39 – 01/10/2008 – “A força que vem dos ventos”.

gmson said...

Dando proceguimento ao interessante estudo sobre novas fontes de energia, sobretudo as renováveis, estamos diante de dois exemplos de grande importância para o aumento da capacidade brasileira. As energias solar e eólica estão ainda em desenvolvimento no Brasil, entretanto, somos detentores de características climáticas que se houver maior incentivo do setor público e privado, seremos destaque mundial no setor. Programa como o Proinfa e a chegada de sólidas empresas no ramo, são sinais de que estamos no caminho certo, porém, no meu ponto de vista, o governo é muito tímido nos investimentos do setor, a impressão é que o tema é debatido e desenvolvido para que não fiquemos fora do discurso, mas não de forma que proporcione o crescimento capaz de atender a demanda interna e mundial.

Helsio Azevedo said...

Estes dois tipos de energia renováveis têm sido muito referenciadas quando se aborda a questão de mudança da matriz energética de vários países; onde a base principal é o uso de petróleo, considerado como um dos maiores poluentes pela emissão de dióxido de carbono ao meio ambiente. A energia solar e eólica são vistas como as futuras fontes de captação energética para o uso humano. A sua introdução tem sido morosa, pois são poucos países no mundo que tendem a investigar e a implementar estas técnicas. Para países de baixa renda, como Moçambique, mostra-se importante a sua introdução/implementação, pois existem áreas com grande potencial solar e eólico que não são aproveitadas para a geração de energia. As técnicas de produção de energia eólica e solar devem ser divulgadas e expandidas, de modo, a fazer com que as populações sem condições financeiras para aquisição de energia elétrica possam ter energia em suas vidas. Portanto, com essa mudança a pressão sobre a biomassa que se tem verificado, poderá reduzir.

Patrícia said...

Energia Eólica
Em janeiro de 2008 a Espanha conseguiu mais MW do vento do que de usinas nuclares, as boas condições de vento colocaram a geração de energia eólica à frente da geração de energia nuclear e energia térmica a carvão. A geração de 9563 MW (de uma capacidade instalada total de 13908 MW) fez com que a energia eólica respondesse por 25% da demanda daquele horário, superando em muito a demanda atendida por usinas nucleares (16%) e térmicas a carvão (15%).

O mercado norte–americano de energia eólica, que reportou a instalação de 5.244 MW de capacidade nos Estados Unidos em 2007. O índice foi divulgado pela American Wind Energy Assocation (Associação Americana de Energia Eólica) e mostra que, com um investimento de US$ 9 bilhões, houve crescimento de 45% da capacidade instalada de energia eólica naquele país em relação a 2006. Para efeito de comparação, esta quantidade é próxima à capacidade das usinas hidrelétricas do Rio Madeira, de 6.450 MW. E a construção de Angra 3, com apenas 1350 MW, custará, para cada MW de capacidade instalada, o dobro do valor investido por MW os Estados Unidos.
“O recorde de geração registrado na Espanha é uma prova irrefutável da confiabilidade da geração eólica, e o crescimento desta fonte energética nos EUA mostra que a indústria norte-americana aposta neste tipo de energia e está ciente de seus benefícios ambientais e econômicos”, disse Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energias renováveis do Greenpeace Brasil.
Fonte: http://www.braselco.com.br/oktiva.net/1571/nota/94163

Paulo Ichikawa said...

Energia Eólica:
Vento é definido como ar em movimento. Tal movimento se dá pela diferença de pressão advinda do aquecimento atmosférico dado de baixo para cima. Esses deslocamentos necessariamente se dão de uma área de alta pressão para uma área de baixa pressão, e sua direção é determinada pelo ponto de onde se origina. No entanto, os ventos sofrem desvio para oeste, em função da rotação da Terra.
A energia eólica é produzida pela movimentação de hélices pela ação do vento. A partir dela podem, além de gerar energia elétrica, bombear água ou mover moinhos, que, nestes dois últimos casos, já é antigo seu uso, perpassando milhares de anos. Há a estimativa que seu uso para mover moinhos já remonta uma história de mais de três mil anos. A começar pela Holanda, Alemanha e Dinamarca, a Europa é tradicional no uso de moinhos. A geração de energia elétrica a partir do vento se tornou viável somente com o desenvolvimento de rotores e geradores de alta eficiência.
Em 1990, a capacidade de geração instalada no mundo era da ordem de 2MW. Em 1998, saltou para 10,2MW, sendo a Europa detentora de 60% dessa produção. Estima-se que até 2020, a Europa produza 10% de sua energia a partir do vento. A Alemanha é o que detém maior produtividade de energia a partir dessa fonte. Sua capacidade total instalada em 2003 era de mais de 14mil MW. O Brasil, nesse mesmo ano, tinha sua capacidade instalada em 23,8 MW, concentrada principalmente na região nordeste.
Energia Solar:
O sol é fonte inesgotável de energia. Assim como a energia eólica, a energia solar pode ser usada passivamente para pontuais necessidades, como o aquecimento de água ou de ambientes.
Uma das formas de se obter energia elétrica a partir dos raios solares é pelo sistema termo-solar, na qual a energia é transformada em calor, que, multiplicado, gera vapor suficiente para movimentar turbinas geradoras de eletricidade.
Por meio de células fotovoltaicas, corrente elétrica pôde ser gerada e armazenada. A tecnologia é atualmente usada em produtos de consumo, como relógios, calculadoras, sistemas de iluminação em áreas rurais e serviços profissionais. Contudo, é visto com muito otimismo por ser fonte limpa e inesgotável de energia.
O Japão é o país que mais apresenta utilização de células fotovoltaicas no mundo, seguido dos Estados Unidos e da Alemanha. Em sua maioria, utiliza-se o sistema conectado à rede de energia elétrica, o que faz dispensar armazenamento. Os sistemas autônomos isolados são aquelas que não são conectados à rede, podendo ser assim utilizado em zonas rurais.

itacir said...

Sempre que se desafia o uso de energia solar e eólica penso no ideal para o nosso país mesmo que atualmente tenhamos pouca tecnologia adequada para produção de energia com custo viável. Isso me faz lembrar a região do Colorado nos Estados Unidos em que o Dr. Flávio relatava experiência de um estado em colapso por falta de água que atualmente se tornou um centro fornecedor de energia provinda das fontes Solar e Eólica. Tornou-se um dos estados mais ricos por sabe explorar de forma adequada seus recursos e disponibilizando a água para as necessidades primárias. O Brasis tem regiões apropriadas para garantir recursos permanentes dessas duas fontes de energia. Por que nunca se investiu nisso? Não faltava apenas tecnologia adequada ma também vontade política.

karina said...

A energia eólica brasileira teve um grande impulso com o programa do Governo Federal, o Proinfa, que possibilitará a instalação de novas usinas em diversas localidades brasileiras, principalmente no litoral nordestino e no litoral sul do Brasil. Desde 2000 foram instaladas as usinas de Mucuripe (Fortaleza-CE), Prainha (CE), e as maiores são o Parque Eólico de Osório (RS), que produz 150 MW e a de Rio do Fogo (Rio do Fogo-RN).