Friday, April 16, 2010

Belo Monte poderá ter melhores condições de financiamento do BNDES que outras usinas

Por Alana Gandra, da Agência Brasil

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve anunciar nesta quinta-feira (15) as condições financeiras de crédito ao projeto da hidrelétrica de Belo Monte, que será construída no Rio Xingu, no Pará. A informação foi dada nesta quarta-feira (14) pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

"O banco irá financiar a hidrelétrica dentro do seu limite de prudência em relação ao patrimônio de referência, hoje de R$ 13 bilhões, no máximo, em financiamento direto”, explicou Coutinho. Esse limite equivale a 25% do patrimônio de referência do banco.

Segundo o diretor da Área de Infra-Estrutura do BNDES, Wagner Bittencourt, isso não descarta, porém, a possibilidade de o banco financiar os ganhadores do leilão por meio da rede de agentes bancários. “Vai depender da capacidade do projeto de absorver dívida”, afirmou Bittencourt.

Luciano Coutinho admitiu que as condições de financiamento para a Usina de Belo Monte poderão ser melhores do que as concedidas para as usinas de Jirau e de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia. De acordo com Coutinho, isso se explica porque “Belo Monte é um projeto pelo menos duas vezes maior e tem mais riscos do ponto de vista geológico”.

Ele reconheceu que o BNDES está um pouco atrasado na divulgação das condições financeiras, porque “queria aumentar a competitividade no processo”. De acordo com Coutinho, o BNDES está trabalhando para viabilizar o leilão, programado para o próximo dia 20.

Coutinho ressaltou que o projeto tem demanda e licenciamento ambiental com salvaguardas estabelecidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “É uma oferta de energia mais limpa. Não fazê-lo significa, eventualmente, ter de lançar mão de termelétricas e de outras fontes mais poluentes”, afirmou.

Ele disse ainda que o banco vai trabalhar junto com os municípios e governos locais para cuidar da eficiência do projeto de maneira “mais engajada e preocupada”. Em todos os leilões de energia hidrelétrica, a participação do BNDES no financiamento dos projetos chega, em média, a 70%.

(Envolverde/Agência Brasil)

1 comment:

Marcelo Wolter said...

A discussão sobre a construção de Belo Monte se arrasta por praticamente 3 décadas. O rio Xingu tem potencial para transformar Belo Monte na segunda maior usina hidrelétrica do Brasil perdendo apenas para Itaipu. O movimento contrário é formado, em sua grande maioria, por movimentos sociais como MST, Movimento por atingidos por barragens, Movimentos indígenas. Obviamente, esse grupo de movimentos é estritamente contra a construção da usina, porém suas alegações não chegam nem perto de motivos ambientais. O verdadeiro motivo é político e econômico. Mais uma vez observamos a briga de bastidores na construção de uma grande obra brasileira.