Sunday, May 30, 2010

Petróleo - Velho Ouro Negro e a Dependência Mundial

Petróleo - velho ouro negro e a dependência mundial

Grupo 01
Autora: Nanci Gharib Shehata
Revisores: Andrea Bartonelli, João Brasil, Cilma Azevedo e Paulo Silva

Reservas do Brasil e do Mundo

Segundo a British Petroleum, as reservas provadas, de melhor estimativa com cerca de 90% de confiabilidade, até 2005, eram de 1,2 trilhões de barris no mundo. O Brasil detém cerca de 1% e a Venezuela detém 80 bilhões de barris, perfazendo 7% do total. Se a Venezuela obtivesse a certificação da “Faixa de Orinoco”, as reservas seriam de cerca de 270 bilhões de barris, mesmo sendo de um petróleo pesado, tornariam o país “o maior” produtor mundial de petróleo do mundo, superando a Arábia Saudita, que atualmente detém 22% das reservas mundiais provadas.

Algumas Definições de Reservas:

• Reservas Provadas – Reservas de petróleo e gás natural que, com base na análise de dados geológicos e de engenharia, se estima recuperar comercialmente de reservatórios descobertos e avaliados, com elevado grau de certeza, e cuja estimativa considere as condições econômicas vigentes;
• Reservas Prováveis – Reservas de petróleo e gás natural cuja análise dos dados geológicos e de engenharia indica uma maior incerteza na sua recuperação quando comparada com a estimativa de reservas provadas;
• Reservas Possíveis – Reservas de petróleo e gás natural cuja análise dos dados geológicos e de engenharia indica uma maior incerteza na sua recuperação;
• Reservas Totais – Soma das reservas provadas, prováveis e possíveis;

Refino

Comparativo Internacional

A evolução da capacidade da atividade de refino, que por sinal é bem complexa podendo-se adotar vários tipos de processos físicos – químicos que objetivam a transformação e o beneficiamento mais nobre do petróleo para derivados do petróleo demandados pelo consumidor final, podem ser divididos em alguns fracionamentos e processos:

- Na primeira fase: é a destilação atmosférica, realizada em colunas de fracionamento de dimensões variadas e os derivados desse fracionamento são, os leves e médios, como o gás de refinaria, o GLP, a nafta, a gasolina, o querosene, o óleo diesel e o resíduo atmosférico;

• O craqueamento catalítico tem sido, por muitos anos, a principal unidade de conversão da refinaria, em função de melhorias contínuas em seu projeto mecânico, assim como nos catalisadores empregados;

• O coqueamento retardado é um processo que surgiu primeiramente para craquear resíduos com objetivo de produzir uma quantidade maior de gasóleo para craqueamento, contribuindo para aumento da produção de óleo diesel.

Cenários Mundiais

É um método estratégico que muitas organizações utilizam para realizar o seu planejamento de longo-prazo. O mais básico é formado pela geração de jogos de simulação para posterior tomada de decisão, que combinam fatos, dados, previsões sobre o futuro, tais como demografia, geografia, arranjos sócio-políticos, recursos a disposição e infra-estrutura, as quais são consideradas as forças diretoras do cenário.

Metodologia e Cenários Considerados

Alguns Cenários

• The Spirit of the Coming Age - Mostra um mundo de busca por novas fontes de energias, de inovações tecnológicas. O crescimento do uso de células combustíveis como fonte de energia gera uma rápida expansão da demanda por hidrogênio, carvão, petróleo e gás.

WETO - European Commission
Os combustíveis fósseis continuam com grande importância na matriz energética mundial, quanto aos preços internacionais de energia, o preço do petróleo atinge €29/ barril e €35/barril em 2020 e 2030, respectivamente.

Demanda e Preço do Petróleo

Com relação aos preços de petróleo, a tendência de queda no longo prazo em relação aos patamares atuais justifica-se pelo equacionamento, dos fatores, tanto conjunturais como estruturais. Dentre os quais se destacam a situação extremamente conflituosa do Oriente Médio, o crescimento acentuado da demanda mundial de derivados, com ênfase em países como China e EUA e os sucessivos desastres climáticos. A baixa capacidade dos países produtores da OPEP, o clima de tensão com relação ao terrorismo internacional e, um ambiente altamente especulativo por parte dos investidores nas bolsas internacionais de petróleo.

Políticas de Segurança da Agência Internacional de Energia

• O que está incluso no sistema de segurança energética de petróleo da AIE? Manutenção de estoques nacionais mínimos e planos para o uso coordenado com os seus membros e outros países não-membros, restrição de demanda, substituição de combustível, operação coordenada das organizações nacionais de emergência, testes das medidas de emergência e treinamento em situações em tempo real de emergências, bem como, sistema de realocação da oferta disponível se necessário.

• Qual o nível dos estoques recomendados?
Os membros da AIE mantêm em estoques algo como 4,1 bilhões de barris de estoques de barris públicos e privados, o que equivale à meta legal obrigatória de 90 dias de importação do ano anterior.

• O corte de fornecimento mais significativo até hoje foi durante a guerra entre o Irã e o Iraque, que acarretou uma restrição de 5.6 milhões de barris por dia durante seis meses.

• A agência acionou a chamada ação coordenada algumas vezes entre os seus membros. Em 1991 durante a guerra do Golfo e em outras ocasiões. O plano de contingência de 1991 tornou disponível cerca de 2.5 milhões de barris por dia dos estoques. Outro exemplo ocorreu durante a greve na Venezuela e em resposta aos danos provenientes do furacão Katrina, quando a Agencia tornou disponível cerca de 2 milhões de barris por dia dos estoques por 30 dias.

Segurança Energética no Horizonte 2030.

Ainda que o país produza o volume de petróleo consumido, é necessária a importação de certos tipos de óleos específicos de forma a que o refino possa melhor atender à demanda de derivados. No início da década passada o Brasil importava, em grande parte, petróleo oriundo do Oriente Médio. Assim, o volume importado reduziu-se significativamente nos últimos dez anos, sendo a Arábia Saudita o principal país fornecedor atualmente do Oriente Médio. Em 1995, os petróleos africanos, representavam cerca de 20% do total importado, em 2004, passaram a contribuir com 71%do total importado, com grande contribuição da Argélia e Nigéria. Da mesma forma que os petróleos do Oriente Médio, os petróleos africanos, são, geralmente, mais leves que o petróleo brasileiro. Da América do Sul, o principal país fornecedor de petróleo é a Argentina, sendo que a sua participação caiu muito nos últimos anos.

REFERÊNCIAS:

Atlas – Petróleo;
Energia, Recursos Naturais e a Pratica do Desenvolvimento Sustentável;
Matriz Energética Nacional 2030.

5 comments:

Brasil said...

O Brasil ficou muitos anos dependente do petróleo produzido em outros países. Foram necessários quase 40 anos para as atividades de extração petrolífera em solo brasileiro serem regularizadas e mais de um século para a tão sonhada auto-suficiência.
Hoje, além da auto-suficiência alcançada, estamos explorando reservas encontradas abaixo da camada de sal, o que significa poços mais profundos, porém significa petróleo de com alta qualidade (menos impurezas).
Com as novas descobertas nas profundezas, o Brasil vai ter um aumento de 50% nas reservas de petróleo e gás o que significa que além de atender o mercado interno vai poder exportar para outros países dependentes, significando mais divisas para o país.
A produção de energia oriunda do petróleo, apesar de causar impactos ambientais, deve ter sua trajetória continuada, pois o desenvolvimento está intimamente atrelada a ela. Devemos sim continuar adotando políticas em outras fontes de energias alternativas e com menos impactos porque sabemos que um dia o petróleo pode acabar.

Marcelo Wolter said...

Em linhas gerais, não podemos ser dependentes de uma única fonte de energia. A implantação de novas fontes de energia é essencial para a soberania de um país. Como vivemos em um mundo capitalista, até economicamente é inviável depender de uma única fonte de energia. A flutuação do valor do barril interfere em praticamente todos os produtos do mercado. Acredito ser muito difícil modificar a base energética q é o petróleo, porém é importante aumentar o uso de outras fontes de energia de forma complementar. Diminuir o uso do petróleo e aumentar o uso de fontes limpas, favoreceria o meio ambiente e o mercado consumidor.

Seilert said...

Pré-sal: o negócio é arricar?

O Pré-sal engrossa o grupo de vedetes em coro patricêntrico do Brasil Potência já, já.
Será que estão se apressando nas leituras dos almanaques de economia onde se publica a força real dos países desenvolvidos ou estamos mesmo embalados por um otimismo fervoroso?

De todo modo medir o tamanho das pernas é médida de bom senso e até de segurança.

Imaginemos o processo de exploração do pré-sal a todo vapor e uma tubulação a 3.800m de profundidade marinha se rompendo na costa do Estado do Rio de janeiro. Os acidentes do Golfo do México e Exxon já não estariam nos primeiros lugares da lista dos acientes petrolíferos mundiais.

Afinal, onde estão os investimento para permitir as condições de segurnaça em mesma proporção (ao otimismo) num acidente de águas profundas?

Veja o que diz o diretor de Tecnologia e Inovação da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Segen Estefen, em entrevista à Agência Brasil no dia 25 de maio. (fonte:http://portalexame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/industria-nao-esta-equipada-acidente-como-golfo-563973.html):
"A indústria petrolífera mundial não está equipada para lidar com acidentes ocorridos a grandes profundidades que resultem em vazamentos de grandes proporções e fujam do controle"

Segundo ele (cito o texto da AB) a despeito de todos os avanços do setor, a indústria do petróleo mostrou que não dispõe de um procedimento testado que possa interromper vazamentos descontrolados como esse da parte americana do Golfo do México.

Segue ele: "Não existe uma embarcação que possua os equipamentos adequados para vedar o poço em um caso extremo."

Conforme a AB, Estefen afirmou que uma das conclusões do seminário Segurança na Exploração e Produção de Petróleo no Mar - Prevenção e Contingência, promovido pela UFRJ nesta semana, é que há necessidade de organização dos setores envolvidos com a atividade para enfrentar os desafios que surgirão com a exploração de petróleo em águas cada vez mais profundas, como é o caso do pré-sal brasileiro.

"Isto deve ser tratado com cuidado, porque é inaceitável que não tenhamos meio de interromper um vazamento desse porte."

O professor da UFRJ disse que o dever de casa, a partir da experiência do vazamento no Golfo do México, é a consciência da necessidade de se discutirem formas de dar maior atenção aos sistemas de segurança, de modo a que se possa desenvolver um equipamento que venha a ser embarcado, e em condições de fazer o trabalho de tamponamento mesmo em casos extremos.

Adilson said...

Um fim mais nobre ao petróleo...

Como defende alguns pesquisadores, o fim mais nobre para petróleo não seria o de combustível, mas como parte de uma extensão cadeia produtiva o qual ele é a matéria prima. Ademais, ele poderia após a reciclagem dos materiais provenientes, volta à cadeia de produção. Contudo, sabemos que não é esse o seu fim mais nobre, pois milhões de barris de petróleo não literalmente desperdiçados como combustível, sendo que já há substitutos para ele com esse fim. Assim, mais do que buscar de um substituído para esse produto como combustível, temos de pensar sobre a falta que ele fará para a indústria que depende dele, quem o substituirá como matéria prima para a centena de produtos que dele tem origem? Nesse sentido, o Brasil é um país privilegiado, pois já pode substituí-lo como combustível e usá-lo de modo mais nobre. O pré-sal seria a poupança do Brasil para manter sua indústria a despeito do esgotamento das reservas mundiais como prevêem os estudiosos.

Ivan Freitas said...

O desenvolvimento das reservas de petróleo descobertas no pré-sal deve ser precedido de medidas de segurança e proteção contra eventuais acidentes, cujos impactos sobre o meio ambiente podem ser significativos.
A exploração destas reservas deve ser realizada de forma a alavancar e consolidar a economia, a indústria, o emprego e a tecnologia nacionais.