Autora: Dilma A. S. Bowen
Revisor: Weeberb J. Requia Júnior
Biomassa
O homem precisa de energia para se locomover, para produzir alimentos e roupas, para se comunicar, para manter-se confortável no dia-a-dia, na manutenção e preparo de comidas.
A utilização da energia da BIOMASSA é considerada estratégica para o futuro, pois é uma fonte renovável de energia.
Segundo LORA e ANDRADE (2004), o potencial energético da biomassa é enorme, tanto em escala mundial como no Brasil. Ao mesmo tempo, os biocombustíveis poderiam ser uma das soluções para o fornecimento de eletricidade em comunidades isoladas, o que simultaneamente pode constituir um incentivo para o desenvolvimento de atividades extrativistas sustentáveis que contribuam para o desenvolvimento destas comunidades.
A biomassa é um material constituído principalmente de substâncias de origem orgânica (vegetal, animal, microorganismos). Através da fotossíntese, as plantas capturam energia do sol e transformam em energia química. Esta energia pode ser convertida em eletricidade, combustível ou calor.
O grande salto da biomassa deu-se com o advento da lenha na siderurgia, no período da Revolução Industrial. Nos anos que compreenderam o século XIX, com a revelação da tecnologia a vapor, a biomassa passou a ter papel primordial também para obtenção de energia mecânica com aplicações em setores na indústria e nos transportes.
No Brasil a utilização de biomassa vem crescendo desde 2001,. Muitas industrias dependem da lenha como fonte de energia, e o consumo mundial é de 1,1 bilhão de metros cúbicos (a maior parte nos países em desenvolvimento). A lenha é aproveitada de duas maneiras diferentes: a)- combustão é o processo mais antigo para produção de calor doméstico e industrial , sendo que 94% do seu valor calórico é perdido no uso doméstico, o uso ineficiente representa um encargo de 30% no balanço energético do país. b)- pirólise é o processo de queima da madeira a temperaturas l60 a 430 grau C, na ausência de ar. Essa queima produz gases e ácido pirolígneo (pode sofrer mais uma reação, para a extração do metanol, da acetona e do ácido acético}. De acordo com a legislação ambiental o consumido de biomassa pela industria deve ser extraídos de áreas replantadas ou remanejadas.
Materiais
· A lenha é muito utilizada para produção de energia por biomassa. No Brasil, já representou 40% da produção energética primária. A grande desvantagem é o desmatamento das florestas;
· Embalagens de papelão descartadas após a aquisição de diversos eletrodomésticos ou outros produtos.
· Casca de arroz.
· Lodo de ETE: Especialmente os provenientes do processo de lodos ativados amplamente utilizados na industria têxtil
Os combustíveis mais comuns da biomassa são os resíduos agrícolas, madeira e plantas como a cana-de-açúcar, que são colhidos com o objetivo de produzir energia. Mas, o lixo municipal também pode ser convertido em combustível para o transporte, indústrias e mesmo residências.
A produção de energia elétrica a partir da biomassa, atualmente, é muito defendida como uma alternativa importante para países em desenvolvimento e também outros países. Programas nacionais começaram a ser desenvolvidos visando o incremento da eficiência de sistemas para a combustão, gaseificação e pirólise da biomassa. Segundo pesquisadores, entre os programas nacionais bem sucedidos no mundo citam-se:
· O PROÁLCOOl, Brasil
· Aproveitamento de biogás na China
· Aproveitamento de resíduos agrícolas na Grã - Bretanha
· Aproveitamento do bagaço de cana nas Ilhas Maurício
· Coque vegetal no Brasil
· Lenha para queima direta nas padarias e cerâmicas;
· Carvão vegetal para redução de ferro gusa em fornos siderúrgicos e combustível alternativo nas fábricas de cimento do norte e do nordeste;
· No sul do país queimam carvão mineral, álcool etílico ou álcool metílico para fins carburantes e para industria química;
· O bagaço de cana e outros resíduos combustíveis são utilizados para geração de vapor para produzir eletricidade, como nas usinas de açúcar e álcool, que não necessitam de outro combustível, pelo contrário ainda sobra bagaço para indústria de celulose
Outra forma de aproveitamento da biomassa é o Biogás, que é uma fonte abundante, não poluidora e barata de energia, oriundos da suinocultura, agricultura e outras fontes residuais.
Produtos derivados da biomassa
Alguns exemplos de produtos derivados da biomassa são:
· Bio-óleo: líquido negro obtido por meio do processo de pirólise cujas destinações principais são aquecimento e geração de energia elétrica.
· Biogás: metano obtido juntamente com dióxido de carbono por meio da decomposição de materiais como resíduos, alimentos, esgoto e esterco em digestores de biomassa.
· Biomass-to-Liquids: líquido obtido em duas etapas. Primeiro é realizado um processo de gasificação, cujo produto é submetido ao processo de Fischer-Tropsch. Pode ser empregado na composição de lubrificantes e combustíveis líquidos para utilização em motores do ciclo diesel.
· Etanol Celulósico: etanol obtido alternativamente por dois processos. Em um deles a biomassa, formada basicamente por moléculas de célulose, é submetida ao processo de hidrólise enzimática, utilizando várias enzimas, como a celulase, celobiase e β-glicosidase. O outro processo é composto pela execução sucessiva das três seguintes fases: gasificação, fermentação e destilação.
· Bioetanol "comum": feito no Brasil à base do sumo extraído da cana de açúcar (caldo-de-cana). Há países que empregam milho (caso dos Estados Unidos) e beterraba (da França) para a sua produção. O sistema à base de cana-de-açúcar empregado no Brasil é mais viável do que o utilizado pelo americano e francês.
· Carvão vegetal: Sólido negro optido pela Carbonização pirogenal da lenha ou Carbonização Hidrotermal.
No Brasil existem algumas iniciativas neste setor, sobretudo na seção de transportes. A USGA, éter etílico, óleo de mamona e alguns compostos de álcool como a azulina e a motorina, foram produzidos em substituição à gasolina ou ao Diesel com sucesso. Podemos destacar, o programa do biodiesel implantado para a inserção do óleo vegetal como complementar ao óleo diesel. Primeiramente a mistura será de até 2% do derivado da biomassa no diesel com um aumento gradativo até o percentual de 20% num período de dez anos.
O experimento brasileiro não está limitado apenas à esfera dos transportes, o setor de energia elétrica tem sido favorecido com a injeção de energia procedente das usinas de álcool e açúcar, geradas a partir da incineração do bagaço e da palha da cana-de-açúcar. Outros detritos como palha de arroz ou serragem de madeira também sustentam algumas termoelétricas pelo país.
Biomassa e Eletricidade
A figura nº 02 demonstra a situação de empreendimentos termelétricos no Brasil, classificando por fonte e situação. O bagaço de cana e o licor negro estão entre as fontes mais importantes, nos setores sucro-alcooleiro e de papel e celulose, respectivamente, além de diversos tipos de sistemas híbridos com combustíveis fósseis. O Plano Decenal de Expansão 2000/2009 estimou o potencial técnico de cogeração nestes dois setores em 5.750 MW, com um potencial de mercado de pouco mais de 2.800 MW, em 2009.
|
Figura 02: Potencial de cogeração de energia
Fonte: Aneel
A figura nº 03 apresenta dados de cogeração de energia de biomassa, atualizados em 12/05/2010.
Empreendimentos em Operação | |||||||
Tipo | Capacidade Instalada | % | Total | % | |||
N. de Usinas | (kW) | | N.° de Usinas | (kW) | | ||
Biomassa | Bagaço de Cana | 292 | 4.831.315 | 4,15 | 360 | 6.428.460 | 5,52 |
Licor Negro | 14 | 1.193.298 | 1,02 | ||||
Madeira | 38 | 327.767 | 0,28 | ||||
Biogás | 9 | 44.672 | 0,04 | ||||
Casca de Arroz | 7 | 31.408 | 0,03 |
Figura 03: Capacidade de geração de Biomassa
Fonte: Aneel, 2010
Vantagens da biomassa:
· Baixo custo de aquisição;
· Não emite dióxido de enxofre;
· As cinzas são menos agressivas ao meio ambiente que as provenientes de combustíveis fósseis;
· Menor corrosão dos equipamentos (caldeiras, fornos);
· Menor risco ambiental;
· Recurso renovável;
· Emissões não contribuem para o efeito estufa.
Além das citadas acima, existem algumas vantagens indiretas, como é o caso de madeireiras que utilizam os resíduos do processo de fabricação (serragem, cavacos e pedaços de madeira) para a própria produção de energia, reduzindo, desta maneira, o volume de resíduo do processo industrial.
Desvantagens da biomassa:
· Menor poder calorífico;
· Maior possibilidade de geração de material particulado para a atmosfera. Isto significa maior custo de investimento para a caldeira e os equipamentos para remoção de material particulado;
· Dificuldades no estoque e armazenamento.
Algumas das desvantagens podem ser compensadas através de monitoramento de parâmetros do processo. Para o controle do processo de combustão devem ser monitorados o excesso de ar, CO e, para instalações de grande porte, também, deve existir o monitoramento da densidade colorimétrica da fumaça por um sistema on-line instalado na chaminé. Esses controles do processo de combustão são medidas para impedir a geração de poluentes e, assim chamadas indiretas. As Medidas Indiretas visam reduzir a geração e o impacto de poluentes sem aplicação de equipamentos de remoção. O uso de equipamentos de remoção é uma medida direta que visa remover aquela parte de poluentes impossíveis de remover com as medidas indiretas. Portanto, deve-se, sempre que possível, tentar implantar as medidas indiretas antes de aplicar as diretas.
Os riscos ocupacionais estão ligados aos possíveis acidentes de corte da madeira, transporte e processamento. A rotina do carvoeiro o obriga a enfrentar o calor 70 graus na boca dos fornos no frio noturno , do cerrado e pôr um período de 12 horas . O metanol é bastante tóxico e deve ser manipulado com critério. No Brasil as termoelétricas de Samuel (RO) e Balbina (AM) são dois exemplos de aproveitamento de lenha com a tecnologia adequada para produção de energia elétrica.
Os riscos ambientais associados aos ocupacionais são referentes a decomposição da biomassa e sua digestão estão ligados á possibilidade de explosões, contaminação do ar doméstico por vazamento ( gás sulfídrico, resultante da digestão da matéria orgânica), contaminação da água, pelo descarte residual.
Problemas ambientais do uso da biomassa é a formação de desertos pelo corte não planejado ou incontrolado de vegetação nativa; a destruição do solo pela erosão; a poluição da própria queima da biomassa nativa, como a emissão de gases tóxicos e desprendimento de consideráveis quantidades de calor.
O Brasil ocupa o primeiro lugar em emissão de gases oriundos do desmatamento. O reflorestamento é uma saída para a diminuição de CO2, pois florestas plantadas fixam CO2 durante o período de crescimento e estima-se que a implantação de projetos, como o citado acima, teria o poder de absorver 5 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera .Este programa de reflorestamento Nacional tem a capacidade de fixar 4% do excedente de carbono acumulado na atmosfera( 115 bilhões de toneladas ).
Projetos de Biomassa Cultivada como Fonte de Energia Renovável
Iniciativas de produção de biomassa para uso industrial revelam a preferência pelo plantio de eucalipto devido ao retorno financeiro rápido e adaptação da espécie ao solo brasileiro.
Algumas das suas espécies foram exportadas para outros continentes onde têm ganho uma importância económica relevante, devido ao facto de crescerem rapidamente e serem muito utilizadas para produzir pasta de celulose, usada no fabrico de papel, carvão vegetal e madeira. Alguns defendem que a plantação de eucaliptos permite evitar o corte e abate de espécies nativas, para tais fins, pelo que seriam uma opção adequada a terras degradadas, promovendo-se a economia onde são cultivadas. Contudo, o assunto mantém-se polémico.
Os defensores do reflorestamento com eucalipto afirmam que o reflorestamento através dessa espécie, inibe o crescimento das plantas cultivadas em solos retiradas de eucaliptais e a inibição das bactérias responsáveis pela fixação do nitrogênio; pois são sensíveis á ação de substâncias do eucalipto, como o cineol e o pineno, de alto poder antibiótico. Isso significa que o eucalipto exerce uma pressão seletiva sobre a população bacteriana, espécies não tolerantes desaparecem, o solo fica mais pobre. Portanto existem pesquisas que o reflorestamento deva se fazer plantio consorciado de eucalipto com árvores nativas adaptadas.
O gráfico 01 aponta como estão sendo desenvolvidas as atividades de silvicultura nos estados brasileiros.
Gráfico 01: Florestas plantadas por estado
Fonte: ABIPA, 2010
O gráfico nº 02 apresenta dados sobre a atividade de silvicultura e relata, por região as características nacionais das florestas plantadas.
Gráfico 02: Estimativa de produção sustentada das florestas plantadas por região
Fonte: SBS, 2010
O gráfico nº 03 apresenta dados sobre a evolução anual do uso da madeira plantada na industria brasileira.
Gráfico 03: Evolução anual de madeira plantada 2002-2007
Fonte: SBS, 2010
O PROJETO PLANTAR
Em resposta explícita ao MDL, a Plantar, em parceria com o Fundo Protótipo de Carbono (PCF) do Banco Mundial, está implementando o Projeto Plantar. O objetivo geral é reduzir as emissões de gases do efeito estufa por meio do estabelecimento de plantios sustentáveis de florestas de eucalipto para suprir o uso de carvão vegetal na produção de ferro primário, ao invés de coque de carvão mineral ou biomassa não-renovável.
São objetivos específicos do Projeto: produzir o ferro primário mais limpo do planeta, por meio do uso de biomassa plantada,de acordo com rigorosos princípios sociais e ambientais, e gerar créditos de carbono de acordo com o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - MDL
EXTERNALIDADES
AMBIENTAIS:
A produção de ferro gusa com carvão vegetal oriundo de florestas plantadas e certificadas pelo FSC (Forest Stewardship Council ou Conselho de Manejo Florestal) é uma atividade ecologicamente correta e carbo-neutra ("recicla" o carbono que estava na atmosfera). Os reflorestamentos industriais manejados e monitorados segundo os princípios e critérios do FSC, contribuem para a conservação da biodiversidade, proteção da fauna, dos solos e das águas.
Além de contar com a certificação do FSC para as florestas, o Projeto Plantar também segue um rigoroso plano de monitoramento, elaborado pelo Banco Mundial, que contempla diversos indicadores de sustentabilidade ambiental e social, especificamente voltados para o projeto. Dentre os diversos aspectos ambientais monitorados pelo FSC ou pelo Banco Mundial, destacam-se os seguintes:
· Monitoramento de indicadores qualitativos e quantitativos da fauna e flora,
· Monitoramento de espécies de fauna local ameaçadas de extinção.
· Identificação e preservação de áreas de alto valor de conservação.
· Monitoramento trimestral dos aspectos físicos, químicos e biológicos das águas que correm pelas propriedades da Plantar.
· Campanhas de educação ambiental em parceria com as escolas públicas locais e comunidades vizinhas.
· Medidas intensas de prevenção a incêndios, como a construção de grandes torres de vigilância, realização de campanhas de conscientização, manutenção e treinamento de brigadas anti-incêndio devidamente equipadas.
· Manejo adequado de áreas de plantio, reservas legais e áreas de preservação permanente (cultivo mínimo, proteção do solo, aceiros, corredores ecológicos, controle de nutrientes para o solo, etc.).
SOCIAIS E ECONOMICAS:
O plantio de árvores, o manejo e a produção de carvão vegetal, são atividades de grande geração de empregos no meio rural, normalmente regiões pobres e carentes de emprego e renda. Com os mesmos recursos financeiros, gera-se 10 vezes mais empregos no reflorestamento do que na indústria automobilística. Segue os benefícios sócio-econômicos do projeto:
· Parcerias em diversos projetos sociais com as comunidades locais, prefeituras e demais instituições da sociedade civil.
· Monitoramento das condições de trabalho e saúde dos colaboradores.
· A biomassa, cultivada por meio de plantios de alta produtividade e sustentabilidade, é uma excelente fonte de energia limpa e renovável.
· As atividades do projeto são descentralizadas, desenvolvidas por pequenas e médias empresas, todas de capital nacional, sem depender de insumos importados.
· O ferro gusa, além de suprir o mercado interno, é exportado, gerando divisas para o país.
· Contribui significativamente para a arrecadação de impostos, sendo o principal gerador de receitas na maioria dos pequenos municípios onde as indústrias e os refloretamentos se instalam.
· Contribui para o desenvolvimento sustentável das regiões onde é implantado.
Uso de Biomassa da cana-de-açúcar como energia
Diversas usinas de açúcar e destilarias estão produzindo metano a partir da vinhaça. O gás resultante está sendo utilizado como combustível para o funcionamento de motores estacionários das usinas e de seus caminhões e o bagaço como combustível etc. O equipamento onde se processa a queima ou a digestão da biomassa é chamado de biodigestor . Numa destilaria com produção diária de 100.000 litros de álcool e 1500 m3 de vinhaça, possibilita a obtenção de 24 000 m3 de biogás, equivalente a 247,5 bilhões de calorias. O biogás obtido poderia ser utilizado diretamente nas caldeiras, liberando maior quantidade de bagaço para geração de energia elétrica através de termoelétricas, ou gerar 2 916 KW de energia, suficiente para suprir o consumo doméstico de 25 000 famílias.
Além dos benefícios, já citados, destaca-se o cálculo de emissão de gás carbono no ciclo de produção do etanol.
Ciclo do Etanol
O cálculo do ciclo do etanol para a produção de 1000 litros foi descrito pela revista Veja como sendo:
Na plantação da cana emite-se 173 quilos de ; menos 7464 quilos de absorção de no período de crescimento; mais 2940 quilos de na colheita e transporte em caso de queima pré colheita; mais 3140 quilos de emissão na fabricação do alcool; mais 1520 quilos de emissão de no consumo final (carros). Então o ciclo de emissão de carbono na atmosfera, na produção de etanol, é equivalente a 309 quilos de por mil litros. Quando comparado com o ciclo de produção da gasolina (emissão de 3368 quilos de na atmosfera), observa-se que a gasolina emite 3059 quilos a mais que o etanol, isso se na produção do etanol, na hora da colheita for queimada a plantação, caso contrário, a emissão de na produção será nula.
Conclusão
A biomassa é considerada uma fonte renovável, por que a matéria orgânica produzida pela natureza não é extinta e deverá ser uma fonte de energia bastante utilizada no futuro próximo. O Brasil tem investido fortemente em novas tecnologias renováveis, no entanto há muitas críticas quanto a sustentabilidade do modelo brasileiro. A grande questão é a necessidade de uso de uma grande extensão territorial para o plantio de florestas e a redução de destinação de áreas produtivas de alimentos(agricultura e agropecuária), além do empobrecimento do solo devido a utilização de espécies não nativas.
A respeito das conveniências referidas, o uso da biomassa em larga escala também exige certos cuidados que devem ser lembrados, durante as décadas de 1980 e 1990 o desenvolvimento impetuoso da indústria do álcool em nosso país tornou isto evidente. Empreendimentos para a utilização de biomassa de forma ampla podem ter impactos ambientais inquietantes. O resultado poder ser destruição da fauna e da flora com extinção de certas espécies, contaminação do solo e mananciais de água por uso de adubos e outros meios de defesa manejados inadequadamente. Por isso, o respeito à biodiversidade e a preocupação ambiental devem reger todo e qualquer intento de utilização de biomassa.
A utilização de resíduos como fonte de energia é o seguimento da biomassa mais aprovada pelo ecologismo.
Referências
Grauer, A. e Kawano, M. Boletim Informativo da Bolsa de Reciclagem, Ano I, No 5 - NOV/DEZ-2001. Disponível em: www.bolsafiep.com.br>. Acesso em 10 de maio de 2010.
Rede nacional de biomassa para energia. Disponível em:<http://www.renabio.org.br/index.php>. Acesso em: 08 de maio de 2010.
O que é biomassa? Disponível em:<http://www.fcmc.es.gov.br/download/Biomassa.pdf> Acesso em: 08 de maio de 2010.
Brasil. Agencia Nacional de Energia Elétrica. Capacidade Brasil. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/OperacaoCapacidadeBrasil.asp> Acesso em 08 de maio de 2010.
Carbono Brasil. Energia da Natureza. Disponivel em:< http://www.carbonobrasil.com/#energias> Acesso em: 08 de maio de 2010.
Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira – ABIPA. Estatística. Disponível em:< http://www.abipa.org.br/meioambiente.php> Acesso em: 14 de maio de 2010.
Sociedade Brasileira de Sivilcultura-SBS. Estatísticas. Disponível em:<. http://www.sbs.org.br/estatisticas.htm> Acesso em: 15 de maio de 2010.
Revista veja. Vol. 11, 2008. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx > acesso em : 12 de maio de 2010.
8 comments:
Pelo que se apresenta até hoje na materia de energia, existem varias formas de geracao de energia, mas todos elas têm seus prós e contras, entao só nos cabe fazer um multiuso de todas as formas de energia, sempre tendo em vista a preservacao do ambiente o do ser vivo.
A biomassa é mais uma dentre as possíveis fontes de energia existente ao nosso alcance e apesar de ter muitos adeptos, também tem seus problemas. Um deles seriam os grupos de interesse que estão por trás de cada opção. Isso gera confusão, insegurança e chega a desacreditar muitas pesquisas sérias.
Como citado nas vantagens a biomassa aparenta ser uma alternativa muito menos poluente para geração de energia, principalmente por afetar pouco o meio ambiente. Porém se a biomassa substituisse completamente outras formas de produção de energia, os seus efeitos negativos no meio ambiente ficariam mais evidentes com o aumento do desmatamento.
Não sou muito a favor da utilização da biomassa como matriz energética. Acredito que de todas as energias consideradas "limpas", ela está entre as mais que agridem o meio ambiente. A utilização da lenha favorece para o desmatamento e a liberação de gases do efeito estufa. O plantio da cana-de-açucar gera queimadas, perda de biodiversidade, erosão do solo, alteração da qualidade da água (dependendo da localidade da plantação), diferença social e, como não podia ser diferente, a liberação de gases de efeito estufa. Por isso, se analisarmos todo o processo da obtenção dessa biomassa, veremos que ela é realmente um tipo de energia muito agressiva ao meio ambiente.
O uso sustentável da forma que é demostrado no programa FSC - Forest Stewardship Council / programa de manejo florestal segue padrões ecologicamente corretos e auxilia em micro - ecossistemas, proporcionando surgimento de pequenos animas constituindo e recuperando este sistema. Sou a favor sim da utilização da biomassa, desde que seja manejada de forma adequada e sustentável.
A biomassa é uma forma alternativa de energia e como tal deve ser explorada de forma sustentável.
As fontes de biomassa são consideradas renováveis e não provocam efeito estufa. No entanto, no Brasil principalmente, na prática, florestas nativas são destruídas e transformadas em lenha. As monoculturas de cana, por exemplo, para a produção de álcool também agridem bastante o meio ambiente pela utilização desordenada do solo.
As fontes de biomassa, se o cultivo for feito de maneira adequada, são alternativas energéticas possíveis para um desenvolvimento sustentável. Tem a vantagem de anular o efeito estufa já que o replantio da cultura utilizada significa crescimento de área verde e deste modo tem a propriedade de fixar o CO2 (O saldo é positivo considerando que à noite o processo é inverso com a liberação de CO2)não liberando para atmosfera.
A biomassa tem no Brasil uma elevada potencialidade, em função de sua diversidade territorial, climática, econômica e social.
Pouquíssimos países possuem tantos recursos estratégicos quanto o Brasil. A energia extraída da biomassa, sem dúvida é um desses. Essa, associada a outras duas fontes abundantes – energia eólica e solar - podem nos levar a experimentarmos um estágio de auto-suficiência energética, ainda não experimentado por nenhuma outra nação. Obviamente, considerando a micro-estrutura e não a superestrutura. Além disso, não considerando os mega consumidores como as indústrias de alumínio, por exemplo. Se houvesse uma política pública dirigida aos pequenos consumidores residenciais, a combinação dessas três fontes de energia bastaria para tornar auto-sustentáveis as residências, os condomínios e pequenas comunidades espalhadas por todo o país. Além disso, uma política de incentivo à produção de etanol e de óleo combustível com a capilaridade da agricultura familiar, milhares de usinas com plantas industriais de pequena dimensão seriam instaladas. Associando-se a essa, o aproveitamento dos dejetos de animais e humanos em biodigestores localizados dentro das propriedades haveria também um acréscimo de renda familiar e um excedente para o complexo energético que aumentaria significativamente o potencial competitivo do país. Pois, a energia além de ser um dos principais recursos estratégicos também é um dos principais insumos do potencial competitivo dos países.
O Brasil é tão rico em fontes naturais, tanto o petróleo, biomassa, como também em energia solar, geotérmica (aproveitamento do calor gerado na crosta terrestre) e gravitacional (gerada pelo movimento das marés), nuclear, hidráulica. e outras. Porém só discutimos fóssil, biomassa e talvez um pouco de eólica e solar. Isso se dá porque existem interesses significativos em dificultar a entrada de novas fontes de energia no Brasil. O interesse econômico sempre fala mais alto. Um bom exemplo disso sâo os ônibus movidos a hidrogênio, que já estão sendo testados em algumas localidades. A indústria petroquímica não tem o mínimo interesse nesse tipo de tecnologia porque vai perder dinheiro. Enquanto o econômico falar mais alto, pouco (ou nada) se ganhará no lado ambiental.
Post a Comment